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 A visita Fantasma no Theatro Municipal RJ vale a pena?
Foto do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Reprodução @Riotur.
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A visita Fantasma no Theatro Municipal RJ vale a pena?

9 de novembro de 2025 0 Comment

Olá, turners, hoje trago um relato sobre uma experiência diferente (e um tanto assustadora) que eu e a Letícia Linhares, aqui da Turn, vivemos recentemente. Fizemos a visita guiada ao Theatro Municipal do Rio de Janeiro, mas com um toque especial: uma edição de Halloween, que revela histórias trágicas e curiosas sobre o local, incluindo lendas sobre pessoas que, de fato, morreram dentro do teatro ou ao redor. Ficou curioso? Então, vem que eu te conto tudo!

O Theatro

Foto do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Reprodução @Ensinar História.

Inaugurado em 14 de julho de 1909 durante a prefeitura de Souza Aguiar, mas tendo a obra sido iniciada no governo anterior (de Pereira Passos), como parte do conjunto arquitetônico das obras de reurbanização do Rio de Janeiro. Recebe um importante papel para a cultura carioca e nacional, recebendo em seu palco importantes artistas, orquestras e companhias de ballet.

Inspirado na Ópera de Paris, o prédio é um dos maiores símbolos da cultura e da arquitetura brasileira, com vitrais, mármores, esculturas e pinturas trazidas da Europa. Mas o que pouca gente sabe é que, por trás de toda essa grandiosidade, há uma história cheia de mistérios e tragédias.

Durante a visita, as guias falaram que as obras, que começaram em 1905, foram concluídas em apenas quatro anos, um prazo surpreendentemente curto para uma construção dessa magnitude. Para se ter uma noção, o Theatro Municipal de São Paulo, inaugurado em 1911, levou cerca de oito anos para ser finalizado, o dobro do tempo. 

Por conta desse trabalho intensivo e condições precárias de trabalho, um verdadeiro cenário análogo a escravidão, diversos operários morreram e se feriram durante o processo.

Reza a lenda que até caça-fantasmas e pesquisadores de fenômenos paranormais já estiveram por lá. Durante as investigações, foi registrada uma anomalia curiosa: o campo eletromagnético do local chegou a 8, o que, segundo os especialistas, é um dos níveis mais altos já captados.

E foi nesse clima de beleza e mistério que começou nossa Visita Fantasma, um passeio imersivo que mistura história, arte e um toque sobrenatural.

A Visita Fantasma

Hoje, com seus 116 anos, o Theatro Municipal do Rio de Janeiro guarda muitas histórias em seus corredores e nem todas são bonitas. Uma tradição que já faz parte do calendário do espaço é a Visita Fantasma Infantil, realizada pela manhã, às 11h, em formato de caça aos fantasmas. A atividade é uma brincadeira guiada que apresenta o Theatro de forma lúdica, acolhedora e cheia de descobertas para as crianças. 

Material de divulgação Visita Fantasma Theatro Municipal. Reprodução @Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Mas, nesse ano, pela primeira vez, o Setor Educativo do Theatro, com patrocínio da Petrobras, abriu as portas à noite para uma versão adulta da experiência. A Visita Fantasma – Edição Noturna é uma proposta imersiva e interativa, em que o público percorre o Theatro no escuro, explorando sua arquitetura e suas histórias de forma completamente diferente.

A ideia é despertar a curiosidade e convidar os visitantes a desvendar os mistérios que cercam o Theatro, passando por espaços icônicos como o Salão Assyrio, a escadaria principal, o Foyer e outros locais cheios de história e simbolismo.

Ao chegarmos, fomos recebidos pela equipe do Theatro, que nos passou algumas orientações importantes para que a experiência fluísse da melhor forma. Afinal, caminhar por um teatro histórico no escuro exige atenção e cuidado.

Antes de tudo, pediram respeito, tanto pelo espaço quanto pelas pessoas cujas histórias seriam contadas. A guia explicou que ouviríamos relatos de acontecimentos verdadeiros e trágicos que marcaram a história do Theatro.

A experiência foi dividida em duas partes. A primeira, foi mais teórica, aconteceu no Salão Assyrio, onde conhecemos as histórias do local e alguns de seus mistérios. Já a segunda foi mais sensorial, nos levou a caminhar pelos corredores do Theatro, passando pelo foyer e escadaria.

Leia também: Por que amamos o Halloween (mesmo sem viver nos EUA)

Parte 1 | Salão Assyrio

Foto do Salão Assyrio do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Reprodução @Gira.

Localizado no subsolo do Theatro, o Salão Assyrio é um dos espaços mais fascinantes para quem visita o local. Ele contrasta totalmente com a arquitetura europeia predominante no restante do prédio, suas referências vêm das culturas babilônica, assíria e persa, com paredes decoradas e detalhes que remetem ao Oriente Antigo.

O espaço já teve várias funções ao longo do tempo: foi o restaurante Assyrio, palco dos primeiros bailes de máscaras do Theatro, abrigou um cabaré onde Pixinguinha se apresentava com o grupo Os Oito Batutas, e também sediou o antigo Museu do Theatro. Após uma restauração na década de 1970, voltou a funcionar como restaurante até ser fechado novamente.

Durante a primeira parte da visita, a guia nos apresentou relatos antigos sobre o Theatro, retirados diretamente do arquivo deles, notícias publicadas em jornais há mais de 100 anos. Essa escolha, segundo ela, foi feita em respeito às famílias envolvidas nas tragédias mais recentes. Os nomes das vítimas e das pessoas citadas nas matérias também não foram divulgados, em respeito a memória deles.

Além dos relatos, foi exibido um vídeo do programa Domingo Espetacular, que investigou alguns dos mistérios e lendas dos bastidores do Theatro. Nele, funcionários e técnicos contam experiências inexplicáveis: desde aparições da famosa “mulher de branco” até relatos de pias que se abrem sozinhas e vozes que ecoam pelos corredores quando o prédio está vazio.

Deixo aqui o convite para vocês assistirem também e entrarem nesse clima fantasmagórico com a gente!

Trecho do programa Domingo Espetacular. Reprodução/Divulgação @Record.

Há muitas lendas urbanas envolvendo o Theatro Municipal, e uma das mais conhecidas é a da artista francesa Gabrielle Réjane ou, como é chamada pelos funcionários, a bailarina sem pernas. Segundo contam, Gabrielle morreu em um acidente em frente ao Theatro, no qual também perdeu as pernas. Desde então, funcionários afirmam ver uma figura feminina vestida de branco, que flutua pelos corredores ou atravessa paredes.

Mas ela não é a única presença misteriosa. Alguns relatam ter visto um homem de terno, que aparece de repente e desaparece sem deixar rastro. Outros juram ter visto vultos e até uma fumaça em forma de garras, que teria sufocado um funcionário dentro de um camarim.

Ouvir passos ecoando em salões vazios, sussurros que vêm do nada e portas que se movem sozinhas já se tornou quase comum entre os funcionários do Theatro.

Parte 2 | Foyer e Escadaria

Foto por: Daniel Ebendinger/ Instagram: @ebendinger.

Na segunda parte da visita, caminhamos pelos corredores do Theatro no escuro, e foi aí que a experiência ganhou um ar ainda mais teatral com sustos e mistérios.

No Foyer, a guia nos contou sobre a cadeira reservada para Olavo Bilac, poeta e jornalista que morreu em 1918. Amante das artes, Bilac foi o responsável por fazer o discurso de inauguração do Theatro, em 14 de julho de 1909. Até hoje, a tradição manda que os artistas, antes de subir ao palco, passem pela cadeira dedicada a Bilac em busca de sorte.

E, como se não bastasse o clima de tensão, até morcegos estavam presentes! Não vimos nenhum, mas dava pra ouvir o barulho deles ecoando pelos salões. Os funcionários confirmaram que é bem comum os morcegos sobrevoarem o Theatro à noite, o que só deixou a experiência ainda mais sombria e imersiva. 

Foto do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Reprodução @Ensinar História.

Nas escadarias principais, bem em frente a estátua da verdade, encerramos a visita, um dos lugares mais lindos e assustadores à noite. Nas últimas décadas, o local foi palco de dezenas de velórios de grandes artistas brasileiros, o que só aumentou a vibe sobrenatural que envolve o espaço.

Foi ali que descobrimos que alguns atores estavam infiltrados no grupo desde o início, tornando tudo ainda mais intenso e real. Eles faziam parte da história criada especialmente para essa edição, em parceria com o Setor Educativo do Theatro.

Não vou dar muitos spoilers para não estragar a experiência de quem quiser ir às próximas edições, mas, pelo sucesso e a procura que teve, acredito que a Visita Fantasma tem tudo para virar uma tradição do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. 

Veredito

Foi uma experiência única, divertida e diferente, ótima para ir sozinho ou com amigos. Se eu pudesse fazer uma sugestão, seria para que a visita fosse um pouquinho mais longa ou que abrissem mais sessões, já que o público ficou animadíssimo. Mas, como as próprias guias explicaram, esse tipo de atividade exige mobilização de seguranças, guias, atores e equipe técnica, além de precisar do Theatro completamente livre, sem ensaios, óperas ou espetáculos acontecendo.

E você, encararia essa visita fantasmagórica pelos corredores do Theatro?

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      Tags: Halloween Rio de Janeiro Theatro Municipal do Rio de Janeio Turismo
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      Verônica Vieira

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