É Assim que Acaba | É isso tudo mesmo?
Olá, Turners, demorei, mas cheguei! Assisti É Assim que Acaba e trago meu veredito para vocês sobre o filme. O longa, que tem dado o que falar sobre seus bastidores, me emocionou e me agradou bastante, então resolvi compartilhar com vocês um pouco das minhas impressões dele.
Mas antes vou introduzir um pouquinho da história para quem está por fora, e por fim, explorar tudo que gostei e senti falta no longa.
Sinopse e Enredo
A história é uma adaptação do livro homônimo de Colleen Hoover, que gira em torno de Lily Bloom (Blake Lively), uma mulher adorável que, depois da morte do seu pai, se muda para Boston a fim de realizar seu sonho de abrir uma floricultura. Nesse novo capítulo de sua vida, ela conhece Ryle Kincaid (Justin Baldoni), um charmoso neurocirurgião que se encanta por Lily.
Depois de um encontro casual, fica claro que há uma conexão intensa entre os dois, levando-os a acreditar que foram feitos um para o outro e, logo, começam um relacionamento.
No entanto, tudo começa a desandar depois que Atlas Corrigan (Brandon Sklenar), primeiro amor de Lily, reaparece em sua vida, trazendo à tona algumas lembranças e emoções antigas, fazendo-a questionar se seu relacionamento atual é realmente o conto de fadas que ela imaginava.
Minhas Impressões da Adaptação
Confesso que fui assistir ao filme sem muitas expectativas, porém, por já saber que ele abordava a temática de violência doméstica, fiquei curiosa para ver como trariam esse assunto tão delicado para as telonas. Mas, para a minha surpresa, ficou muito bom.
Um dos pontos altos, sem dúvida, é a direção de Justin Baldoni. Além de interpretar o papel de Ryle, ele também assumiu a direção do longa e fez um trabalho impressionante. O diretor foi muito cirúrgico, conectando os pontos da trama de forma muito delicada e sem apressar o desenvolvimento da história.
Na minha visão, essa abordagem foi um dos pontos-chave para permitir que o público se conectasse com a protagonista e sentisse a transição gradual de um clima de romance para um de tensão. De uma forma bem similar a um relacionamento abusivo da realidade, de início tudo parece perfeito, no entanto, com o tempo essa impressão vai sendo desconstruída.
O papel dos flashbacks
Além disso, outro ponto que acredito ter contribuído para essa conexão foram os flashbacks. Através deles, vemos a infância conturbada de Lily, que testemunhou a violência que sua mãe sofria nas mãos do seu pai, e como sua relação com Atlas, seu primeiro amor, começou.
Apesar de não terem explorado tudo que podiam com esses flashbacks e terem deixado de lado muitas coisas do livro, o pouco mostrado foi o bastante para nos fazer entender a mensagem que É Assim que Acaba queria transmitir.
E entrega, viu? A química entre os atores é incrível, eles conseguiram transmitir perfeitamente toda a aflição, o desejo e as dúvidas de seus personagens. O longa deixa claro que as cenas não precisavam ser explícitas para que compreendêssemos o que estava acontecendo.
E talvez essa seja a parte mais interessante do longa, tudo foi muito bem construído, pensado e adaptado. Ainda que algumas cenas tenham ficado faltando e que a relação dela com o Atlas pudesse ter sido melhor explorada, super recomendo assistir ao filme.
Leia Mais: 5 Casais Abusivos de séries que shippamos, mas não deveríamos
O filme suaviza o relacionamento abusivo?
Eu diria que não. No geral, acredito que É Assim que Acaba conseguiu abordar a temática com cuidado e sensibilidade, sem romantização. Não senti nenhuma tentativa de “passar pano”, depois que Lily entende que está vivendo um relacionamento abusivo como o da sua mãe, ela quebra o ciclo.
A personagem de Blake Lively não se deixa levar pela manipulação, nem pelo discurso de que “dessa vez vai ser diferente”. Em nenhum momento, ela ameniza as atitudes de Ryle; pelo contrário, ela o confronta e o faz perceber o impacto de suas ações.
Diria até que o filme consegue abordar o assunto um pouco melhor que o livro, já que, apesar de também apresentar uma Lily disposta a quebrar o ciclo. O longa aborda de uma forma mais cuidadosa e suave o motivo da agressividade de Ryle.
Finalizando
Dito tudo isso, não aconselho assistir ao filme sozinha, pois é uma história pesada e sensível, que ao mesmo tempo, em que nos leva a refletir sobre com quem nos relacionamos, também pode se tornar um gatilho. Então, estar com alguém pode realmente ajudar a lidar com os sentimentos que o filme pode despertar.
No mais, quero destacar como o longa acerta em nos fazer olhar com mais atenção para nós mesmas e para as mulheres ao nosso redor. Violência doméstica é crime e, muita das vezes, quem está em uma relação tóxica não percebe que está correndo risco de morte. O filme vem nos lembrar de olhar para essas mulheres, ajudá-las a encontrar maneiras de sair. Além de nos lembrar sobre a importância de nos protegermos para não nos colocarmos em uma situação similar.
Se identificou com esse relacionamento ou conhece alguém em situação de risco que precisa de ajuda? Ligue 180, conte a situação e peça aconselhamento de como proceder. Esse é um serviço de utilidade pública essencial, ainda pouco conhecido, que é primordial no enfrentamento à violência contra a mulher.
Mas e vocês, já viram o filme qual a sua opinião sobre? Me conta nos comentários.