4 lições que aprendemos com Avatar: A Lenda de Korra
Neste ano de 2020, muitos tem sido os desafios. Parece que temos enfrentado um vilão a cada mês. E parando pra analisar, essa é a realidade de Korra, a avatar com o maior catalogo de vilões entre os avatares que conhecemos.
Pensando nisso, assim como fizemos aqui anteriormente com as 4 lições que aprendemos com a Lenda de Aang, queremos trazer a vocês, lições muito bacanas de A Lenda de Korra.
A animação criada em 2014 e exibida na Nickelodeon, é uma continuação de a Lenda de Aang, mas com um conceito um tanto diferente.
A história que se passa 70 anos após a Lenda de Aang, tem um mundo novo, científico, e cheio de problemas. Alguns causados pelo próprio Aang (Ironicamente, parece que todo Avatar deixa um problema pra próxima reencarnação. Eu espero não fazer igual, essa vida já tá bem difícil).
Equalidade
Nós sabemos que não é só de boas intensões que se faz um mundo melhor. Ainda mais com todas as reviravoltas da vida. Agora, o que fazer quando suas ideias estão em desequilíbrio com o que você prega?.
O grande problema com todos os vilões de Korra, é que por mais que tenham boas intensões, eles se encontram sempre em desequilíbrio, não medindo as consequências de seus atos para alcançar o que desejam.
Amon, o líder de um grupo conhecido como “Equalistas“, tem um único desejo, a igualdade entre dobradores e não dobradores. Claro, no mundo Avatar, a dobra é algo extremamente importante, ao ponto que a sociedade é dividida por ela, e claramente isso gera problemas, já que existem pessoas que não podem dobrar nada (Como é o caso do vendedor de repolhos, Soka, Suki e outros), e ficam em situações vulneráveis. Pensando nisso, Amon prega o ideal de mundo onde todos são iguais. Até ai tudo bem, porem, logo Amon começa uma escalada armada e violenta contra dobradores, eliminando suas dobras, o que é parte deles.
As ações de Amon até então eram motivadas pelos maus tratos que sofreu de Yakone, seu pai, um ex dobrador de sangue que após ser derrotado por Aang, retorna a tribo da água. Lá, ele tem dois filhos, Noatak (Amon) e Tarrlok. Vendo potencial em seus filhos, passa a treina-los de forma cruel em dominação de sangue.
Todos esses anos de maus tratos e violência, principalmente a infringida contra seu irmão Tarrlok, fizeram com que Amon atacasse seu pai e desaparecesse, posteriormente surgindo com o movimento equalista, dando início ao primeiro grande desafio de Korra.
Equalidade tem como princípio o equilíbrio e a igualdade, mas como pregar esse princípio enquanto violamos o direito alheio?. Não bastam bons ideais, é o que aprendemos com Amon. Aprendemos também o valor da aceitação e da inclusão, o que teria feito toda a diferença nas ações do vilão.
Harmonia
A princípio, Unalaq, tio de Korra, surge como um personagem amigável e ligado ao mundo espiritual, pregando a união entre os dois mundos, mas como vimos, não foi bem assim.
Unalaq, ex membro da lótus vermelha, manipula sua sobrinha, a fazendo abrir um portal para o mundo dos espíritos. Lá, ele consegue seu objetivo, tornar-se um só com Vaatu, o Espírito do Caos (Pros fãs, aqui nasceu o UNAVAATU).
Fossem por ideais teocráticos ou por sede de poder, Unalaq acaba se tornando um tipo de Avatar do mal. Igualmente com Amon, o tio de Korra é movido por um ideal positivo, mas promovido de forma errada. Aprendemos com Unalaq que a busca da harmonia de forma equivocada, pode trazer o desequilíbrio. Por fim, humildade e paciência teriam trago o que faltava ao vilão.
Liberdade
A princípio, o conceito de liberdade é uma aspiração de todo ser. Agora, o que de fato é liberdade?. (O que fazer com essa tal liberdade?).
O terceiro vilão de A Lenda de Korra prega que para alcançarmos uma sociedade livre, devemos eliminar o Estado e as leis que regem e sustentam a sociedade, a lançando num estado anárquico de sociedade natural. O problema aqui é o equivoco com o que é liberdade, já que nesta sociedade, a ausência de direitos garantidos pelas leis, priva alguns de uma liberdade plena, pois a única coisa que garantiria a liberdade do indivíduo são as habilidades de cada ser. Isso gera um princípio de lei do mais forte, onde aqueles mais “capazes” prevaleceriam sobre os “mais fracos”, já que não teriam a proteção do Estado.
A visão equivocada de liberdade é perigosa. Como vimos em Ba-Sing-Se, após Zaheer assassinar a rainha do Reino da Terra, a cidade tornou-se uma terra sem lei, dominada por ladrões. Claramente, as pessoas passaram a ter menos liberdade do que tinham com a monarquia.
Por fim, o desequilíbrio da luta por liberdade, tirou a liberdade de muitos. Aprendemos aqui que liberdade em seu estado natural, acaba por não sendo de fato a liberdade. Também podemos levar como ensinamento que liberdade é um bem comum, inerente ao ser. É algo que existe motivado pela vontade de alguém dentro de limites. Faltou a Zaheer os conceitos de tolerância e sacrifício para rumar um caminho melhor.
Unidade
Após a morte da Rainha, o Reino da Terra fica entregue ao caos. Neste cenário entra Kuvira, uma ex guarda de Zaofu (Estado criado por Suying Beifong), que tinha como missão, restaurar a ordem e a monarquia.
Movida pela sede de poder e por medo de entregar o reino nas mãos de um príncipe incompetente, Kuvira da um golpe de Estado, tendo como desculpa a proteção de sua nação.
Acontece que está ação cria um Estado fascista, algo que difere do conceito de unidade, visto que a nação prevalece sobre o indivíduo, sendo o Estado incorporado na figura de um ditador. Essa situação acaba por anular as motivações da vilã, já que seu discurso era em prol da equalidade, já que o ditador estava acima de todos.
Dessa forma, a vilã que passa a ser chamada de Grande Unificadora, tomada por seus medos, vivência e sede de poder, ignora o conceito de resiliência, o que poderia ter mudado os rumos de sua vida.
Bônus
Concluindo, esses vilões, se estivessem em equilíbrio e não lhes faltassem os conceitos que falamos antes, talvez pudessem ter contribuído com um mundo melhor, chegando até a ajudar Korra em sua missão.
Percebemos aqui o quanto o equilíbrio entre o que queremos e o que fazemos é importante. E isso vai de encontro ao que o tio Iroh (famoso pelos grandes conselhos), diz a Korra no mundo espiritual. Sua mensagem nos indica a busca por luz interior e o equilíbrio nas ações e ideias, não nos deixando abater durante a caminhada.
“Se buscar pela luz, poderá acha-la ocasionalmente, mas se procurar as sombras, é só isso que vai encontrar”.
Espero que essa leitura tenha lhe ajudado assim como me ajudou enquanto escrevia. E aí também aprendeu tudo isso com a A Lenda de Korra?
Se achou que faltou algo ou se quiser uma lista só dos conselhos do tio Iroh, fala com a gente pelo instagram.