Critica I A Mulher Rei é poderoso, emocionante e necessário
Turners, vocês já ouviram falar das Agojies, inspiração para as Dora Milajes de Wakanda? É sobre essas guerreiras que fala A Mulher Rei, novo filme estrelado pela ganhadora do Oscar, Viola Davis.
O filme conta a jornada de Nanisca (Viola Davis), general altamente respeitada pelo rei, enquanto ela treina uma nova leva de recrutas e as prepara para a batalha contra um inimigo perturbador. Entre essas recrutas está Nawi (Thuso Mbedu), jovem impertinente, mas ansiosa para provar seu valor e encontrar seu lugar.
Tecnicalidades da produção
Por trás de um filme, há centenas de profissionais tentando fazer seu melhor para entregar um bom trabalho. Neste caso, eu digo que eles foram bem sucedidos.
O roteiro de Dana Stevens é intrigante e empolgante, cheio de detalhes bem amarrados. Enquanto a direção de arte de Christophe Dalberg e os figurinos de Gersha Phillips desenvolveram uma ambientação tão espetacular que se você não se concentrar, passará todo o filme babando na riqueza de detalhes e na beleza de tudo. Principalmente quando unidos à fotografia de Polly Morgan.
E não devemos esquecer o trabalho de Gina Prince-Bythewood que soube muito bem dirigir tanto as impressionantes cenas de ação e momentos tocantes, de forma a conseguir nos conectar a tudo e fazer sentir toda a gama de sentimentos de um extremo a outro.
Roteiro: o Drama e a Ação andando de mãos dadas
Em um filme sobre guerreiras não podia faltar ação. Cenas de guerra, de luta, mortes… No entanto, em A mulher Rei isso tudo está presente, mas tão bem encaixado, sem exacerbação e respeitando as particularidades dos personagens que, aliado ao drama, auxiliam no desenvolvimento da trama, como deve ser.
No filme o Rei Ghezo (John Boyega) teve uma ascensão controversa, tendo que destituir o irmão tirânico do poder com a ajuda de sua Miganon, a General Nanisca. Por conta disso, ela é sua conselheira, capaz de plantar dúvidas nele sobre a forma que o reino alimenta o tráfico negreiro e se deixa subjugar pelo Reino de Oyo. O que por si só já traz uma ótima análise sobre relações de poder, por exemplo.
Mas quando Oba Ade (Jimmy Odukoya), representante de Oyo e alguém do passado de Nanisca, volta ameaçando as Agojies e o poder do rei, eles têm que decidir entre se render ou se preparar para lutar com uma nação mais poderosa.
A general conta com Amenza (Sheila Atim), seu braço direito, confidente e líder religiosa feminina, assim como Izogie (Lashana Lynch) sua tenente mais destemida e encarregada de treinar as novas recrutas. Além de claro, Nawi (Thuso Mbedu) e a outras garotas que vestiram a camisa do grupo, e veem em Nanisca um exemplo.Órfãs, estupradas, cativas… Todas as personagens têm um histórico anterior dramático, mas a história molda o crescimento individual delas e estrutura laços de irmandade ainda mais fortes. Desde as que têm mais destaque, como Nawi e Izogie, e até outras até as mais pontuais, como Ode e Fambe.
Existe dor em cada indivíduo, e até o desfecho vamos descobrindo alguns mais, enquanto o incrível roteiro de Dana desenrola em seus plot twists.
Tá, mas e a ação?
Houve todo um cuidado da produção de começar a preparar com as atrizes meses antes mesmo de iniciar os ensaios, para que estivessem aptas a fazer as próprias cenas de ação. De forma que até Viola Davis, nos auge dos seus 56 anos, é responsável por 90% das suas cenas. Além disso, desenvolveram um estilo de luta para cada personagem para demonstrar suas singularidades. Então dá para imaginar o nível dessas cenas, né?
A ação vai escalonando desde o princípio até culminar na batalha final. Com duelos de tirar o fôlego, lutas visualmente impressionantes e batalhas memoráveis.
Atuações de Milhões
Viola Davis é uma ganhadora do Oscar que aprovou milhares de vezes a sua atuação excepcional. Falar que teve um trabalho incrível, transitando por diversas emoções capazes de nos fazer sentir, sem nunca perder a essência de sua personagem, seria redundante. Entretanto, em A mulher Rei, essa não é a única atuação a ser notada.
Thuso Mbedu é um grande destaque do filme, com a evolução de sua personagem ao longo da obra. Vemos ela perfeitamente naquela garota perdida e impertinente do início, assim como sua transformação em uma guerreira formidável e leal.
Entretanto, tenho que confessar que minha personagem favorita ficou por conta de Lashana Lynch. Sua personagem é forte, debochada, disciplinada, mas empática. Seja como uma guerreira implacável, líder justa ou em seus momentos vulneráveis, eu gostaria de ter Izogie ao meu lado.
Ademais, não poderia deixar de falar sobre nosso querido Rei. John Boyega interpreta esse personagem poderoso e cativante, que faz você entender por que as pessoas lutam por ele com tanta honra. Assim como Sheila Atim, que nos passa toda a confiança e força que uma guerreira e líder religiosa deveria transmitir.
A Mulher Rei fala de um povo poderoso ignorado, aborda a escravidão, machismo, sororidade e trauma entre outros temas. Com uma produção fantástica é um filme necessário, forte e emocionante, que todos deveriam assistir.
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