
Pelo bem da humanidade, as séries da CW precisam voltar!
Se você não sabe o que é a CW, provavelmente você não tem idade suficiente para estar aqui — mas relaxa, vou te explicar. A CW é uma emissora americana que, em muitos aspectos, pode ser comparada à nossa Record. E, cá entre nós, um clássico da emissora brasileira, Os Mutantes, poderia ser facilmente encaixado na grade da CW, com o mesmo orçamento reduzido e efeitos especiais daquele estilo cinematográfico… bem questionável.
Em um tempo pré-streaming, quando a Netflix ainda era um sonho distante, a CW dominava com suas produções que eram consumidas em escala global. Foi a responsável por lançamentos que se tornaram febres mundiais, como Smallville, The Vampire Diaries, Arrow, The Flash, e várias outras séries que marcaram uma geração. Se você era adolescente nos anos 2000, você sabe exatamente do que eu estou falando.

No Brasil, a missão de trazer essas pérolas de baixo orçamento (e, às vezes, questionáveis) foi da SBT. A emissora de Silvio Santos se dedicava a importar o que podemos chamar de “evangelização de baixo orçamento americana”. Mas se a SBT fazia o trabalho de importadora oficial, quando o assunto era internet… ou melhor, o que tentávamos chamar de internet naquela época… as opções para assistir eram limitadíssimas. Ou você se arriscava em sites cheios de pop-ups e anúncios invasivos, ou procurava os DVDs piratas que reuniam todas as temporadas das suas séries favoritas na famosa “feirinha” de bairro.
A verdade é que a CW tinha uma fórmula única — produções com roteiros simplistas, efeitos bregas e personagens que mais pareciam saídos da pior fanfic que você já leu na vida. Mas, paradoxalmente, era justamente isso que fazia com que a gente devorasse episódio após episódio, semana após semana. A química entre os atores era inegável, os dramas exagerados eram irresistíveis, e as histórias, apesar de previsíveis, nos mantinham completamente engajados.

Hoje, o cenário é outro. Os streamings tomaram conta do mercado, com séries mais complexas e orçamentos astronômicos. Mas o que sentimos falta — e como sentimos falta — é da diversão simples, daquele estilo inconfundível da CW que fazia a gente rir, se emocionar, e, claro, se perguntar sobre aqueles efeitos especiais tão… digamos, criativos.
Tudo isso me veio à mente depois que vi o trailer do live-action de As Meninas Superpoderosas da própria CW. O projeto, que chegou até a ter seu piloto gravado e seria estrelado por Chloe Bennet (Florzinha), Yana Perrault (Docinho) e Dove Cameron (Lindinha), acabou sendo cancelado. Se você não conhece as séries que citei, provavelmente está aí, xingando muito na internet. Mas se, assim como eu, você cresceu assistindo todos os absurdos de Riverdale e Smallville, sabe muito bem que esse cancelamento foi uma grande perda para o entretenimento.

Não é sobre qualidade, é sobre a coragem de ser cafona e CAMP! E é justamente essa falta de vergonha que nos mantinha tão entretidos no passado. Essa diversão descomplicada, que sabia rir de si mesma e não se importava de ser exagerada, é o que realmente faz falta. E é uma pena ter isso arrancado de nós.