5 coisas que fazem She-Ra da Netflix Incrível
Olá, turneirooos, como estão? Não sei se você conhece a série da She-Ra da Netflix, mas já te adianto, ela é incrível. Desde o lançamento da série original em 1985, a personagem vem ganhando o público. A nova versão da Netflix, She-Ra e as princesas do poder não deixou em nada a desejar e honrou o legado da série original.
Eu assisti recentemente, estimulada pelo meu irmão mais novo, que é apaixonado pela série, e de cara me apaixonei. Lançada em 2018 e finalizada em 2020, a nova She-Ra tem 5 temporadas na Netflix, com mais ou menos 13 episódios de 20 minutos cada (Algumas temporadas tem menos eps). Mas se você cresceu com a personagem ou se já ouviu algo dela por aí deve estar se perguntando:
Sobre o que é a série?
Enfim, a série se passa num planeta chamado Etéria que vive uma guerra civil. Os rebeldes são o povo desse planeta que tenta impedir o avanço da Horda, que é uma espécie de ditadura. Nessa luta, a divisão fica entre as princesas rebeldes, que possuem poderes mágicos, e os soldados da Horda que buscam destruí-las.
Adora, personagem principal e também She-Ra, foi criada pela Horda e, junto com Felina, sua melhor amiga. Ela aprendeu como as princesas são malvadas e instáveis. A percepção dela muda após entrar em contato com a rebelião e descobrir que ela também é She-Ra, uma princesa com poderes mágicos.
Tudo bem, mas vamos ao que interessa, confira agora os motivos que fazem She-Ra e as Princesas do Poder Incrível:
1- A Representatividade
Está série buscou agregar e trazer representação bem ampla a tela. Primeiro, o fato da personagem principal ser uma mulher guerreira já traz grande empoderamento feminino. Mas a série não parou por aí e buscou uma representação ampla de gênero, corpos, sexualidade, idades e personalidades. Um dos personagens principais, Arqueiro, amigo de Adora (She-Ra) e Cintilante, é um jovem negro com dois pais, ampliando aqui o conceito de família.
Além dos pais do Arqueiro, duas princesas são casadas e mostradas abertamente como um casal na série, são elas: Netossa e Spinerella. Por exemplo, outra personagem que amplia a questão da representatividade é Entrapta. Ela é genial, apaixonada por ciência e tem dificuldade tanto de entender como funcionam relacionamentos quanto de interagir com outras pessoas. Dessa forma ela representa pessoas autistas e, antes que eu dê spoiler, só digo que o arco dessa personagem é lindo demais.
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2- Personagens Complexos
A série acertou muito no desenvolvimento dos personagens, ela abandona uma perspectiva dualista de bem e mal, aquela que coloca um personagem exclusivamente em uma caixinha. Desse modo ela consegue mostrar a profundidade e complexidade humana, além de demonstrar como questões como trauma, exclusão e maus tratos afetam as pessoas.
Mesmo que She-Ra (alter ego de Adora) e seus amigos rebeldes estejam no lado bom, tentando salvar Éteria da destruição da Horda, nós conseguimos ficar cativados pelos personagens desse outro lado. Entender que eles também amam, tem amigos e se preocupam uns com os outros e acreditam que o que estão fazendo é certo.
Além do bem e do mal
Quando pensamos em personagens da Horda, que representa esse mal em Etéria, alguns deles realmente têm comportamentos e atitudes bem horríveis. Entretanto, mesmo nesses casos vemos que eles são muito mais do que isso. Entendemos suas motivações, fraquezas e traumas e como isso os colocou no caminho que estavam. Dessa forma, a série também mostra o poder da escolha e como esses personagens escolheram a raiva e destruição para lidar com suas dores.
Ao longo da série, principalmente na quinta temporada, vemos a rendição de muitos desses personagens, as mais tocantes para mim foram da Sombria, Felina e Hordak. Os arcos desses três personagens foram muito bem aproveitados.
3- Liberdade e Aceitação
Vemos uma valorização e respeito à diferença e isso não é sobre cor de pele, sexualidade ou gênero. Nesse caso é sobre as diferenças dos personagens, cada um deles possuem características diversas, pontos altos e baixos, o que foi muito bem explorado. O ambiente de comunhão mesmo em meios as diferenças é lindo e mostra o quanto a união realmente faz a força.
Percebemos o quanto os personagens ficam livres para serem quem são e serem aceitos uns pelos outros. O que abre margem para nosso próximo ponto:
4- Amizade
Essa aceitação e valorização das diferenças é algo sustentado pelo poder da amizade e mesmo do lado da Horda, podemos ver isso. Começando por eles então, a amizade entre Scorpia e Felina é muito linda. Scorpia é leal e carinhosa e, mesmo que Felina não a valorize do jeito certo por muito tempo, o laço delas se torna muito forte. Sendo assim, Scorpia é daquelas pessoas que faz amizade com qualquer um e leva no peito para sempre, foi assim também com a Entrapta e até o robô dela, Emily. O cuidado dela com os amigos é admirável.
No lado das princesas, não tem como não falar do trio principal: Adora, Cintilante e Arqueiro. Enfim resumindo, não existe nada que esses três não consigam fazer juntos. A amizade deles os permitiu crescer, aprender e evoluir. Eles ficam juntos nos momentos mais difíceis e, mesmo com alguns conflitos ao longo da série, eles sempre se ajudam e cuidam uns dos outros, o que define amizade, não é?
5- Relacionamento Adora e Felina
Adora e Felina é um dos relacionamentos mais conturbados e interessantes da série. Elas foram amigas desde a infância, cresceram juntas. Contudo, quando Adora descobre a verdade sobre a Horda e se junta aos rebeldes, essa amizade se parte. Nesse sentido, não tem como dizer que elas eram realmente inimigas, porque mesmo nos seus conflitos elas se preocupavam uma com a outra.
E no fim a série mostra que esses conflitos derivam de muitas inseguranças e da infância estranha que ambas tiveram na Horda. A redenção de Felina vem com uma reaproximação dela e de Adora na temporada final, nos mostrando que tudo que elas queriam era estarem juntas. Além disso, entendemos que os conflitos entre elas vinham de sentimentos mal resolvidos que elas tinham uma com a outra. Ao resolverem isso elas não apenas ficam do mesmo lado da batalha, como se entendem melhor e isso permite uma expansão da nossa percepção das personagens.
Eu realmente amei a série, ela tem tantos detalhes incríveis e nem sei se consegui fazer jus a tudo isso aqui. Mas me contem, já assistiram a nova série da She-Ra? Me digam, preferem a série original ou a nova?
4 Comentários
foi a série mais incrivel que eu ja assisti,eu chorei de emoção no final com a declaração da felina e a aceitação da adora,essa série foi de longe muito superior a original pena que não teve uma 6ª temporada para continuarmos curtindo as aventuras dessa galerinha.
Eu também amei muito essa a série da She-Ra, Igor.
Também estou triste até agora por não ter tido a 6º temporada, seria ótimo ver a Felina e Adora do mesmo lado por mais tempo.
A questão da representatividade me surpreendeu positivamente mesmo. Assisti à serie original quando era adolescente, em meados dos anos 1980, acompanhando minha irmã mais nova, que era fã da série. Eu não achava graça nenhuma na She-Ra original: era só mais um desenho animado com um bando de personagens meio caricatas encenando uma luta do bem contra o mal, coisa típica das histórias de super-heróis. Quando assisti à versão Netflix com meu filho mais novo, agora durante a pandemia, percebi o quanto o trabalho dos produtores da NetFlix conseguiu aproveitar uma história dos anos 1980, datada e sem graça para os dias de hoje, e transformá-la numa narrativa envolvente (até para um adulto, como eu…), tornando-a muito próxima da realidade do nosso tempo. Mesmo uma personagem idosa, com problema de memória, contribui para essa diversidade. A Madame Rizo, que na série original era apenas um alívio cômico, muitas vezes ridicularizada pelos outros personagens, na versão da NetFlix ganhou uma profundidade incrível, mostrando-se essencial ao desenvolvimento da trama e à jornada de autoconhecimento e descoberta de Adora. O que prova que, em nosso mundo (e no mundo ficcional de She-Ra), mesmo uma pessoa idosa com algum tipo de deficiência relaciona à idade (Alzheimer? Demência Senil?…) deve ter o seu lugar e ser valorizada pelo que é, podendo contribuir com a sua sabedoria e experiência de vida para transformar o mundo. A Madame Rizo da Netflix se tornou uma das personagens mais interessantes para mim: ela foi essencial na jornada da Adora, ajudando-a a se aceitar como a She-Ra que ela poderia ser, e a se tornar uma heroína moderna e complexa, como tudo em nosso tempo.
Nossa siiim, a She-Ra da Netflix veio para reformular e dar um significado mais profundo para a história e todas as personagens.
Essa série em cada detalhe trabalha a valorização e a diversidade, é uma história lindíssima e traz reflexões importantes para todos nós, adultos ou crianças.
Eu assisti She-Ra por influência do meu irmão caçula, que ama. E assim me apaixonei pela série.
Confesso que eu assisti pouquíssimo apenas quando era muito pequena da She-Ra, e já era reprise de anos na minha época de criança, no início dos anos 2000. Mas eu também não gostava e até quando revi alguns episódios recentemente, achei muito chato.
Também adoro a Madame Rizzo e a forma como ela teve um papel importante ali na vida da Adora e da Mara também é tão fofo. <3
Obrigada pelo seu comentário, trouxe uma percepção super complementar a matéria.