Convenção das Bruxas não convence como o original | Entenda
Acredito que todos nascidos nos anos 90 já assistiram Convenção das Bruxas pelo menos uma vez na Sessão da Tarde. Sabe aquele com a Anjelica Huston (a Mortícia de A Familia Addams) com uma bruxa grotesca que quer transformar todas as crianças em ratos.
Hoje chega aos cinemas uma nova versão deste clássico juvenil adaptado de um livro de Roald Dahl (autor de Matilda). Desta vez o show é comandado pelo vencedor do Oscar Robert Zemeckis (Forrest Gump) junto a uma equipe tão premiada quanto o próprio e um elenco de peso, como Anne Hathaway cumprindo o papel de vilã.
O que por si já parecia uma promessa de um ótimo espetáculo, no entanto, acabou sendo um dos motivos para o filme ser tão decepcionante apesar de não ser exatamente ruim.
Enredo
Se passando no ano de 1967, o filme conta a história de um jovem garoto (Jahzir Bruno) que após perder os pais vai morar com a avó (Octavia Spencer) na cidade de Demopolis, Alabama. No entanto, quando eles esbarram com uma bruxa em sua pequena vila decidem fugir para um luxuoso hotel a fim de se esconderem.
Mas o que eles não imaginavam é que enquanto chegavam também dava entrada no Resort a Grande Rainha Bruxa (Anne Hathaway). Que trazia consigo, bruxas do mundo inteiro para a convenção onde organizariam seus próximos planos nefastos.
Quebra de Expectativa
Apesar das expectativas criadas, o fantástico substitui o assustador no reboot. Utilizando-se de uma atmosfera divertida e colorida, e efeitos computadorizados enquanto seu antecessor utiliza de brincadeiras com a câmera, efeitos visuais e maquiagens mais grotescas justamente numa forma de mostrar um aspecto mais horripilante.
Por conta do legado da primeira versão e a escolha de montagem do trailer se criou uma expectativa de que a obra se apresentaria mais sombria. No entanto, no decorrer do filme nem as cenas usadas para a divulgação que inicialmente nos davam essa sensação passam mais o mesmo sentimento.
Na verdade, a principal dica para entender o tom da história é o fato que o Chris Rock ser o narrador.
Outro dos pontos-chave desse troca, é a atuação de Hathaway. A Grande Rainha Bruxa de Anne nada mais é que uma caricatura da personagem com seus trejeitos, um sotaque forçadíssimo e a computação gráfica.
Como uma personificação do “Quem vê cara, não vê coração”, no original as bruxas eram algo grotesco para as crianças temerem. Nesta versão simplesmente causam estranhamento contribuindo para tirar o aterrizante da obra, por exemplo.
O que funcionou no filme?
Mas apesar de podermos ler o reboot como fantástico juvenil, um de suas maiores qualidades é que não é falso. Em nenhum momento os efeitos ou a computação gráfica realmente saltam aos olhos como um Trash Sci-fi.
Uma das alterações que melhor funcionou no filme foi a decisão da narrativa de contar a história no Alabama invés do cenário do livro a Inglaterra. Assim então contando como protagonistas uma familia negra, com Octavia Spencer interpretando a avó do novato Jahzir Bruno que brilha no papel de protagonista. E com isso trazendo mesmo que em apenas detalhes questões racionais pertinentes.
Convenção das Bruxas é um daqueles filmes que pode até ser divertido de se assistir, desde que não tenha expectativas ou uma ideia pré-estabelecida. Com a decisão de ser mais fiel ao livro que o original, a história acabou se tornando um tanto sem sal para os que estariam revendo, mas é uma boa pedida como passatempo para assistir com as novas gerações.
1 Comment
Decepcionado em saber disso, a graça era o horripilante… mas irei assistir pra passar raiva e dizer “na minha época, era mais legal”… eheheheheh