Um jeito de recomeçar de Filipe Salomão, Vale a pena?
Heey, Turners, tudo bom? Se você tá afim de uma leitura curta, mas muito intensa e cheia de pontos para refletir, você vai gostar de Um jeito de recomeçar, livro de Filipe Salomão. A história é um drama narrado pela personagem principal, que acabou de passar por um evento traumático em sua vida e tenta seguir após isso. Nos mostra as muitas faces do ser humano e como isso tudo entra em confronto quando precisamos lidar com nossos sentimentos e com o dos outros. Quer saber mais? Então vem comigo.
Como começa essa história?
Bom, a história é contada por Carol, que tem 20 anos e tinha uma vida perfeita, segundo ela mesma. Ela tinha pais atenciosos que centravam sua vida em entregar o melhor a ela. Estudou em boas escolas e teve tudo que o dinheiro pode comprar. Em um dia comum, ao voltar para casa, ela encontra seus pais mortos. Esse evento choca completamente a garota e sua vida vira do avesso.
Seus pais eram seu centro e ela se vê sozinha no mundo para lidar com essa perda e com a sensação de falta de direcionamento deixada. Se sentindo cansada de tudo e precisando se isolar, ela decide fazer uma viagem para o interior de São Paulo, indo visitar uma pousada que seus pais frequentaram quando jovens. Nesse local ela tem a oportunidade de refletir e ir de encontro com os seus próprios sentimentos. A maneira como ela lida com isso tudo afeta não apenas a ela, mas todos naquele local. E será que as atitudes dela são realmente Um jeito de recomeçar?
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Qual o ponto mais interessante da história?
Na minha opinião, o fato dela ter um sentimento contraditório sobre a morte de seus pais é importante. O tempo todo ela demonstra o quanto o pai ter matado a mãe e cometido suicídio em seguida a afetou. Enquanto ela tenta transparecer que isso tudo não importa e que ela não liga para nada. O que parece é que ela sente a dor de ter perdido seus pais que representavam seu norte, ao mesmo tempo que se vê tomada por uma sensação estranha de alívio por não estar mais sob a influência deles, sendo uma figuração viva do que eles gostariam de ser. Ela fala em vários momentos sobre como seus pais fingiam ter uma vida perfeita e como ela existia como uma vitrine para isso.
Dessa forma, ao mesmo tempo que ela se sente triste por perder seus pais, também se sente livre da pressão que era ter que ser perfeita e seguir os padrões e desejos deles. Ao não admitir seu próprio luto e raiva pela situação, Carol direciona tudo isso para outras pessoas. Causando transtorno para quem trabalha e vive na Pousada Pinã Colada, local onde ela escolheu passar um tempo para aliviar a cabeça. Nesse sentido ela se mete na vida de todos de alguma forma e encontra um jeito de manipular essas relações. Lembra muito uma criança queimando formigas com uma lupa.
E vale a pena ler?
A leitura é curta e tem profundidade. Como é narrado na primeira pessoa, nos dá uma dimensão dos sentimentos dela e é interessante ver a percepção distorcida que a personagem tem da realidade. Ela acredita muito que tudo naquela pousada passa a girar ao entorno dela, como era a relação dela com os pais, então suas ações parecem refletir esse desejo oculto de ser o centro.
Acho que vale a leitura e traz reflexões variadas a respeito de sentimentos, relações humanas e caráter.
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3 Comentários
Que lindo essa resenha! Adorei!
Carol se criou sozinha e foco muito feliz de apresentar ela pata o mundo. Muito obrigado mesmo pelo carinho e oportunidade de mostrar meu trabalho! ☘❤📚
Tão bom ler isso! Ficamos felizes de saber que você gostou!! Conte sempre com a gente
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