Megan diverte, mas não é exatamente um filme de terror
Seja qual for seu gênero, uma coisa é certa, você já brincou com um boneco ou uma boneca. Esse tipo de brinquedo nos remete a algo muito específico, a uma época de inocência e de imaginação. No nosso mundo infantil, nossos bonecos poderiam ser qualquer coisa, e na nossa inocência, no geral, eram coisas boas, mas e se não fossem?
É dessa premissa, que poderia facilmente ter sido inventada por uma criança, que filmes e lendas envolvendo brinquedos se espalham por aí. Pois, no fim, todas essas histórias encontram em nós identificação, já que todos nós fomos crianças e brincamos com algum tipo de boneco.
Dessa maneira, é sempre interessante ver filmes de terror que brincam com uma época tão inocente das nossas vidas. O novo filme de terror: Megan, vem com a mesma premissa de Chucky, só que dessa vez a boneca do mal foi criada com uma inteligência artificial, o que traz nuances bastante interessantes!
Como não esperar muito?
Um dos filmes de terror mais esperados, isso se dá não só pela premissa interessantíssima ou pelas discussões atuais que o filme traz, mas também pelos nomes envolvidos no projeto. Em primeiro lugar, o criador dessa história é ninguém menos que James Wan, responsável por títulos como Invocação do Mal e Jogos Mortais. E para completar, o produtor é Jason Blum, que já trabalhou nessa posição em filmes como A Morte te dá Parabéns e Vidro.
Dessa maneira, chegar ao cinema sem uma expectativa é bem difícil, mas se tem uma coisa que posso dizer é que o longa entrega um enredo muito divertido e inteligente. No entanto, é importante mencionar que algumas pessoas podem se decepcionar, já que Megan não é exatamente um filme de terror.
Pois, ainda que tenha muitos momentos de tensão e certo desespero, a narrativa foca muito mais em nos apresentar os dilemas das nossas protagonistas. Tia e sobrinha que se veem obrigadas a se tornar uma família muito rapidamente. Sem que nenhuma das duas estejam prontas para isso, assistimos Gemma, uma roboticista de uma empresa de brinquedos, criar uma boneca com inteligência artificial, visando torná-la uma companheira das crianças. Em especial da sua sobrinha Cady, que está passando por um momento difícil que Gemma não sabe bem como lidar.
Assim, trazendo discussões sobre o uso da tecnologia na criação dos filhos, não demora muito para que a companheira perfeita saia do controle e se mostre, na verdade, muito vingativa, irônica e maldosa. Com mortes criativas e cenas hilárias, o filme é extremamente divertido e não deve te decepcionar se você for assistir com a mente aberta e sem grandes expectativas.
Se não é bem terror, o que devo esperar?
Espere uma história bastante equilibrada, que traz desde ótimas cenas de suspense até ótimos momentos de drama e humor. Enfim, ainda que o terror seja importante, o maior objetivo do filme não é te causar medo, mas te fazer se importar com aquela história.
E em segundo plano, te fazer enxergar uma crítica social extremamente importante. Com tablets e celulares, não é difícil ver pais entregando a criação dos seus filhos para a tecnologia, mas se o filme mostra algo muito bem, é que nada substitui a presença de uma figura paterna/materna na vida de uma criança.
No entanto, fique tranquilo que essa crítica aparece como plano de fundo e não é exatamente o foco da narrativa. Mais do que tudo, Megan é um filme divertido e que vem nos entreter com cenas icônicas que vão nos distrair por algumas horinhas e nos deixar bastante angustiados em alguns momentos!
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