Séries que abordam o suicídio de forma Responsável
Setembro amarelo é uma campanha de conscientização da prevenção ao suicídio instaurado em 2015. Apesar do pouco tempo de vigor, o movimento já teve um avanço na desmistificação do suicídio, as doenças mentais e seus esteriótipos.
Mas como o grande tabu que é, ainda se tem um largo caminho até que esses prognósticos sejam tratados com o devido respeito e cautela. No entanto, como sempre, temos a cultura trabalhando a nosso favor.
Nos dias atuais cada vez vemos mais programas abordando questões como Depressão, Ansiedade e Transtorno de Estresse Pós Traumático. Essas doenças são recorrentes em pessoas que tentam suicídio, independente dos motivos.
Por isso, hoje traremos uma lista de três séries de 5 gêneros diferentes que abordam depressão, suicídio e TEPT de forma boa responsável.
The 100
A série é classificada como um programa distópico pós apocalíptico de ação, mas a carga dramática é gigantesca. O que é totalmente compreensível por tudo que aqueles personagens passaram ao longo da história.
Jasper (Devon Bostick) é um personagem que pode inicialmente ser visto como um secundário sem grandes destaques. Mas carrega uma das tramas mais complexas e bem desenvolvidas emocionalmente.
Desde que sobrevive após o primeiro episódio, desenvolveu TEPT que o seguiu durante todo o seriado. E que mais tarde se uniu a uma severa depressão após a morte de Maya (Eve Harlow, seu par romântico). Após uma sequência de atitudes autodestrutivas, acaba por desistir de lutar pela vida e se suicidou com uma overdose. Esta situação abalou principalmente Monty (Christopher Larkin) que mais do que nunca começou a ver como o estilo de vida deles era perigoso e destrutivo.
The 100 tem um grande espaço do meu coração por, apesar de ser o que é, nunca deixa de lado questões de representatividade. Mas ao trazer um tema como esse respeitosamente, mostrou que por mais mirabolante seja a trama, todos são humanos e podemos sempre retratá-lo de forma correta.
A Million Little Things
A série gira em torno de um grupo de amigos que recebem um tapa na cara quando descobre que o elo principal entre eles se suicidou. Apesar de que para todos era perfeitamente feliz, Jon (Ron Livingston) tinha um passado complicado e secreto. Ele se sobrecarregou tentando fazer com que todos a sua volta ficassem bem e no fim viu sua morte como a única saída.
A série aborda os que ficaram. Como lidaram com tudo entre a necessidade de entender o motivo, a culpa de não ter percebido antes o que ele passava e ideia de apesar do luto tinham que viver para honrar ao amigo. Isso tudo em aspectos diferentes da vida de Jon, como sua assistente, os amigos, a esposa e os filhos.
Acredito que o mais interessante da série é que ela aborda temas pesados de forma delicada ao telespectador, mas sem desvalorizar a importância de se abordá-los.
Se não conhece a série aqui temos 3 motivos para conhecê-la!
SEAL Team
O programa fala sobre um grupo de elite do exército em suas excursões pelo mundo e a vida de uma equipe de combatente. E para lá da ação e da canonização dos soldados americanos é interessante ver como demonstram os impactos emocionais e as consequências deste, na vida civil dessas equipes.
Existem estudos que dizem que morre mais soldados de suicídio pós-guerra do que em combate. Também é sabedoria geral como o departamento de veteranos americano é tão sobrecarregado que grande parte dos ex-combatentes passa o resto das vidas lidando com seus traumas físicos e mentais sozinhos.
No seriado isto fica ainda mais claro quando introduzem Brent Swann(Tony Curran), veterano próximo da Equipe Bravo. Ele se ocupa de ajudar Clay( Max Theriot), um dos protagonistas, a se recuperar de uma lesão, mas que se suicida após as suas necessidades médicas por muito tempo serem ignoradas.
Swann é baseado num soldado real que após todas as reivindicações se suicida mas deixa instruções claras para que seu corpo deva ser dado a ciência para investigar o que a guerra faz com seus soldados.
Há outros programas como Glee, por exemplo, que trazem um panorama, mas que não foram tão impactantes quanto os listados. No entanto, 13 Porquês não está na lista, pois a forma como abordam certas questões é descuidada e perigosa.
Eu escrevo esse texto porque eu fui salva. Por que quando eu comecei a demonstrar sinais e pedir ajuda, me ouviram. Por que quando eu quis desistir de tudo, me impediram, me mostrando que minha vida ainda importava e que aquela dor não seria para sempre.
Então estejam presentes e ouçam. E se forem vocês a precisar de ajuda entrem em contato com o Centro de Valorização da Vida.
E se tiverem mais series que abordem o tema, contem para nós!
2 Comentários
Ainda acho que mesmo sem o filtro do 13 Porquês, eles acabam mostrando tantas formas de bullings que ao menos serve se alerta.
Mas concordo com tua lista.
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