O filme Blue Jean e a luta contra o preconceito
Hoje vim para falar com vocês sobre um filme profundo e tocante. Blue Jean me envolveu muito e me fez refletir sobre as lutas sociais envolvendo a comunidade LGBTQIAP+. Se hoje já enfrentamos dificuldades referentes à inclusão e respeito, o filme faz questão de mostrar que o que temos veio de muita luta e união. Dessa forma, acompanhamos a trajetória de Jean, uma professora de educação física que precisa esconder sua sexualidade e viver uma vida dupla para fugir da pressão conservadora do governo de Thatcher, no Reino Unido. Quer saber mais? Vem comigo que te conto tudinho.
Como acontece a história?
Como dito, em Blue Jean, acompanhamos a história desta mulher vivendo duas vidas separadas para poder manter o seu emprego. O pano de fundo do filme demonstra os inúmeros ataques do Governo de Margaret Thatcher a pessoas homossexuais. Os conservadores queriam proibir qualquer coisa referente a gays e lésbicas nas escolas públicas e exigiam que o ensino propagasse apenas relacionamentos heterossexuais como normais.
Sendo Jean professora, fica evidente que ela temia que sua sexualidade a fizesse perder o emprego. Logo, ela mantém seu relacionamento e suas amigas lésbicas fora do universo da escola.
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O que isso gera na vida de Jean?
Viver desta forma parece afetar pessoalmente a protagonista, que se apresenta para nós sempre um tanto apática ou melancólica. Isso fica expresso não apenas pela atuação incrível de Rosy McEwen como também pela fotografia pálida que abusa dos tons de azul e branco. Ao longo das cenas, vemos que Jean não consegue ser 100% ela mesma nem com a namorada e as amigas, nem no trabalho ou com a família. Mesmo assim, ela parecia confortável com a situação até que surge Lois (Lucy Halliday), uma nova aluna que impacta os padrões normativos da escola. Ela joga futebol com os garotos, não se interessa por ser muito feminina e nem se enturma nos assuntos das outras garotas.
Por tudo isso, suas colegas de turma começam a implicar com a novata, a chamando de sapatão, o que gera um desconforto na professora, por ver a situação e, ao mesmo tempo, ter medo de intervir e ser descoberta. Lois vai entrando cada vez mais na vida de Jean, começa a frequentar o mesmo bar lésbico que a professora e gera mais e mais desconforto para nossa protagonista. O desenrolar leva para um encurralamento que obriga a moça a tomar decisões. O que será que ela escolhe? Você precisa assistir e descobrir.
Afinal, o filme é bom?
Como pontos interessantes, eu digo que a narrativa é atrativa, lenta, mas não monótona, dando o tom da vida da protagonista. Cada elemento do filme nos ajuda a compreender melhor a mente e as vivências de Jean. Reiterando, o uso dos tons de azul parecem retratar como ela se sentia, constantemente triste pelas restrições. O branco me lembra a apatia, o limbo, já que ela não conseguia ser ela mesma. Esse branco surge sendo sufocante e incômodo em muitas cenas. Todos esses elementos juntos exemplificam como o preconceito adoece as pessoas e torna suas vidas limitadas.
Além disso, posso dizer que os conflitos aparecem de uma forma orgânica, nada exagerados, o que corrobora para a veracidade da construção do roteiro. Portanto, posso dizer com sinceridade que gostei muito do filme e acredito que vale a pena assistir. É uma obra rica e sensível, que traz reflexão e empatia.
Ficou a fim de assistir Blue Jean? Me conta nos comentários.