Crítica | Lady Bird: “Todos aprendem a voar” Awards #4
Seguindo a estrada para o Oscar, o indicado da vez é Lady Bird. Inspirado na vida da diretora Greta Gerwig, o longa traz a história de uma adolescente que tem um grande sonho e que almeja o sucesso, não aceitando dar sequer um passo para trás.
O filme se passa entre 2002 a 2003 seguindo a passagem dos 18 anos de Christine, que insiste em ser chamada de Lady Bird. São destacadas todas as mudanças, as fases e principalmente o relacionamento da protagonista com sua mãe, Marion McPherson.
Greta Gerwig faz um grande trabalho na produção, mostra seu crescimento sem disfarçar defeitos e com algumas lições ao longo do filme, assim como a Lady Bird nós evoluímos a cada minuto e o pensamento é aberto cada vez mais pra criar perspectivas diferentes da sua vida: a história de Christine.
Algo de máxima importância dentro de Lady Bird é a própria protagonista e como ela se comporta conforme a duração do filme. Você pode criar uma imagem de Christine, achar que conhece a personagem e entende ela mas então ela irá surpreender e mudar novamente, a personagem está em uma constante metamorfose e isso tem uma explicação; além do fato da personagem ser uma adolescente o que resulta muita de suas mudanças é que ela é uma mistura de vários adolescentes. Não chegou algum momento que você se identificou exatamente com a personagem? Esquecendo qualquer ação que ela tenha tomado antes disso? Em cada detalhe, cada cena, cada passo… Christine está se moldando pouco a pouco a diversos adolescentes e representando cada pessoa no cinema, na sua casa. Lady Bird não é sobre Christine mas sobre os jovens em geral e, em determinado momento do filme, é sobre você.
Isso nos leva a atuação, um roteiro tão bem escrito e representativo não poderia ter sido mais bem aproveitado do que com Saoirse Ronan. Talvez a melhor atuação de uma atriz com quase 24 anos trazendo uma adolescente na beira dos 18. A atriz encarna Christine com a ferocidade necessária sem deixar de lado a face mais carismática e frágil da protagonista. Quanto a Laurie, por mais que sua atuação tenha sido boa, não teve grandes destaques exceto a cena do aeroporto que é sensacional; talvez essa cena compense pelo resto.
O maior esnobe das premiações que ao menos está sendo lembrado pelo público é Lucas Hedges, o garoto está incrível. Ele já vem demonstrando seu trabalho a algum tempo e ano passado até foi reconhecido, sendo indicado por seu papel em Manchester by the Sea, mas perdendo para Mahershala Ali. Porém esse ano Lucas foi esquecido não só pelo Oscar como por todas as premiações. Essas categorias são sempre bem disputadas e sempre tem grades atores experientes mas isso não justifica o fato de Hedges não ser reconhecido em nenhuma delas.
Lady Bird é um filme grandioso que cresce ainda mais com seus atores e com um roteiro simples e satisfatório. Um dos grandes concorrentes ao Oscar, não será surpresa nenhuma se assistirmos Greta Gerwig ou Saoirse levantar uma estatueta.
Nota: 9.3
Boa sessão!
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