TURN – Mundo Nerd TURN – Mundo Nerd
  • TV
  • Cinema
  • Notícias
  • Críticas
  • Leitura
  • Listas
  • Turncast
  • Contato
 Duna: A Grandiosidade e Simplicidade da Metáfora do Deserto
Cinema Curiosidades

Duna: A Grandiosidade e Simplicidade da Metáfora do Deserto

1 de maio de 2022 2Comentários

Duna estreou e arrancou inúmeros suspiros, boas impressões e críticas positivas, principalmente pela grandiosidade de suas cenas. Enfim, o filme, mesmo antes de ser lançado, já carregava um fardo enorme: o de ser totalmente diferente daquele de 1984, dirigido por David Lynch, e considerado um fracasso.

Confira: Duna foi a estrela do Oscar 2022?

A Importância de Duna

A obra é considerada uma espécie de bíblia das ficções científicas: escrita por Frank Herbert nos anos de 1960, os 6 volumes mudaram a maneira como as pessoas poderiam enxergar o futuro, numa espécie de profecia acerca das viagens espaciais, conquista do universo, decadência da humanidade e as questões ambientais.

Assim, não por acaso, Duna inspirou toda uma geração de escritores, roteiristas e diretores do gênero sci-fi, que souberam traduzir toda a metáfora da obra em sucessos posteriores como por exemplo Star Wars, Mad Max e até outro gêneros, como Game of Thrones. Certamente, todas elas tiveram impacto diretamente nessa nova adaptação, agora sob a visão de Denis Villeneuve.

Leia Mais: Um olhar sobre Eternos e seus subtextos

Jung e A Metáfora do Deserto

A princípio, chama-nos à atenção a grandiosidade e simplicidade da metáfora do deserto: cenário que já foi plano de fundo para outras tantas histórias, porém que parece ter ganhado vida e alma nesta que já é considerada uma das maiores produções de Hollywood, não apenas pela sua imensidão, mas também pelos valores envolvidos.

O deserto já foi tema de estudo na obra de Jung, mais precisamente em seu Livro Vermelho (ou Liber Novus). É difícil tentar resumir o conteúdo descrito pelo pai da Psicologia Analítica: trata-se de um de seus últimos escritos, quando, enfim, mergulhou em seu próprio universo interno, a caminho de seu Self, da sua Alma.

O Livro Vermelho, de Jung. Disponível em: Goodreads

Lá, Jung descreve que:

“Minha alma leva-me ao deserto, ao deserto de meu próprio si-mesmo. Não pensava que meu si-mesmo fosse um deserto, um deserto seco e quente, poeirento e se bebida. A viagem conduz através da areia quente, vadeando lentamente, sem objetivo visível de esperança. Como é horrível este deserto! Parece-me que o caminho leva bem longe das pessoas. Ando meu caminho passo a passo e não sei quanto tempo vai durar minha viagem.” [1H iii(r)] (Cap.iv.)

Traduzindo…

A vastidão do deserto mistura-se com a sua aparente calmaria, numa espécie de lugar-nenhum, sem perspectiva ou saída. Contudo, é justamente aí que temos o encontro com a nossa verdadeira natureza. Tal qual um beduíno, um monge, ou messias a procura de sua própria missão de vida. E veja: conecta-se à história de grandes figuras religiosas do passado, como Jesus, Maomé, Zoroastro ou Moisés. Em suma, essa parece ser a premissa e a jornada de Paul Atreides, herdeiro da casa de mesmo nome, na busca por sua verdadeira missão.

A sede representa essa busca por nossa alma, pela sabedoria que transborda como cada gota de água; a solidão é a constatação de que o caminho é solitário, que, vez ou outra, teremos de nos encontrar perdidos para nos acharmos.

Já o sol é guia, mas também é carrasco, queimando nossa pele e pensamentos; a areia , por sua vez, é a estrada tortuosa pelo qual devemos caminhar, que nos cega e se torna o desafio para os nossos olhos. E os vermes? Bom, talvez sejam as tentações, os demônios, a representação de nossos próprios medos e angústias ante o desconhecido.

Os Vermes de Duna. Disponível em: TechMundo

Enfim, tudo em Duna parece querer nos dizer isso, de uma maneira sublime e sem dúvida muito simbólica. Definitivamente um filme que, pelo olhar do buscador, demonstra a beleza e o perigo do destino.

E aí, gostou de Duna? Deixe sua opinião sobre o filme nos comentários!

    Share This:

      Tags: Cinema deserto Duna frank herbert jung metáfora scifi
      Post Anterior
      Próxima postagem

      Vinicius De Lacerda

      author

      2 Comentários

      • Até os Ossos — Qual o limite do desejo? • TURN - Mundo Nerd says:
        18 de fevereiro de 2023 at 21:37

        […] LEIA MAIS: Duna: A Grandiosidade e Simplicidade da Metáfora do Deserto […]

        Acesse para responder
      • Duna Parte 2 - religião e política são temas centrais da narrativa • TURN - Mundo Nerd says:
        8 de março de 2024 at 15:32

        […] Leia mais: Duna: A Grandiosidade e Simplicidade da Metáfora do Deserto […]

        Acesse para responder

      Deixe um comentário Cancel reply

      You must be logged in postar um comentário.

      TURN – Mundo Nerd TURN – Mundo Nerd

      turn.mundonerd@gmail.com

      Nossas Redes:

      Filmes

      Críticas
      Trailers
      Notícias
      Lançamentos
      Oscar
      Globo de Ouro

      Séries

      Crítica
      Trailers
      Notícias

      Games

      Gameplay
      Trailer
      Crítica
      Notícias

      Mais

      Listas
      Música
      Quadrinhos

      Últimas Notícias

      Notícias

      Nova temporada de Pesadelo na Cozinha começará a ser gravada

      Cinema

      Crítica | Ele realmente é um Bom Menino!

      Cinema

      Sirât, longa premiado em Cannes, estreia nos cinemas em janeiro

      2025. Todo direito reservado - Desenvolvimento: Ed Rodrigues