Persuasão é fiel à obra original?
Oiiie, Turners, tudo bom? Como nem só de Marvel vivemos, vim comentar com vocês sobre o novo filme da Netflix, um romance estrelado por Dakota Johnson. O filme é baseado no livro de mesmo nome de Jane Austen, autora inglesa do século XIX, famosa por escrever romances que priorizavam a perspectiva feminina nas relações. Nesse sentido, suas obras já receberam inúmeras adaptações para o cinema e televisão. Mas será que Persuasão é fiel à obra original? Vem comigo que eu te conto.
Sobre o que é a História?
Em Persuasão, Anne Elliot (Dakota Johnson) decide não se casar com Wentworth (Cosmos Jarvis). Apesar do forte amor entre os dois, o rapaz não possuía nenhuma fortuna, o que não era aconselhável para o status social da moça e para garantir um futuro para ambos. Então, sob influência externa, ela desfez o compromisso e passou anos em sofrimento por esse amor. Entretanto, oito anos depois, os dois se reencontram, gerando uma expectativa de entender se ainda existe possibilidade de um romance.
Persuasão é fiel à obra original?
A princípio, o melhor das histórias de Jane Austen e de bons romances em geral, é a tensão entre os personagens. Aquela construção que nos faz sentir o peso da paixão e do desejo entre os possíveis amantes. Talvez seja equivalente à sensação que temos durante um flerte, nada é declarado, mas você consegue sentir através de gestos, olhares e palavras bem colocadas que existe uma conexão. Nesse ponto, Austen brilhou em todos os seus romances. Além disso, suas personagens femininas complexas, astutas e livres de pensamento fizeram sucesso em sua época e nos cativam até hoje.
Dessa forma, a direção de Carrie Cracknell foi interessante, mas não fiel. Ela nos apresenta uma Anne Elliot sagaz, crítica e humorada, foi divertido de assistir e bate com as características das personagens femininas de Austen, mas não é como a personagem foi apresentada na história original. O filme se tornou uma comédia romântica muito mais próxima de nós, do que dos tempos de Austen.
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Livro x Filme
O recurso de quebra da quarta parede, que colocou a personagem principal como uma narradora crítica e bem humorada de sua história, foi interessante. Dessa maneira, Anne expressou seus pensamentos e sentimentos, entretanto descaracterizou a essência dela. Nos livros, ela é uma moça tímida e reservada, que sofre muito em silêncio, a percepção da tensão entre ela e Wentworth vem muito através das descrições de seus pensamentos e das situações sutis que Austen nos apresenta. Isso tudo se perde no filme de Cracknell.
Essa sutileza foi substituída por uma certa birra entre os personagens principais e situações cômicas de vergonha alheia. O que fez difícil sentir essa tensão e esse desejo oculto nos dois. Logo, não gera uma conexão do público com o casal e o desenvolvimento dramático se perde ao longo da história. Quando chega enfim a resolução, para as pessoas que não leram o livro, pode até ser uma surpresa.
Ainda assim, se você é fã de Jane Austen, acho que vale a pena conferir e tirar suas próprias conclusões sobre o filme. Não é a melhor das adaptações da autora, mas é divertido e vale a pena assistir, principalmente se você tiver uma companhia que também seja fã desses romances ingleses do século XIX. Além disso, a fotografia é impecável, faz a obra parecer uma pintura de tão linda que é. O filme possui carisma e a atuação da Dakota foi ótima, ela ficou muito bem como Anne Elliot.
Já assistiu Persuasão? O que achou? Me conta nos comentários!
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