
Sort of: Uma série de comédia para lá de necessária
Eeei, turners, tudo bom? Quando se trata de representatividade, Sort of dá um show, mostrando que sim, personagens LGBTQIA+ podem ser representados como muito mais do que vítimas. A série foi lançada pela CBC em 2021 e está disponível no catálogo da HBO Max.
Nesse momento, todos já sabemos da importância de produções audiovisuais que explorem a diversidade existente em nossa sociedade. Como Heartstopper, Sort Of é um excelente exemplo disso, então fique confortável e vem comigo para saber mais sobre essa série maravilhosa, mas que nem todo mundo descobriu ainda.
Qual é a história de Sort of?

De início, a série conta a história de Sabi Mehboob (Bilal Baig), uma pessoa de gênero fluído que vive no Canadá. A personagem está em um momento de transição em sua vida, de entender mais sobre si e o que deseja. Dessa maneira, acompanhamos Sabi lidando com conflitos familiares, amorosos, de amizade, e profissionais também de certo modo.
Sabi trabalha em dois empregos, como bartender em um bar LGBTQIA+ e como babá de Violet (Kaya Kanashiro) e Henry (Aden Bedard). Uma das partes mais incríveis da série é conhecer o laço de amizade construído entre elu e a família, ainda que não seja o único ponto que constantemente movimenta a trama.
Quais são os pontos positivos?

Primeiramente eu preciso dizer que só consegui ver elementos positivos nessa série. A representatividade é super ampla, não apenas temos personagens variados em questão de gênero e sexualidade, mas também no quesito etnias e expressões individuais.
A série se passa no Canadá, que é um país muito receptivo com imigrantes, Sabi, por exemplo, vem de uma família paquistanesa. Do mesmo modo sua amiga, 7ven (Amanda Cordner), é uma pessoa negra não binária. Enquanto Bessy (Grace Lynn Kung), a mãe das crianças da família que Sabi trabalha, tem características asiáticas.
No entanto, a representatividade está longe de ser um dos únicos elementos apaixonantes desse seriado. Definitivamente a forma que a série consegue mesclar humor, cotidiano, e questões reflexivas individuais, é única e especial demais. É uma verdadeira pena que nem todo mundo tenha descoberto a série ainda.
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É mesmo uma comédia?

A série não é uma dessas comédias cheias de piadas o tempo todo, mas sim, é uma comédia. Com um humor de identificação, baseado em rir com situações difíceis que poderiam acontecer conosco, Sort Of pode não te fazer o rir o tempo inteiro, mas executa bem o papel nos fazendo rir de nós mesmos.
Aliás, a série trata de muitos temas além de gênero, sexualidade e diversidade. É sobre se descobrir e entender o papel que se quer desempenhar no mundo. Nós vemos Sabi nessa jornada enquanto é cobrada o tempo todo sobre realizar algo da vida dela além de ser babá. O que revela um pouco da pressão que muitos de nós sofremos em algum momento da vida, ao estar num processo de autodescoberta recebendo questionamentos e cobranças de amigos e família.
Nesse sentido, Sort of abrange as questões de gênero, raciais, e de transgeneridade de maneira leve, sem apelar para estereótipos. É uma comédia muito bem estruturada que explora muito bem os sentimentos e dilemas dos personagens enquanto aborda pautas LGBTQIA+ sem cair na fórmula batida de tragédia, mostrando que ser uma pessoa trans, gay, queer, etc não é sinônimo de sofrimento.
Por isso e muito mais, recomendo a série para todo mundo, me diverti demais e você sem dúvida vai também! E você, tem alguma outra série com bom desenvolvimento de personagens LGBTQIA+, que você ama? Me recomenda nos comentários.
Obs. Como a personagem da série é uma pessoa gênero fluído, utilizei a linguagem neutra para me referir a personagem. Pronomes neutros: elu/delu.