Fate: A Saga Winx | Vale a pena ver?
Fate: A Saga Winx um dos lançamentos mais esperados do ano finalmente estreou na Netflix e a pergunta quer não quer calar é: vale a pena ver?
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As Expectativas em cima da série
Para quem não se lembra, a série é, ou deveria ser, inspirada no desenho italiano que marcou gerações: Clube das Winx, e por isso desde sua confirmação existia uma grande expectativa em ver como nossas fadas favoritas seriam representadas em uma versão live action.
Porém, desde a divulgação do trailer, ficou claro que série se distanciava em muito do desenho e que nem todas os personagens estariam nela. Apesar das críticas negativas e da avaliação péssima no Rotten Tomatoes, de menos de 40%, me dispôs a assistir e dar uma chance a nova proposta.
Dessa maneira, a pergunta que vou tentar responder aqui hoje é: apesar dessas diferenças ainda vale a pena ver Fate: A Saga Winx?
Fate: A Saga Winx
Sinopse: “Ao começar os estudos em Alfea para dominar seus poderes, Bloom conhece os novos colegas. Enquanto isso, um segredo vem à tona.” (Via Netflix).
Mas como assim a série se distanciou do desenho? É até complicado responder essa pergunta, pois é difícil determinar o que se manteve original. Já que a série live action parece manter apenas os nomes e alguns detalhes soltos da história de O Clube das Winx.
Apesar disso causar certo estranhamento e uma quebra de expectativa, não seria um grande problema se a história apresentada em seguida fosse bem desenvolvida. O que muitas vezes não é o caso.
Entre as principais mudanças estão em como Bloom descobre seus poderes e a não presença de Tecna, uma das fadas principais do desenho. Nessa versão a vida de Bloom tem uma carga bem mais dramática e obscura, uma escolha interessante, mas mal desenvolvida ao decorrer da trama.
Por sua vez, para seguir essa linha mais dramática toda a fotografia da série brinca com tons mais escuros e opacos. Bem diferente dos tons alegres e bem coloridos de O Clube das Winx.
Dessa forma, a nova série da Netflix tenta seguir uma linha de fotografia bem similar a outros sucessos adolescentes como Riverdale e O Mundo de Sabrina.
E isso ela consegue fazer muito bem, com uma fotografia bonita e efeitos especiais agradáveis, a série poderia ter facilmente se desassociado da imagem do desenho e se tornado uma série realmente gostosa de assistir. Porém, ficou faltando dois elementos essenciais nessa trama: os personagens e uma trama mais envolvente e amarrada.
Os Personagens
Apesar da série propor falar sobre a amizade das Winx, e realmente ter elas como principal foco da trama, essa relação poderia ter sido melhor desenvolvida. Principalmente a amizade com Stella, que a primeiro momento parece uma antagonista, é subdesenvolvida e pouco trabalhada.
Por muitas vezes a amizade delas parece funcionar como uma mágica onde mesmo sem nada ter acontecido todas viram amigas, sem uma base de desenvolvimento. Desse modo, apesar da amizade delas garantir cenas muito interessantes, não é muito bem construída e por isso não convence.
Com apenas seis episódios, a série parece não ter tempo o suficiente para introduzir e desenvolver todos os personagens que se propõe a apresentar, muito menos desenvolver realmente a trama. Uma das impressões que fica é que em prol de desenvolver a Bloom e a busca das suas origens, os outros personagens ficaram de lado.
Consequentemente, conhecemos pouco sobre o mundo das fadas, a escola, os outros personagens, ou mesmo a vida das outras Winx. Apesar de algumas delas terem tido um arco, e terem introduzido temas importantes: como insegurança, bullying, e relacionamentos, tudo isso é superficial e não parece realmente ter importância para a trama da série como um todo. Por exemplo, Bellatrix, uma das “vilãs”, que deveria ter tido um super desenvolvimento acabou tendo sua história sendo desenvolvida de forma corrida e insuficiente.
O mesmo acontece com Stellla, uma das personagens preferidas do público no desenho, que teve sua personalidade mudada drasticamente. Apesar de seu arco ser o mais interessante da trama, até ele não tem um desenvolvimento bom o suficiente.
Contudo, Fate: A Saga Winx acertou em parte na escolha do elenco, e talvez possa consertar seus erros numa próxima temporada, caso a Netflix a renove.
A Trama
Sendo assim, a história acaba se tornando repetitiva e um pouco enfadonha, utilizando-se de clichês adolescentes já muito batidos como rivalidade feminina em prol de um mesmo interesse romântico. Em muitos momentos, a série parece ser uma reciclagem de muitas coisas que já vimos. Erro inclusive que não existe só em Winx, mas em muitas séries adolescentes sendo transmitidas atualmente.
Tentando dar um tom mais obscuro, a série escolhe trazer um ar de fantasia a série para que as fadas possam usar seus poderes e lutar contra o mau. Mas em meio a tantos acontecimentos mal contados, a trama principal se perde e se torna desinteressante. Assim, todo o mundo sobrenatural que deveria ser o maior charme da série se torna seu principal defeito.
Apesar disso, a série consegue, principalmente nos primeiros episódios, nos distrair com seus personagens e nos instigar a querer saber o que aconteceria depois. E é claro criticar as ações inconsequentes e idiotas de Bloom.
Desse modo, mesmo com muito a melhorar, ainda vale a pena ver para matar a curiosidade e conhecer a nova cara das personagens que por tanto tempo amamos. E também nos questionarmos, porque a maior parte do elenco é branca quando uma das características mais legais do desenho era sua diversidade? Para essa pergunta não tenho nenhuma resposta boa. #ficaoquestionamento
E aí já assistiram a série? Gostaram? Comenta aqui embaixo!
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Revisão: Leandro Reis
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