
Orgulho e Preconceito, uma nova adaptação é mesmo uma boa ideia?
Se você ama Jane Austen e romances de época, fica aqui, pois temos novidades muito importantes do universo da autora. Em outubro de 2024, a Netflix confirmou que adaptaria mais uma obra dela, Orgulho e Preconceito. E desde então, aos poucos a empresa tem liberado informações sobre a nova série.
Mas, eu confesso que desde que a confirmação veio não consigo parar de pensar, será que a gente precisa mesmo de outra adaptação da Jane Austen?
O que sabemos sobre a série?

divulgada. Distribuição/Divulgação @Netflix. Foto by Ludovic Robert.
Para o elenco, a Netflix traz nomes, como Emma Corin (The Crown), que será Elizabeth Bennet; Jack Lowden (Slow Horses), que dará vida ao Sr. Darcy e Olivia Colman (The Crown) que fará a icônica Sra. Bennet, mãe da personagem principal.
O roteiro está nas mãos de Dolly Alderton, autora de Tudo Que Eu Sei Sobre Amor, enquanto a direção será de Euros Lyn, mesmo diretor de Heartstopper. O restante do elenco também já foi revelado e conta com nomes como, Rufus Sewell (A Diplomata), como Sr. Bennet, e Fiona Shaw (Killing Eve), que interpretará a Lady Catherine de Bourg.
Os perigos de mexer com uma história tão amada

Distribuição/Divulgação @Netflix.
Embora esses nomes chamem a atenção e inspirem entusiasmo pelo seu talento, é difícil não questionar se realmente é uma boa ideia readaptar a obra. Alguns motivos pesam mais que outros.
Primeiramente, vale dizer que a última obra de Jane Austen adaptada como filme pela Netflix teve inúmeros problemas. O maior deles com certeza foi o quanto se distanciou da obra original, até mesmo a essência de seus personagens principais foi alterada.
Dessa forma, amantes da literatura clássica, no geral, criticaram fortemente a produção, que não teve o retorno esperado. Nem mesmo a presença da talentosa Dakota Johnson foi capaz de salvar alguma coisa. O que me faz ter bastante medo da nova adaptação, é sempre bom explorar novas facetas de uma obra já conhecida, mas fazer isso com equilíbrio é sempre um desafio.
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Será que a gente precisa mesmo de outra adaptação agora?

Orgulho e Preconceito (2005). Divulgação/Distribuição @UniversalPictures.
É complicado responder. O projeto audiovisual mais recente, que adaptou essa obra, tem 20 anos e ainda é muito querido pelos fãs da história. O filme de 2005, com Keira Knightley e Matthew Macfadyen como personagens principais, conquistou gerações de apaixonados por romances de época.
Joe Wright deixou sua marca com esta produção. Isso aconteceu, porque ele teve a liberdade de trazer mudanças para a história enquanto se mantinha fiel ao material original. Será que isso é algo que pode ser repetido? Talvez, sim, talvez não, é um risco.
Não é difícil entender a decisão, se levarmos em conta a busca constante da indústria do entretenimento em fazer dinheiro com escolhas seguras. As produtoras preferem investir em histórias já consagradas como forma de garantir o sucesso, afinal, elas já têm um público fiel.
E por mais que eu ame adaptações, essa padronização focada no lucro tem nos afastado de novas narrativas e diminuído a diversidade cultural que consumimos. Será que isso não está nos impedindo de conhecer histórias e personagens originais que também poderíamos amar?
Orgulho e Preconceito já foi adaptado em série

Orgulho e Preconceito (1995). Distribuição/Divulgação @BBC.
Além disso, vale também dizer que já temos uma série excelente que adapta o livro, ela foi feita pela BBC em 1995 e tem Colin Firth e Jennifer Ehle como Lizzy e Darcy.
Inclusive, essa é a versão mais próxima da obra de Austen, com poucas e pequenas alterações na história. Uma série que consegue nos transportar com precisão e beleza para o que deve ter sido o mundo descrito pela autora. Feito que não é impossível de se repetir, mas que definitivamente é difícil.
Por isso, apesar do elenco ser incrível e a direção já ter entregado a Netflix um grande sucesso, ainda tenho bastante receio de qual vai ser o resultado dessa nova adaptação. Afinal, igualar, ou superar, o impacto das versões de 1995 e 2005 não é tarefa fácil, e cada nova tentativa vai carregar o peso dessas comparações.
Por outro lado, acredito que seria interessante uma produção que expandisse o universo de Orgulho e Preconceito, ao invés de apenas adaptar a história original mais uma vez. Então, pode ser, sim, que essa produção nova possa cumprir certo propósito. Nos resta esperar na torcida que esse filme consiga fazer jus a essa história tão linda e amada.
Agora me diz, para você, precisa ou não de uma nova adaptação de Orgulho e Preconceito? Estou curiosa para saber a opinião de vocês!