Crítica | Lightyear cumpre promessa de emocionar adultos e crianças
Seja você adolescente ou adulto já deve ter visto e se emocionado com Toy Story. A saga icônica da Pixar marcou a infância de muita gente, inclusive a minha, o que explica um pouco da expectativa e do medo em torno de Lightyear. Depois de Toy Story 4, que já foi uma adição não esperada, existia uma certa incerteza e medo de como uma história de Buzz poderia ser incluída nessa trama.
Valeu a pena a Pixar contar essa história?
Um dos meus maiores medos era que o filme fosse algo puramente comercial. Mais do que tudo, era essencial que o enredo fizesse sentido e trouxesse elementos novos. Apesar de a maneira da história ser incluída beirar a facilitação de roteiro, faz sentido e, indiretamente, nos conta um pouquinho mais sobre Andy.
Não se enganem, a história não é sobre ele e sim sobre o seu filme favorito. Buzz Lightyear, o boneco que conhecemos, é uma versão do herói que inspirou a infância de Andy e não é difícil entender o porquê. O Buzz que conhecemos em Lightyear é bem diferente do boneco de Toy Story, é um personagem corajoso, determinado, leal, divertido, mas também humano, com inseguranças, medos e erros que vemos lindamente ao longo da trama.
Apesar de estar longe de ser o melhor filme da saga, é um filme lindo esteticamente e com uma história que mesmo sendo simples é capaz de nos emocionar – não por conta de surpresas ou grandes plots twists, já aviso: não é algo que você vai encontrar nesse filme. Na verdade, ele é bem previsível, mas isso não tira a intensidade dos sentimentos e medos abordados.
Sua simplicidade em alguns momentos parece até proposital. Uma espécie de recado para todos nós que pensamos que temos todo o tempo do mundo. Assim, ver a história do Buzz nos permite refletir e levar considerações para casa sobre nós mesmos, seja você uma criança ou um adulto, por isso, seria impossível dizer que esse filme não deveria ter sido feito, mas seria difícil também dizer que não poderia ter sido feito de uma melhor forma.
No que o filme peca?
Logo no início dessa lista está seu roteiro, que é simples, previsível e nem sempre dinâmico. Tudo isso torna a experiência maçante em alguns momentos, e um pouco desafiadora.
Ao contrário de outros filmes da Pixar, Lightyear traz personagens que funcionam nessa obra, mas que não convencem para sequências futuras. Já que com exceção de Buzz, todos os personagens têm um desenvolvimento breve e extremamente superficial. Até mesmo o vilão não ganha muito tempo de tela e é derrotado de uma maneira simples demais, passando a impressão que, no fim, todos os personagens, inclusive o vilão, poderiam ser facilmente substituídos.
Sendo assim, definitivamente o filme pode decepcionar quem entra na sala de cinema esperando um Lotso, ou um filme tão bom quanto Toy Story 3. Sua história superficial e previsível demais não permite que a gente se envolva tanto na história quanto nos envolvemos em Frozen e Moana, por exemplo.
Assim, Lightyear deixa a desejar na dinamicidade e no desenvolvimento, o impedindo de se tornar inesquecível. No entanto, mesmo com todos esses erros, seus acertos tornam a experiência de assistir muito divertida se você souber olhar para as coisas certas.
No que Lightyear mais se destaca?
Um dos pontos altos sem dúvida é como, apesar do novo filme ter uma proposta um pouco diferente, ainda assim continuar sendo o tipo de filme que funciona tanto para crianças quanto para adultos. Com alguns personagens cativantes e interessantes, a Pixar cumpriu mais uma vez a promessa de entregar uma história inspiradora e divertida.
Desse modo, com piadas bem acertadas e uma dublagem que funcionou muito bem, o longa se mostra como uma obra que sem dúvida vai divertir muita gente, especialmente as crianças. Talvez não o suficiente para ser um filme favorito, como Luca e Toy Story 3, mas o bastante para não ser esquecido, por conta das emoções e medos abordados, e também pela representatividade, que mesmo sendo pequena está ali.
Além disso, não tem como falar sobre esse filme e não glorificar de pé o trabalho visual dele. Se uma coisa foi bem feita foi a representação do Espaço Sideral, que é magnífica e dá uma sensação completamente imersiva à experiência.
Por último, mas não menos importante, está o fato de como o filme traz a amizade sendo o cerne das relações e acontecimentos. Enfim, ainda que seja de forma superficial, a mensagem transmitida não perdeu seu valor e força, pois é a partir dela que conhecemos nossos personagens e nos inspiramos a nos tornar a melhor versão de nós mesmos. Uma lição que até pode ser clichê, mas que continua válida, tenha você a idade que tiver.
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