Resenha O Homem de Giz | Vale a pena ler?
O Homem de Giz, da autora britânica C. J. Tudor, é um thriller psicológico que foi inspirado nos livros do Stephen King e atraiu leitores desde seu lançamento.
Sinopse: Em 2016, Eddie se esforça para superar o passado e parece não estar fazendo um bom trabalho tem 40 anos, poucos amigos, não gosta do trabalho e tem como hobbie a bebida. Até que um dia um amigo com quem não falava há anos volta a cidade, em seguida todos os amigos de infância recebem um mesmo aviso: o desenho de um homem de giz enforcado. (Via Intrínsica).
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Sem deixar de lado as referências a livros de Stephen King, C.J. Tudor busca contar o enredo da sua própria maneira, focando mais no protagonista do que King costuma fazer. Dessa maneira, apesar de alguns problemas no desenrolar, o livro consegue sem dúvida prender e envolver seu leitor. Fazendo o questionar a todo momento se pode confiar na história que está lendo ou se deve desconfiar até mesmo de seu protagonista.
Podemos confiar no Eddie?
Utilizando do recurso de flashbacks, a autora conta duas histórias ao mesmo tempo: a do passado e do presente do narrador. Dessa forma, fica a cargo do leitor o papel de conectar os pontos e tentar encontrar um padrão nas duas histórias narradas por Eddie.
A grande questão é que quanto mais Eddie narra menos sabemos se podemos confiar nele. Afinal, estaria ele nos conduzindo para uma versão distorcida ou insuficiente da verdade?
E porque existem tantos questionamentos, no caso da história do passado sobre o fato dele ser apenas uma criança, nos faz questionar o quanto ele realmente sabia sobre tudo. Seu entendimento era claramente limitado já que muitas histórias acabam sem muita conclusão por isso, mas quando o assunto é o presente sua vida estagnada e vício em bebida fazem dele um personagem enigmático, mas que não desperta muita confiança.
Assim, com uma personalidade estranha e antissocial, não é o tipo de personagem a quem nos apegamos ou quem costuma ser um protagonista. E talvez por isso ler através do ponto de vista dele seja tão diferente e interessante.
A Narração de C.J. Tudor
Definitivamente um dos pontos altos da trama é a narração. Sem dúvida C.J. Tudor sabe transformar até o menor dos acontecimentos em algo interessante e instigante.Porém, por outro lado, muitas vezes se perde na própria narração e não desenvolve os personagens da maneira que deveriam.
Apesar de estar na categoria de thriller poderia facilmente ser chamado de drama, pois a atração real não é tanto os casos de assassinato, mas como os personagens e a cidade estão envolvidos neles. Todavia, ainda que o caso não seja super simples de adivinhar, sua resolução em si é corrida e fica aquém do potencial que o livro tem. Porém, mesmo com esses problemas, o livro surpreende com um final chocante, triste e muito inteligente.
Outro fator que chama muita atenção para o livro é sua estética ousada e diferenciada. Em referência ao conteúdo do livro, as folhas a capa seguem a inspiração do giz, deixando uma impressão de manchado.
Enfim, super recomendo O Homem de Giz para os que amam dramas com uma pegada de suspense, mas recomendo com ressalva para os apaixonados pelas obras de King e thrillers mais tradicionais.
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Revisão: Leandro Reis
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