
Crítica | Ele realmente é um Bom Menino!
Olá, turners, assisti a Bom Menino (2025) — sim, aquele filme de terror contado sob a perspectiva de um cachorro que todo mundo comentava sem parar há alguns meses — e vim dar meu veredito. Se você ficou curioso igual a mim, então vem comigo que eu te conto um pouquinho dessa experiência!
Qual é a história do filme?
Com 89% de aprovação da crítica no Rotten Tomatoes, o terror independente Bom Menino (Good Boy) vem chamando bastante atenção do público. Na trama, acompanhamos Indy, o fiel companheiro de seu dono Toddy (Shane Jensen), que decide largar a vida na cidade grande e se mudar para a antiga casa de seu avô, isolada no meio da floresta — aquele clássico cenário de terror.
Enfim, o que para Toddy parece um ótimo recomeço, para Indy logo se transforma em um verdadeiro pesadelo. Desde o início, o cachorro começa a sentir uma presença estranha na casa e passa a ser assombrado por visões do antigo morador e seu cão. Determinado a proteger seu dono de um intruso que se esconde nas sombras, Indy precisa reunir toda a sua coragem para enfrentar o mal que ronda o lugar.
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Sobre o filme

Não vou dar spoilers, mas confesso que isso vai ser um desafio, afinal, o filme traz uma abordagem tão diferente que qualquer detalhe a mais já pode estragar a experiência. Basicamente, acompanhamos um jovem que tem a brilhante (ou péssima) ideia de se isolar em uma casa antiga no meio do mato. Mas, dessa vez, a história não é sobre ele: é sobre seu cachorro, Indy, que vai junto com ele nessa mudança.
Sendo assim, tudo no filme é propositalmente vago. As conversas entre os adultos, embora revelem informações importantes, acontecem de forma fragmentada, muitas vezes por telefone ou à distância, quase como se estivéssemos ouvindo de longe. E essa é justamente a intenção, já que Bom Menino é contado inteiramente da perspectiva do cachorro.
Os planos de filmagem também corroboram com essa ideia, a câmera raramente foca nos rostos humanos e se mantém em ângulos mais baixos, como se realmente estivéssemos vendo o mundo pelos olhos de Indy. Embora ele saiba que tem algo de errado, o cão não compreende exatamente o quê, e essa falta de entendimento cria uma tensão emocional muito humana, mesmo sendo vista pelos olhos de um animal.
À medida que o mistério cresce, Indy tenta de todas as formas proteger seu dono das sombras que parecem se mover pela casa, sem nunca entender de onde o perigo realmente vem.
E esse talvez seja um dos maiores acertos do filme: o foco total no relacionamento entre o cachorro e seu dono, na lealdade, na preocupação e nesse instinto de proteção que dispensa tradução. Indy está sempre em alerta, acompanhando cada movimento, cuidando da casa e tentando garantir que seu humano esteja seguro.
Vale a pena ver?

O filme é mais tenso do que eu imaginei, e talvez até mais profundo do que parece à primeira vista. Ele aborda temas como doenças terminais, luto, traumas e a busca por nostalgia e familiaridade como forma de lidar com a dor. E, claro, destaca o vínculo entre o cachorro e seu dono.
Em muitos filmes, vemos os humanos apegados aos seus pets, retratados como “o melhor amigo do homem”. Aqui, é diferente: vivenciamos o laço real e silencioso dessa relação, sem a necessidade de uma voz falante ou truques de animação. É justamente nesse silêncio que o filme encontra sua força emocional.
E dá medo?

Confesso que fiquei com vontade de pegar o cachorro pra mim. E sendo sincera, fiquei bem apreensiva assistindo não só pela tensão que o filme traz, mas também pela preocupação constante com o Indy. Sou muito pet lover, então a minha maior aflição era ver o cachorro sofrer — e, claro, torcer pra que ele não morresse, né?
Acredito que esse seja um dos pontos altos do filme. Apesar de toda a ansiedade e das situações tensas pelas quais o cachorro passa, a direção mostra que não é preciso recorrer a cenas grotescas, sangrentas ou excessivamente violentas para prender o público e entregar um bom terror.
Pelo contrário, o filme é carregado de suspense. A ambientação é escura, com poucos focos de luz, vultos e longas tomadas do vazio, que deixam a sensação de que algo vai pular na tela a qualquer momento. E como a estrela é o cachorro, ver tudo pelo ponto de vista dele torna a experiência ainda mais única.
Se antes víamos um cachorro olhando para o nada enquanto a câmera seguia o protagonista humano, dessa vez é o contrário: seguimos o Indy até esse “nada”, vendo o que ele vê e sentindo o que ele sente enquanto desbrava a casa abandonada tentando entender o que está acontecendo. E a sensação é péssima — no melhor sentido possível, já que é um filme de terror.
Então, parabéns aos envolvidos! Com um orçamento de apenas 2,3 milhões de dólares, Bom Menino faz um verdadeiro milagre e entrega um resultado surpreendentemente eficaz. Mas e você, conseguiria assistir sem problemas? Deixa nos comentários.
Bom Menino estreia nos cinemas dia 30 de outubro.
PS: Se você é uma pessoa ansiosa como eu e precisa saber se o cachorro morre antes de ver, comenta aqui que eu te conto.