
5 problemas de The Big Bang Theory que não dá mais para ignorar
De todas as séries de comédia dos anos 2000, The Big Bang Theory é uma das mais queridas. Com uma trama para lá de inusitada, a série une um grupo de nerds e uma moça comum, entregando as situações mais hilárias possíveis. Não à toa, a série se tornou uma das minhas favoritas. No entanto, mesmo sendo uma grande fã, alguns problemas de The Big Bang Theory são bem difíceis de engolir, ainda mais hoje em dia. Então, se você não se lembra de nenhum, calma que eu te conto as 5 Coisas que mais me deixaram chocada ao rever a série!
1. Howard e como ele se relaciona com as mulheres

Esse é um tema extenso que poderia ser o tema de um TCC, pessoal, mas por hoje tentarei ser o mais breve e objetiva possível a respeito. Mas desde o primeiro episódio de The Big Bang Theory, Howard (Simon Helberg) mostra que não pode ver nenhuma mulher sem dar em cima dela desenfreadamente, não entende a palavra “não” e sexualiza mulheres de todas as formas possíveis.
Embora a série tenha começado em 2007, e de lá para cá as pautas sociais tenham evoluído muito, existem algumas piadas na série que são extremamente erradas e ofensivas, e que acho que não deveriam passar batidas. É muito claro que Howard não se importa com as mulheres, ele as vê como objetos a serem usados para o seu prazer, sendo assim, o mesmo vale para sua mãe.
Como o cara pode dizer que ama a mãe e falar tão mal dela?
Seria impossível abordar esse assunto e não comentar a relação extremamente problemática do personagem com a sua mãe (Carol Ann). Ela nunca é vista oficialmente na série, a conhecemos apenas por sua voz e falas marcantes. Entretanto, toda vez que testemunhamos um diálogo de Howard com a Sr. Wolowitz, ele é completamente ofensivo e grosseiro com ela, chegando a fazer piadas sobre seu peso e corpo.
Além disso, ele vive com a mãe, não sabe fazer nada sozinho e, quando fica noivo de Bernadette (Melissa Rauch), espera que ela vá morar na casa da mãe dele e que assuma as tarefas por ele. Em inúmeros episódios, o personagem faz piada sobre esperar a morte da mãe para ficar com a casa, revelando seu mau-caráter, por exemplo. Dessa forma, seja com a pessoa que o criou ou com outras mulheres, seu único interesse é ter suas necessidades atendidas, se importando pouco com os sentimentos e necessidades das outras pessoas.
A Bernadette com certeza merecia algo muito melhor!

Aproveitando o gancho, preciso comentar sobre o relacionamento de Howard com Bernadette. Eu confesso que não terminei de assistir The Big Bang Theory, estou atualmente finalizando a quinta temporada. Entretanto, assisto desde a época do Ensino Médio, só nunca vi de forma linear, e agora decidi rever tudo na ordem e entender por completo os eventos. No entanto, tudo que vi até agora só me deixa pensando: por que raios uma mulher incrível como a Bernie fica com um cara tão babaca?
Para não me alongar muito mais nesse tópico, vou citar o episódio 12 da quinta temporada. O casal vai se apresentar na festa do priminho de Howard com um show de mágica. A moça mostra desconforto em lidar com crianças e ele simplesmente diz que ela vai se sair bem, não pergunta o motivo dela se sentir assim ou ao menos dá créditos à vontade dela de não participar do evento.
Depois da apresentação — que dá muito errado, Bernadette explode. Logo, ela expressa completamente seu desgosto por crianças pelo fato dela ter sido obrigada a cuidar dos irmãos quando pequena. Mas resposta de Howard é que será diferente quando eles tiverem os próprios filhos. Ele não pergunta se ela pensa em ter filhos ou ao menos considera os sentimentos e as vontades dela.
Todo esse relacionamento me deixa muito desconfortável. Espero mesmo que melhore nas próximas temporadas e me comprometo a voltar aqui e comentar sobre a evolução deles, caso isso aconteça.
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2. A ausência de explicação sobre a condição de Sheldon

Se você não sabe, Sheldon (Jim Parsons) é um personagem com espectro autista, o que isso significa?
“O Transtorno do Espectro Autista (TEA) é uma condição que afeta o desenvolvimento neurológico identificado por uma gama de características variáveis. Dentre elas, podemos citar a dificuldade de comunicação e interação social, atraso no desenvolvimento motor, hipersensibilidade sensorial e comportamentos metódicos ou repetitivos.”
Instituto Olga Kos
Primeiramente, eu considero representatividade algo super importante. E, apesar de ser relevante ter um protagonista neuro divergente na televisão, em nenhum momento, ao menos até a quinta temporada, isso é discutido abertamente em The Big Bang Theory.
Inclusive fazem piadas sobre o jeito do personagem como se ele fosse simplesmente chato. Ele é constantemente chamado de maluco, entre outras coisas, por exemplo. E sim, Sheldon pode ser muito arrogante e fechado, e isso não precisa ser justificado pelo autismo, porém tratá-lo apenas como excêntrico e inconveniente só reforça estereótipos e não ajuda na discussão sobre acessibilidade.
3. O Racismo velado nas piadas sobre Rajesh

Para quem não sabe, Rajesh Koothrappali (Kunal Nayyar), é um PhD em astrofísica, ele é indiano e conseguiu um visto para trabalhar na universidade de Pasadena. Constantemente ele ouve piadinhas sobre a sua origem, o que apesar de ser disfarçado, carrega muito racismo e estereótipos sobre a cultura indiana.
Sheldon constantemente tenta ensinar Raj sobre sua própria cultura e ignora quando o outro aponta que ele está errado. Além disso, Howard, que se diz o melhor amigo do rapaz, costuma zoar a origem dele e até mesmo afirmar que está sendo racista e gerar risos com isso. O próprio Raj explora e reproduz inúmeros estereótipos sobre sua cultura e até já disse algumas vezes: “Quando eu falo não é racismo”. Será mesmo que não é?
4. Penny sendo censurada por sua vida sexual

Desde o piloto, a personagem de Kaley Cuoco é apresentada de forma hiper-sexualizada, inferiorizada por sua suposta falta de inteligência e assediada por praticamente todos os personagens homens, exceto Sheldon. Em diversos momentos da série, ela ouve piadinhas sobre o número de parceiros sexuais que teve, sendo diversas vezes chamada de vadia e outras palavras similares, por exemplo. Essa censura não é feita apenas pelos amigos de Penny, as amigas também fazem o mesmo. Em um dos episódios da quinta temporada, Amy diz para ela algo similar a: “Não é sua culpa se você entra no modo vadia quando bebe”.
Além disso, a personagem é constantemente desvalorizada por ser uma garçonete e não ter ensino superior. Inclusive, Leonard (Johnny Galecki), que foi seu namorado e teve um crush insistente nela desde o momento em que se conheceram, reproduziu muitos desses comportamentos citados.
5. As constantes piadas sobre a sexualidade de Raj

É, novamente estamos falando do nosso querido Raj. Uma das coisas que mais me incomoda na série é o fato dos outros personagens sempre zombarem da sensibilidade e dos gostos do rapaz. Ele é bem gentil, amoroso e expressa seus sentimentos para com seus amigos que zombam dele, fazendo brincadeiras inconvenientes sobre ele ser gay.
Em primeiro lugar, ser gay não deveria ser motivo de piada. Em seguida, a associação de algumas características, hábitos e gostos assimilados às mulheres faz com que tudo isso seja visto como inferior. Zombar de um homem por ter qualidades femininas é extremamente machista e opressor para mulheres e homens.
A nossa sociedade alimenta e reforça uma masculinidade tóxica que impede os homens de expressarem sentimentos abertamente, sentirem suas emoções e serem livres para gostarem de “coisas de mulher”. Isso prejudica os relacionamentos e a vida pessoal de todos os homens e também das mulheres, que tanto sofrem a violência e opressão do machismo quanto têm que lidar com parceiros inaptos a dividirem tarefas domésticas e a terem um simples diálogo aberto e sensível. Dessa forma, fica muito claro que fazer piadas com isso na televisão só alimenta um padrão que nos adoece como sociedade.
Gostaria de encerrar dizendo que, apesar das críticas, sou uma grande fã da série e acredito que gostar de algo não nos tira a responsabilidade de sermos críticos com a obra. E repito: assim que finalizar todas as temporadas de The Big Bang Theory eu escrevo um texto comentando a evolução ou não da série.
Mas me diz você, concorda com o que eu trouxe ou acrescentaria algo? Me conta aqui nos comentários!
1 Comment
Adoro a serie, e caso ninguém saiba os personagens são individuais, não retratando uma vida padrão que todos tem e sim a vida deles, somente deles. Tem o Howard a criança mimada, o Leonard o filho menosprezado, o sheldon a pessoa “especial”, a Penny é a patricinha atirada, o Raj é o cara afeminado etc… o caráter de cada personagem foi escolhido de acordo com o da vida real. Sabendo disso uma pessoa mimada só vai pensar no próprio umbigo e menosprezar as outras, uma especial vai ter suas dificuldades variadas, um menosprezado vai ser sempre o q procura agradar a tds, o afeminado vai parecer ser gay msm q não seja, a patricinha atirada por padrão vai ser aquela q tem uma vida sexual muito trabalhada e má vista por muitos, e é claro tanto os personagens cm a história se passa no país EUA lá grande parte da população prática racismo e principalmente e são muito xenófobicos já q sempre se acham melhor q qualquer outro país. É claro q a serie não tem o intuito de incentivar tais práticas, mas apenas de mostrar como parece ser a vida de muitos cm essas características… também pq especialmente esses personagens foram os q mais chamaram a atenção do público.
Temos a Emmy como personagem q reflete uma pessoa “pura de todas os outros caráter” e pra quem assistiu a serie inúmeras vezes percebeu q ela foi a q mais precisou se adaptar aos demais para q ganhasse ênfase do público…