O novo filme de Digimon é um Drama Nostálgico feito especialmente para os fãs de Digimon
Se você foi uma criança dos anos 2000, deve se lembrar bem dos fofos e poderosos Digimons, que mesmo não sendo tão populares quanto os Pokémons, foram capazes de conquistar seu próprio público e se manter relevantes para a sua audiência até hoje. Para quem não viveu essa época, Digimon era uma febre, tinha jogos de tabuleiro baseados no anime, mochilas e todo tipo de merchandising.
Definitivamente, Digimon conquistou nossos corações por trazer histórias de aventuras com personagens carismáticos e divertidos. O anime foi um sucesso e, agora, vinte e quatro anos depois da estreia do seu primeiro episódio, a história de amizade de Digimon ganha um novo filme. Nele, revemos DigiEscolhidos e Digimons já conhecidos, mas agora numa versão mais adulta e dramática.
Abordando temas como abuso infantil e questionando a amizade incondicional entre DigiEscolhidos e Digimons, o novo longa apresenta uma história mais sombria, porém ainda assim bastante nostálgica. Ideal para os fãs que querem entender um pouco melhor as origens da franquia.
Mas se você não acompanhou os lançamentos dos últimos anos de Digimon, não se preocupe, pois é possível entender esse filme sem ver os anteriores, entretanto,assistir ou dar uma olhadinha em alguns títulos específicos pode ser interessante.
Onde o novo filme de Digimon se encaixa na franquia?
Digimon Adventure 02: The Beginning é uma continuação da segunda temporada de Digimon e do último filme lançado: ‘Digimon Adventure: Last Evolution Kizuna‘. Assim, se você assistir os dois ou tiver uma noção do que ocorre em cada um, não vai ter nenhum problema para compreender a história.
Sobre o que é Digimon Adventure 02: The Beginning?
Sinopse Oficial:
“Dez anos se passaram desde a aventura no Mundo Digital. Situado em 2012, Daisuke Motomiya tem agora vinte anos, e ele e o resto dos escolhidos parecem estar mudando pouco a pouco em termos de aparência e estilo de vida. Então, um dia, uma gigantesca Digitama aparece de repente no céu sobre a Torre de Tóquio. Daisuke e os outros conhecem um jovem misterioso chamado Lui Ohwada, que os informa que ele é o primeiro escolhido humano do mundo.”
Via Paris Filmes.
O que esperar do novo filme?
Com um pouco menos de uma hora e meia, o filme deve agradar bastante quem é fã.
Primeiro, porque traz os personagens que conhecemos ainda crianças como jovens, de uma forma bastante agradável e bem humorada. A parte mais especial é ver que nossos DigiEscolhidos cresceram com a gente. Davis, por exemplo, tem seu próprio restaurante e parece preparar um lámen como ninguém, claro que com a ajuda de seu Digimon.
Segundo, porque o roteiro de Akatsuki Yamatoya consegue criar uma aventura que vem explicar como o universo Digimon começou. Ao trazer para a narrativa principal a história do primeiro humano que teve um Digimon, o filme consegue abordar com naturalidade temas pesados como abuso infantil, necessidade de afeto e a toxicidade que pode existir entre DigiEscolhidos e Digimons.
Como esses temas surgem na narrativa?
Todos esses temas vêm inseridos na vida de Lui, um menino que sofre com a ausência de afeto e cuidado, uma escolha que dá profundidade e uma sensibilidade diferenciada à história. É quase como se pudéssemos realmente sentir o que Lui passou nesses momentos, todo desespero, medo e necessidade de afeto.
Ainda que não traga uma história completamente nova, ela consegue tirar dúvidas sobre as origens, divertir e até dar um pouco de medo. Pois, se o longa mostra uma coisa é que os Digimons vieram para tornar a vida dos seus DigiEscolhidos mais felizes e completas.
No entanto, esse desejo pode se tornar algo ruim quando não existem limites, e é dessa perspectiva que Tomohisa Tagushi constrói o primeiro Digimon. Ukkomon (Rie Kugimiya) tem um ar psicopata e cria uma vibe mais sombria para a trama. Ele é completamente obcecado em fazer a vida de Lui, seu humano, feliz, que acaba cometendo atrocidades.
Essa relação levanta questionamentos interessantes sobre o real livre arbítrio dos Digimons e como a amizade deve ser sempre uma via de mão dupla. Ainda que não seja voltado completamente para o público infantil, crianças mais velhas, de dez anos ou mais, podem tirar boas lições dessa história. Amizade não é sobre ter amigos, mas sobre ser um amigo.
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O que poderia ser melhor?
Apesar de ter gostado bastante do filme, alguns detalhes fizeram a diferença na minha experiência. Algo que vale mencionar é o viés mais dramático. Ainda que eu tenha gostado dessa parte, principalmente do desenvolvimento de Lui e da construção da relação Digimon e DigiEscolhido, ela se estende por mais da metade do filme.
Embora seja necessário para dar profundidade à relação de Lui e Ukkumon, o que é feito muito bem, seria interessante ver mais momentos de aventura e combate, levando em consideração o que já conhecemos e esperamos da franquia Digimon.
Para vocês terem uma ideia, o longa traz poucos momentos de ação e se resume quase que exclusivamente a grande batalha, que só acontece já bem no final do longa.
Não que não seja emocionante, já que ela muda a forma como enxergamos a relação Digimon e DigiEscolhido, mas o impacto desse momento poderia ser bem maior se fosse mais uma jornada de aventura do grupo como um todo do que uma jornada pessoal de um personagem.
No entanto, para quem já é fã da franquia ou aqueles curiosos sobre suas origens, Digimon Adventure 02: The Beginning oferece a nostalgia prometida, explorando como essa história começou. E, pra quem faz parte de um desses grupos, ver esse filme é quase uma necessidade. Veja assim que puder!
E você, já assistiu? Se sim, me conta se gostaria de ver mais um filme da franquia.
Para quem ainda não viu, o novo filme, Digimon Adventure 02: The Beginning, já está em cartaz nos cinemas brasileiros.