
Você precisa ler: Amanhecer na Colheita
Amanhecer na Colheita, lançado em 2025 pela Editora Rocco, é o mais novo livro de Suzanne Collins ambientado no universo de Jogos Vorazes. A obra funciona como uma prequel e acompanha a juventude de Haymitch Abernathy, muito antes dos acontecimentos da trilogia original.
A trama se passa durante a 50ª edição dos Jogos, também conhecida como Segundo Massacre Quaternário, que levou o dobro de tributos à arena, e revela as perdas que moldaram para sempre a personalidade de Haymitch.

O que esperar desse livro?
Talvez Amanhecer na Colheita tenha conquistado seu lugar como um dos — senão o — livros mais tristes de toda a saga Jogos Vorazes.
A leitura me envolveu de forma avassaladora, do início ao fim, em partes pela escrita impecável de Suzanne Collins, mas também, pela forma como ela nos entrega a versão mais jovem de Haymitch, um garoto que amava profundamente sua família, seus amigos e sua namorada. Como não torcer por alguém que luta até o fim por aquilo que acredita?
Personagens como Louella, LouLou, Maysilee, Wyatt e Ampert também conquistaram um espaço no meu coração, fazendo-me desejar, mais de uma vez, que o destino tivesse sido diferente para eles, assim como para aqueles que já conhecemos: Mags, Wierss, Beete e o próprio Haymitch.
Como esse livro se conecta aos outros?

Não passa despercebido como a história de Haymitch se conecta à de Katniss em inúmeros pontos. A semelhança entre os dois é evidente, desde o modo como se comportam na Capital até a escolha de seus aliados.
Pessoalmente, eu diria que a forma como ele enxerga Katniss — fazendo com que o apelido “queridinha” surja naturalmente, por ela lembrá-lo de Louella — torna ainda mais poético o fato de que a revolução que Katniss lidera, e que por fim põe fim à Colheita, teve seu início com ele.
E isso nos leva ao lendário Presidente Snow, que mais uma vez se revela uma figura desprezível em tantos níveis. O pouco afeto e compreensão que se constrói por ele em A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes desaparece por completo já em sua primeira aparição em Amanhecer na Colheita.
Sua crueldade, em diversos momentos sem justificativa, é capaz de nos deixar enojados. E a forma como decide se vingar de Haymitch por tê-lo enfrentado é fria demais, lembrando-nos exatamente de quem ele é.
A dor e a força de Haymitch em Amanhecer na Colheita

Reprodução/Divulgação Editora Rocco.
Ainda assim, é inevitável não pensar que este é, acima de tudo, um livro sobre perdas. Ao longo da trama, vemos Haymitch perder seus aliados, sua família e sua namorada, e no final, somos forçados a testemunhar a maior perda de todas: a perda de si mesmo.
Ele jamais voltará a ser quem era antes dos seus dezesseis anos. Vê-lo se afastar dos poucos amigos que ainda restam, como uma forma de proteção, é algo que mexe profundamente com o leitor — ao menos, mexeu comigo.
O epílogo nos oferece um leve conforto — porque, apesar de tudo, ele nunca mais precisará comemorar um aniversário durante a colheita.
Para Haymitch, deixo toda minha admiração e respeito. Ele é um personagem incrível, e sinto muito por tudo o que foi forçado a enfrentar.
E você já leu o Amanhecer na Colheita? Qual momento mais partiu o seu coração nesse livro?