Breaking Bad | O episódio da mosca é mesmo o pior episódio da série?
Não é novidade que Breaking Bad é uma das melhores séries de TV já produzidas. Mas mesmo com tanta excelência, uma das grandes polêmicas ainda é o episódio “Fly”, ou o “episódio da mosca”. Afinal, ele é mesmo o pior da série?
Dirigido por Rian Johnson (Star Wars: Os Últimos Jedi e Entre Facas e Segredos), o episódio 3×10 teve um motivo para acontecer: baixo orçamento. Era necessário apenas um cenário e dois personagens, o que custou pouco, se comparado às demais produções.
Mas, “Fly” talvez seja o principal episódio que desperta dois sentimentos extremos no espectador: amor ou ódio. Nele, o foco de Walter White (Brian Cranston) se resumia a caçar uma mosca dentro do seu laboratório de metanfetamina, com a ajuda de Jesse (Aaron Paul). O medo era de que o inseto pudesse contaminar toda a produção do lote, que geraria um desperdício para a dupla.
A metáfora da mosca
No desenrolar da narrativa, percebemos que Walter fala sobre a remissão do câncer e sobre a morte de Jane (Krysten Ritter), a amada de Jesse. Mas para alguns fãs a mosca seria a representação de uma culpa carregada por Walter, tanto a ponto de tirar seu sono.
Além do sentimento de culpa, a mosca poderia simbolizar a necessidade de Walter em manter o controle de tudo. E isso fica ainda mais evidente quando ele deixa de ser um mero professor, sem tanta expressão, para se tornar enfim o Heisenberg, o produtor referência do cristal azul.
Leia Mais: Walter se tornou ou sempre foi Heinsenberg? Uma breve análise
Ainda há quem defenda que o episódio tenha sido uma profecia de como o câncer poderia afetar, sobremaneira, a personalidade de Walter.
Isso porque, durante o diálogo, Jesse conta como sua tia (falecida por causa do câncer) se tornou obsessiva sobre um gambá que rodeava sua residência. Apesar de ter sido capturado, ela ainda ouvia os passos do animal e, a partir disso, a família descobriu como a metástase do câncer provocou alterações cerebrais nela. (Via Amigos do Fórum)
Traçando um paralelo com Walter, podemos observar que, apesar da remissão do tumor na terceira temporada, no final da série vemos que a doença se alastrou e não tinha mais volta. Por isso, vemos a transição de um Walter bondoso para um Walter perverso – tanto que ele explode um quarto de asilo, mata Mike (Jonathan Banks) e todos à sua volta, para evitar o vazamento dos seus segredos.
E, considerando o brilhantismo de Vince Gilligan, as chances de que a história da tia de Jesse seja diretamente relacionada com o que poderia acontecer com Walter White são bem altas. Até porque em Breaking Bad, não existem pontas soltas, certo?
Aspecto negativo
Essa carga metafórica pode ter sido uma tentativa forçada de reconhecer algo positivo num episódio sem cenas emocionantes ou grandes revelações. Talvez se o episódio não tivesse acontecido, ainda assim, daria para perceber o crescimento dos personagens principais, ao longo da série.
A frustração maior pode ter sido a expectativa alta sobre ser um episódio esperado numa temporada que se desenhou de uma forma mais complexa do que a duas primeiras. Pode ser que essa quebra de expectativa fosse importante para que o público pudesse perceber que, sim, a série poderia surpreender – independentemente da maneira.
Ruim ou não, o que importa é que o ditado “falem mal ou falem bem, mas falem de mim” continua atemporal para Breaking Bad. Esperamos que permaneça dessa maneira!
E você, o que achou do episódio da Mosca? Deixe seu comentário!
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Revisão: Leandro Reis
2 Comentários
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Será que esse ep foi de fato de baixo orçamento? Tem alguns efeitos especiais fodas nele, como a queda do Walt. É praticamente um mini plano sequência, em que é filmada a queda dele, com a câmera correndo na direção dele e mostrando claramente o rosto do Bryan.