Novo livro de Galvão Bertazzi é Caótico como o Brasil

Talvez você nunca tenha ouvido falar dele, mas deveria. Galvão Bertazzi é um cartunista experiente e bastante renomado na cena. Famoso por sua habilidade de discutir a banalidade da nossa existência, é o tipo de autor capaz de te levar de volta a outro tempo. Tudo pela intensidade dos seus desenhos e das suas tirinhas, que divertem ao mesmo tempo que retratam a realidade daquele momento.

Não é diferente com a sua nova coletânea, que reúne variadas tirinhas publicadas na série “Vida Besta“. Criada em 1998, apesar do tempo em curso, sua obra segue relevante. Não só por conta da sua identidade visual, mas principalmente pela coragem de Galvão Bertazzi em expressar todos os seus sentimentos caóticos diante da realidade.

Dessa maneira, ler seu material é uma experiência bastante instigante, pois nos convida a ver a realidade com outros olhos enquanto nos mostra que não estamos sozinhos. Assim, sempre preocupado em expressar os sentimentos comuns do cotidiano, suas tirinhas ganharam um espaço ainda maior com a eleição do Presidente Bolsonaro e a chegada da pandemia, por exemplo.

Como era de se esperar, o cartunista trouxe os sentimentos autênticos desses momentos para essas tirinhas, que se tornaram parte da nova coletânea publicada pela Editora Mino: Vida Besta: Fim do Mundo. Reunindo tirinhas de 2018 até meados de 2022, a leitura do livro é uma verdadeira viagem no tempo. Nos conduzindo de forma bem-humorada e apocalíptica por tempos difíceis e bastante complicados. Tudo isso desenhado com o traço caricato e as cores quentes tradicionais de Bertazzi.

Ponto de Atenção

Por conta disso, não recomendo a leitura para todos. Nem todos estamos prontos para revivenciar essa experiência dos últimos anos e, se isso ainda for um gatilho para você, recomendo aguardar um pouco mais para dar uma chance à obra.

Agora, se esse não é o seu caso, recomendo que vá fundo e reflita bastante sobre as variadas questões apresentadas. Separe um tempo para refletir sobre tudo que passou nos últimos anos, e talvez perceba que tem muito em comum com Galvão Bertazzi. Um brasileiro como todos nós, que já passou por muita coisa, mas que vê na expressão como uma forma de mudança.

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