Crítica | Aves de Rapina: Arlequina e sua Emancipação Fantabulosa
Olá, leitores! Eu imagino que depois de filmes como Batman V Superman: A origem da justiça e Esquadrão Suicida, vocês estavam aguardando por aquele filme que sabíamos que a DC era capaz de fazer. Dessa maneira, para alívio geral da nação, eles fizeram. Aves de Rapina trás uma Arlequina diferente do que vimos em Esquadrão Suicida, buscando sua independência do Coringa, após um término que nas palavras da própria personagem, foi “mútuo”.
“Vim denunciar um crime terrível.”
Abraçando a deusa feroz dentro de mim
Assim, o longa começa com Arlequina (Margot Robbie) lidando com o término de seu relacionamento com príncipe palhaço do crime. Neste quesito, através de referências ao filme do Esquadrão Suicida (Lançado em 2016), temos bons momentos de humor que ao invés de negar suas origens, acabam por reforçar a construção narrativa e a emancipação da personagem.
Dessa maneira, por se tratar de uma emancipação (Como o próprio título apresenta), temos um filme independente, com personagens femininas bem representadas, tomando cuidado para não reforçar antigos esteriótipos de personagens femininas que são protagonistas em suas histórias.
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As Aves de Rapina
O grupo criado por Chuck Dixon e Gary Frank teve origem na hq Showcase #3 em março de 1996. Na época, apenas Oráculo e Canário Negro (Jurnee Smollett-Bell) formavam a equipe. Mais tarde, porem, diversos integrantes passam pelo grupo, como Hera Venenosa, Mulher Gato, Katana e outros. Por exemplo, a Caçadora (Mary Elizabeth Winstead) é uma integrante importante do grupo nas hqs e está presente na adaptação cinematográfica.
O interessante nesta adaptação é a forma como as personagens são apresentadas, tendo cada uma, seu próprio caminho e seus próprios contrastes. Um bom exemplo é a policial Renee Montoya (Rosie Perez) que apesar de assumir um pouco dos clichês de um policial, tem seu desenvolvimento projetado para se tornar uma heroína.
Psicologicamente falando, vingança raramente traz o alívio que esperamos
Assim, a trama nos é contada pela própria Arlequina, nos apresentando uma narrativa anárquica e um tanto distorcida, bem ao jeito da personagem, que utilizando de recursos como a quarta parede, trás um ar cômico muito divertido. Enfim, essa característica também acaba por suavizar alguns temas vistos na obra, como abuso e violência física, os encaixando na história da forma como Arlequina as percebe.
Dessa forma, o enredo desenvolve-se nessa independência que Arlequina busca, a colocando em confronto com o mafioso Roman Sionis (Ewan MacGregor) e Victor Zsasz (Chris Messina) seu fiel ajudante. Eles buscam dominar a cidade de Gotham, porem, de forma inusitada, são impedidos por Cassandra Caim (Ella Jay Basco).
Com Cassandra na mira de Roman, assim como Arlequina e as demais personagens, elas decidem se unir e pedir uma pizza impedir seus planos.
Notícia espetacular
O longa faz parte do processo de transformação que a DC está aplicando em suas obras. Deixando para trás as produções sombrias e desenvolvendo novas formas de contar suas histórias. Sendo assim, o filme, com todas as características ditas acima, tem um jeito único e cativante de manter o telespectador interessado. E isso pode ser visto, por exemplo, na avaliação que o filme recebeu no Rotten, ficando com 82% no tomatometro.
Temos um filme com boas atuações no grupo principal, mas o mafioso Máscara Negra dá uma ideia de vilão um tanto caricato, junto de Zsasz. Ainda assim, os dois promovem boas atuações.
Vale destacar que se você espera boas cenas de ação, vai achar logo no início. As lutas são bem coreografadas e conseguem um bom timing entre violência e humor, num perfeito estilo Arlequina. Além disso, o filme tem uma excelente trilha sonora. Então, pelo conjunto da obra, o filme recebe aqui 4,5.
Ah, Aves de Rapina não tem exatamente um pós crédito, mas pode ficar na sala se quiser saber o que acontece no final. Enfim, boa sessão!