Walter se tornou ou sempre foi Heinsenberg? Uma breve análise
Para muitos a fama de Breaking Bad não é merecida, há quem reclame do seu ritmo lento e da maior parte dos seus personagens não muito carismáticos, mas na minha opinião a série é uma obra-prima e hoje eu vou explicar porque. Enfim, nessa matéria faço uma breve análise da trajetória de Walter White.
Para quem ainda não assistiu cuidado essa publicação pode conter SPOILERS!
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O Enredo de Breaking Bad
Breaking Bad conta a história do “surgimento” de Heisenberg até seu fatídico final. Mais do que isso narra a diferença entre quem somos e quem devemos ser. No piloto conhecemos Walter White, um professor de química falido, infeliz e mergulhado em fracasso. Para sustentar a família trabalha em dois empregos e não está nada feliz com isso. Além disso, para completar o pacote de alegria Walter descobre estar com câncer.
Ao descobrir isso percebe que deixará para a família apenas dívidas e então resolve usar seu talento pouco reconhecido na química para produzir metanfetamina e assim garantir uma boa qualidade de vida para eles quando se fosse. Pelo menos é essa a história que ele diz para si mesmo.
O “Nascimento” de Heinsenberg
História que eu honestamente não acredito, há quem diga que Heinsenberg nasceu nesse momento, mas eu discordo. Por mais que Walter se visse como um bom homem, não acredito que ele um dia tenha sido, ou melhor não acredito que a bondade seja algo intrínseco dele, mas algo criado. Não sabemos muito sobre seu passado, nada além dos seus sacrifícios em prol da família.
Walter White sempre se sentiu na obrigação de ser um bom homem, de prover para sua família mesmo estando miseravelmente infeliz por dentro. Seu desejo sempre foi ter controle, lutar pelo o que merecia. Dessa maneira, a raiva usada por Heinsenberg sempre esteve lá, esperando que ele tivesse coragem o suficiente para utilizá-la. A grande questão é Walter se tornou Heisenberg, ou sempre foi, só não tinha coragem e/ou espaço para sê-lo?
Walter e o desejo por controle
Afinal, Walter nunca se sentiu no controle da sua própria vida e no fim da sua existência tudo o que ele queria era algo de que se orgulhar. Walter precisava não se sentir tão fracassado, o dinheiro sempre foi um bônus, ajudar a família também. Seu objetivo era se descobrir o homem que sempre quis ser não o que esperavam que ele fosse.
Enfim, não é que eu ache que ele não se importasse com a família, o que eu não acredito é que a família tenha sido o real catalisador de tudo. A família era a desculpa que o químico precisava para liberar o Heinsenberg para o mundo.
Walter fez de tudo para proteger sua nova identidade, a família se tornou ou sempre foi um acessório que ele carregava mais como um fardo do que realmente amor. Heinserberg era ambicioso, corajoso e viciado em controle, ele queria tudo não as migalhas que sua antiga versão costumava receber.
Sendo assim, o protagonista sempre quis tudo isso, só não tinha a coragem para correr atrás disso. Enfim, Walter nunca foi realmente bom e não se transformou em Heisenberg. Apenas teve a coragem de parar de fingir ser uma boa pessoa e assumir suas falhas de caráter como algo a se orgulhar.
E aí concordam?
Tradução: Eu não estou em perigo, Skyler. Eu sou o perigo. Um cara abre sua porta e leva um tiro, você acha que esse sou eu? Não. Eu sou o que bate na porta.
4 Comentários
Não só o próprio Walter… Mas qualquer pessoa que estivesse na situação que ele se encontra, não faria o mesmo?
Parabéns pela reflexão!
É excelente fazer perguntas, mesmo que não tenha uma resposta absoluta…
Sim, sim. É uma reflexão sobre a personalidade humana: nos tornamos quem somos ou nós descobrimos quem somos?
Talvez a gente nunca saiba, mas refletir sobre é sempre bom. Brigada pelo elogio! <3
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