Wicked é uma revisita a Oz que vale muito a pena
Um dos filmes mais esperados do ano chegou e a Turn já conferiu pra te contar tudinho, sem spoilers. Bom, se você já conhece o livro ou o musical, já sabe algumas coisas, não é? Porém, se for novo nessa história, não vou estragar a experiência e vou apenas instigar a sua curiosidade. Me acompanha aqui para ficar por dentro.
Como é a história?
Você conhece o Mágico de Oz, certo? Essa história é uma espécie de prelúdio das aventuras de Dorothy na Terra de Oz. A garotinha que vai parar nesse mundo mágico e desconhecido se depara com uma vilã, aquela que conhecemos como A Bruxa Má do Oeste.
O nome dela é Elphaba, e Wicked conta sobre sua vida e os caminhos que a levaram a se tornar a bruxa mais temida da Terra de Oz. Essa história é derivada do livro A Cidade das Esmeraldas de L. Frank Baum (1900) e do filme inspirado por ele, O Mágico de Oz (1939).
Essa obra cinematográfica foi o que consolidou a história no imaginário popular. Em 1995, Gregory Maguire lançou o livro Wicked, que deu origem ao musical homônimo que agora é um filme.
Leia mais: Ariana Grande comenta sobre reações negativas a sua escalação em Wicked
E o que tem no filme?
Bom, agora que você já sabe as origens e o contexto, vai ficar mais fácil de entender a importância dessa obra. Wicked é um musical, como os da Broadway. Mas calma, mesmo que você não curta tanto, vale muito a pena. A interpretação das músicas está linda e não é cantoria 100% do tempo.
Dessa forma, através desse pano de fundo de magia, o filme trabalha temas importantes como segregação, preconceito, racismo, machismo e muito mais. Portanto, as questões políticas em Oz fazem um paralelo direto com a ascensão do nazi-fascismo na Europa no período de 1910 a 1930.
Inclusive, existe uma cena do Mágico que me pareceu muito uma referência direta ao filme O Grande Ditador do Charles Chaplin, onde ele brinca com um globo em formato de bola. Esse filme foi uma grande crítica do Chaplin a estupidez do regime nazista que trazia segregação e violência a tudo que era considerado diferente na época.
Outro ponto que se conecta tanto com o período quanto com o filme é uma fala indicando que promover um inimigo em comum para unir o povo é uma prática que funciona bem. Então, vale dizer que Wicked trabalha muitos temas importantes, sem perder o brilho e o humor de uma história que possui magia e fantasia.
E o filme é bom?
Sinceramente, eu não tenho pontos negativos a apontar, saí do cinema completamente apaixonada pela produção e eu não conhecia a história antes. O filme é encantador e lindo, a fotografia fantástica, feita para parecer um sonho, deixa o telespectador deslumbrado e envolvido. Os efeitos especiais foram muito bem utilizados, criando um pano de fundo deslumbrante para o desenrolar do enredo.
Como disse anteriormente, a interpretação das músicas ficou linda, as vozes da Ariana Grande como Glinda, e da Cynthia Erivo como Elphaba, ficaram perfeitas. Elas harmonizaram muito juntas, tanto nos vocais, quanto na atuação. E o restante do elenco não decepcionou nem um pouco. Michelle Yeoh, que interpretou Madame Morrible, brilhou muito trazendo uma majestade para a obra com sua personagem poderosa e direta.
E o que falar de Peter Dinklage como Dr. Dillamond que apenas com sua voz trouxe muita emoção para o seu personagem. Gerando assim, uma identificação e empatia forte com o público, mesmo sem aparecer.
A magia que traz reflexão
Nesse sentido, os simbolismos criados pela história foram muito bem desenvolvidos para trabalhar os temas que comentei acima. Com esse filme podemos pensar sobre a posição da mulher na sociedade, a segregação e o bullying que qualquer pessoa diferente sofre ao crescer, seja essa diferença por características físicas, deficiência ou até mesmo o estilo pessoal e muito mais.
Enquanto você fica encantada com as músicas e a magia da obra, ela te envolve em questionamentos importantes sobre a vida em Oz que falam muito mais sobre a vida no nosso mundo globalizado.
Wicked é mais do que apenas um espetáculo de magia e música, é uma reflexão profunda sobre questões sociais e políticas que são relevantes hoje. Ao visitar a Terra de Oz, a obra nos leva a questionar preconceitos, desigualdades e a maneira como o poder pode manipular a percepção pública.
Com desempenhos impecáveis, um visual deslumbrante e uma história cativante, o filme consegue entreter enquanto nos faz refletir sobre a importância da empatia e do entendimento do outro, mesmo diante das diferenças.
O musical não apenas encanta, mas provoca ao mostrar que as pessoas são muito mais do que apenas o rótulo de herói e vilão. Logo, a obra vai além e nos ajuda a pensar quem constrói a imagem de herói e vilão e o porquê.
Se você já conhece a história, não vai se decepcionar e, caso ainda não conheça, acredite, vai valer a pena embarcar nesse mundo mágico e descobrir que a verdadeira magia está nas conexões que formamos.
E aí, já assistiu? Me conta se a sua experiência foi parecida com a minha aqui embaixo.
2 Comentários
Confesso que deu vontade de ver esse filme!
Assiste sim, vale muito a pena!