Crítica | O Limite da Traição
O filme O Limite da Traição, ou A Fall From Grace no seu título original. Produzido, roteirizado e dirigido por Tyler Perry, e para resumir um pouco a sensação que o filme transmite é que faltou uma equipe para orientá-lo.
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O Enredo
Lançado em janeiro de 2020 e já disponível para assistir na Netflix, O Limite da Traição conta a história de duas mulheres que tem suas vidas cruzadas quando Jasmine (Bresha Webb), uma advogada iniciante e insegura é resignada a defender Grace (Crystal R. Fox – Big Little Lies), que está sendo acusada de matar o marido à sangue frio.
https://youtu.be/FSbAHk2UKR8
Por que a obra não convence?
Apesar de ter apenas duas horas de duração, o roteiro preguiçoso somado a personagens não carismáticos entrega um produto final maçante e arrastado. Ninguém no elenco se destaca, nem mesmo Crystal R. Fox, que tenta bastante fazer um bom trabalho, o que o roteiro não permite.
Um dos principais causadores dessa dificuldade é a falta de destaque na personagem. O roteiro não consegue construir de forma satisfatória uma persona que o público queira defender. A todo tempo O Limite da Traição busca surpreender e emocionar, mas não consegue nenhum dos dois. Os atores em geral davam aquela sensação péssima e forçada de que estavam atuando.
Mas o principal problema é sem dúvida o roteiro, que joga elementos e constrói uma história sem sentido que não é capaz de gerar o mínimo de empatia em quem assiste. A trilha sonora é outra coisa que não casa com a história e se torna mais um dos elementos que parece fora de lugar.
Uma colcha de retalho de clichês e acontecimentos
Apesar de propor muitas coisas, não consegue desenvolver nenhuma delas, e entrega uma colcha de retalho feia e remendada. Cheia de clichês e elementos não trabalhados, nem mesmo um terceiro ato recheado de plots twists é capaz de salvar o restante da obra.
Enfim, o pior de tudo é pensar que a história tinha potencial. Com uma boa direção, um roteiro mais decupado, atores melhores e exclusão de vários dos elementos desnecessários, talvez o filme tivesse conseguido entregar algo minimamente satisfatório.
Potencial desperdiçado
Ainda mais porque muitos dos temas que o filme propõe são interessantes e capazes de desenvolver tramas muito ricas e interessantes. Como o machismo, relacionamentos abusivos e a vida romântica de uma mulher acima de 50 anos.
Porém, apesar de serem interessantes são mal executados, e por isso a mistura de todos esses elementos juntos não convence. Muito pelo contrário, só dá a impressão de estar vendo algo falso e completamente improvável. Isso se deve a sequência de acontecimentos inverossímeis e desconectados
Além de um desenvolvimento raso dos personagens, atuações ruins e desenvolvimento quase nulo dos personagens.
Ao fim, o único ponto positivo que consigo encontrar e que não posso deixar de falar é a representatividade. Quase todos os atores do elenco são negros, todos os papéis com algum destaque e até mesmo grande parte da figuração. O que é simplesmente sensacional, porém é uma pena um projeto com tanto potencial entregue algo tão mal executado.
No fim do dia, O Limite da Traição se torna mais um daqueles filmes que nos esqueceremos de ter assistido daqui a alguns anos. Isso se tivermos sorte.
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Revisado por Leandro Reis
1 Comment
Muito bom este site, fizeram um ótimo trabalho.
Parabéns!!!