Resenha | ‘Jovens de Elite’ é uma leitura singular e surpreendente
Para quem andou com saudade de saber mais sobre as nossas leituras, hoje é seu dia de sorte! A resenha de hoje é sobre mais uma descoberta da escritora Marie Lu, Jovens de Elite é surpreendentemente bom, articulado e singular. Enfim, quem pega esse livro para ler se pega viciado e ansioso para ler os próximos! Quer dizer, pelo menos eu fiquei…
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Sinopse e Trama
Jovens de Elite é uma trilogia que começa nos contando sobre Adelina Amouteru, uma menina marcada. Nessa sociedade distópica e também fantástica, os marcados são aqueles que sobreviveram à febre do sangue, uma doença mortal que ceifou a vida de muitas pessoas. Uma dessas vítimas é a mãe de Adelina, que deixou para trás um marido e duas filhas.
Nessa sociedade, os sobreviventes dessa doença carregam marcas estranhas, e alguns demonstram habilidades misteriosas. Por conta disso, muitos são caçados e alguns até são maltratados pela própria família. Adelina, por exemplo, sempre foi deixada de lado pelo pai, enciumada pelas atenções que a irmã, Violetta, recebia.
Introduzido tudo isso, o ponto mais singular da obra e que me surpreendeu foi descobrir que a história não é sobre uma heroína que derrota o mal, mas sobre a própria vilã!
Desvendando Adelina
Adelina não é aquela típica heroína que todos amam, mas aquela que sofreu, foi explorada e abandonada pelos amigos. Seu poder se alimenta da escuridão para acabar com aqueles em seu caminho. A forma que a autora utilizou a loucura da protagonista e as próprias inseguranças da personagem para forjar uma pessoa altamente quebrada, e que pode ser a ruína de quem chega perto, funciona muito bem.
Além disso, a construção de mundo da autora é simplesmente fantástica, usar a história da criação do mundo para dar credibilidade ao enredo foi muito inteligente e torna o universo fantástico bem mais real. Aliás, a maneira como os poderes dos personagens se alinham as pedras preciosas e as divindades deu um tom ainda mais interessante a toda a trama.
Um dos pontos negativos, eu diria, é o pouco aprofundamento das emoções dos personagens secundários. Acredito que a autora focou muito na construção do caráter da Adelina, juntamente da relação com a sua irmã, que esqueceu do resto.
Mas, apesar de tudo, eu super indico essa emocionante história da Marie Lu. Espero que, assim como eu, se encantem com a capacidade da autora de criar novos universos e uma sociedade tão complexa, com personagens igualmente complicados, embora alguns mais que outros.