Pantera Negra | Killmonger: vilão ou anti-herói?
O longa Pantera Negra (2018) se destacou como uma das produções mais promissoras do Universo Marvel. Um dos principais motivos é Erik Killmonger (Michael B. Jordan): afinal, ele é vilão ou anti-herói?
Qual é a diferença entre o anti-herói e o vilão?
Vale lembrar que anti-herói é aquele protagonista que tem alguns comportamentos de vilão. Ele pode ser desagradável e igualmente transmitir carisma. É como se fosse um herói imperfeito, com bons propósitos, mas com meios de execução duvidosos – quiçá maldosos. Exemplos conhecidos são Deadpool, Wolverine (X-Men), Rorscharch (Watchmen) e Venom.
Além disso, o anti-herói busca fazer sua própria justiça, tem suas próprias leis, é solitário e geralmente conta com um passado sombrio. É um bom moço, mas com inúmeros problemas internos, o que dificulta ser uma boa pessoa o tempo todo.
Diferente do anti-herói, o vilão é alguém que representa a maldade. Alguém que tem ações ruins e se orgulha de suas atitudes. Ele não se importa com as consequências e isso, de certa forma, é prazeroso. Sobre os exemplos, temos o Ego (Guardiões da Galáxia), Caveira Vermelha (Capitão América) e, claro, Thanos.
O desenvolvimento de Erik Killmonger
Então, temos Erik Killmonger. Alguém que busca justiça para os grupos menores da sociedade, mesmo que precise armá-los. Ele intenciona combater a desigualdade social e, para isso, a única solução seria fornecer vibranium, permitindo o acesso a Wakanda. (Via Adoro Cinema)
Nesse sentido, a ideia de promover a igualdade é proporcional à sua angústia. Ele sabia de suas origens, apesar de órgão, após o assassinado pelo seu próprio tio, T’Chaka (John Kani).
Porém, Killmonger é retratado, quase sempre, como problemático. Somente a partir do duelo em que ele derrota T’Challa (Chadwick Boseman) é que consegue comprovar sua imponência. E é aí que começa o desenvolvimento do afeto pelo (não necessariamente) vilão.
Mesmo sabendo que T’Challa é o legítimo a assumir o trono de Wakanda, em diversos momentos, podemos perceber que os propósitos de T’Challa e Killmonger são semelhantes, mas os meios para execução, não são. Enquanto o primeiro prefere manter Wakanda em sigilo, o segundo opta por abrir o país ao mundo e fornecer vibranium para armar a minoria.
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Além disso, Killmonger não se importa em assumir posturas maléficas, enquanto T’Challa é mais equilibrado. Então, fica o questionamento: até que ponto os fins realmente justificam os meios?
Nossas considerações
Mesmo que o filme tenha mostrado mais seu lado sombrio do que afetuoso, Killmonger tem um bom coração. Para uma criança negra, criada em Oakland – um dos locais que, na nossa realidade, serviu como palco para crimes cometidos contra negros – crescer com intenções fraternas, a todo instante, seria difícil. Isto é, existem intenções legítimas, ainda que sejam necessários certos sacrifícios para atingi-las.
Por isso, Killmonger tem bons propósitos, mas os meios para alcançá-los não são dos mais bondosos. E, por isso, ele pode ser considerado um anti-herói, mais até do que um vilão.
E você, o que acha? Qual é o seu anti-herói preferido? Deixe seu comentário!
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Revisão: Leandro Reis
3 Comentários
Excelente definiçao! A velha luta do bem contra o mal adaptada por inteligente releitura. Show de bola!
Ótima definição. Gostei muito do personagem no filme e achei bem interessante ele ter assumido o trono de forma legítima por meio do desafio, se mostrando mais habilidoso em combate do que o T’Chala.
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