
Coringa 2 é tudo que esperávamos?
Olá, Turners! Finalmente, Coringa 2 estreou, e claro que a Turn foi chamada para conferir de perto esse filme, que mal estreou e já está dando o que falar. Estou aqui para contar um pouco sobre o que vocês podem esperar do filme, e claro, sem spoilers.
O Filme
Com roteiro de Todd Phillips e Scott Silver, o filme se passa pouco tempo depois dos acontecimentos do primeiro filme. Arthur Fleck (Joaquin Phoenix) está na prisão à espera de seu julgamento pelos assassinatos cometidos e, ao ser dirigido para uma aula de música como forma de trabalhar as emoções reprimidas, ele conhece a Lee Quinzel (Lady Gaga), uma das pacientes da ala da psiquiatria.
O Diferencial
O “Joker” de Joaquin Phoenix, diferente dos outros vistos nos cinemas, apresenta sua psicopatia como uma “consequência” não apenas dos abusos sofridos na infância, mas também de problemas mentais.
O filme, Coringa: Delírio a Dois, aprofunda essa questão, explorando uma dualidade crucial. A advogada de Arthur, interpretada pela atriz Catherine Keener, defende que os assassinatos foram cometidos pelo “Joker”, e não por Arthur Fleck. Essa ideia corrobora com a construção da confusão mental do personagem de Joaquin Phoenix, que não sabe mais quem é.
Ao longo do filme, nosso novo Coringa se vê preso entre suas duas identidades e sem saber em quem realmente acreditar — se na advogada, que o vê como vítima de sua própria condição — ou em Lee, que o ama como Joker. A relação com Lee pesa na decisão do seu conflito interno, pois ao perceber que não está mais sozinho, Arthur acaba abraçando completamente sua persona de Coringa.
O Musical
Sim! O filme é um musical, e confesso que, quando essa notícia saiu, fiquei apreensiva, pois parecia uma escolha desnecessária. No entanto, o diretor se arriscou e tomou essa decisão ousada, entregando assim um musical do início ao fim, com músicas profundas, fotografias icônicas e performances impactantes. Phoenix e Gaga realmente brilharam em seus números musicais, fazendo-os se encaixar na história.
“Recebi um pouco de pressão por dizer que não é realmente um musical. Eu não estava dizendo isso porque tenho medo do termo ‘musical’. Eu adoro musicais, e o filme definitivamente contém música. Pode até ser um musical.” — Compartilhou Todd Philips durante entrevista para a Entertainment Weekly.

No primeiro filme, já vimos que Arthur se identificava com a música, mas, nesta sequência, ela é de fato explorada como uma ferramenta poderosa para expressar seus sentimentos mais profundos. Logo no início do filme, quando Arthur conhece Lee na sessão de musicoterapia, o terapeuta de Arkham diz: “a música cura as fraturas dentro de nós”.
Acredito que isso tenha tido um impacto significativo em Arthur, que depois dessa sessão começou a criar uma conexão mais forte com a música e começou a usá-la de forma a expressar suas emoções reprimidas.
“O que acontece quando um cara que ouve música dentro de sua cabeça encontra o amor pela primeira vez na vida? Talvez a música que ele ouve dentro de sua cabeça comece a sair. Por que essa música não sairia quando ele conhece alguém que lhe dá a hora do dia? Seu maior problema no primeiro filme, fora do trauma de infância, era uma grave falta de amor” — explica Phillips sobre a musicalidade na vida de Arthur.
Embora as músicas estejam ligadas a performances no campo da fantasia, em “Delírio a Dois”, o filme também rompe essa barreira. Os personagens cantam de repente, substituindo o diálogo, o que reforça a imersão na fantasia, já que muitos dos duetos e apresentações ocorrem na mente dos próprios personagens, criando uma junção da realidade e a fantasia.
A introdução do musical casou perfeitamente com a ideia de dualidade que Arthur está vivenciando. Através da música, os personagens expressam seus sentimentos mais sinceros, e há uma distinção clara: quando Arthur canta para os outros presos em sua cela, é ele quem canta; mas, em sua mente, quem está performando é o Joker.
“Ele tinha problemas. Claramente. Mas, há uma luz, uma beleza e um romance dentro dele (…) Foi algo sobre o qual Joaquin e eu conversamos no começo; sim, ele está fora de sintonia com o mundo. No entanto, há um romance dentro dele, e há música dentro dele.”
Todd Phillips durante entrevista para a Entertainment Weekly.
Precisamos falar sobre Harley Quinn

Lady Gaga está impecável no papel de nossa querida Arlequina. Entregou tudo, na atuação, performances, figurinos, um verdadeiro espetáculo! No entanto, fiquei com a sensação de que faltou algo a mais em relação à personagem. Em alguns momentos, parecia que o filme iria se aprofundar em sua história, mas acabava apenas arranhando a superfície.
Nossa diva pop foi impecável nas cenas, transmitindo com precisão a loucura de Lee, mas não foi o bastante. Sinto que, por ser quem é, a aproveitaram muito mais como cantora, o que é uma pena, pois ela já demonstrou potência suficiente como atriz para merecer mais tempo de tela e desenvolvimento.
A personagem poderia ter ido muito além das cenas de fantasia. Isso teria permitido uma exploração mais profunda de sua personagem e enriquecido ainda mais o filme.
O Veredito
Apesar de Phillips ter conseguido mostrar a importância do musical fazer parte desse filme, ter atuações brilhantes com performances maravilhosas e trilha sonora que capta a atenção do telespectador para a mente do palhaço. Ainda acredito que uma sequência, especialmente com musical, não era necessária.
O filme não é ruim e apresenta uma proposta interessante, mas não possui nada de surpreendente. Ele soa mais como um bônus, para saber o que aconteceu com o famoso Joker, depois que estabeleceu caos na cidade. A ideia é interessante, mas não o suficiente para sustentar um filme de 140 minutos.
Coringa: Delírio a Dois estreia dia 3 de outubro nos cinemas.
Vai assistir e depois conta aqui nos comentários o que você achou!