Crítica | Guardiões da Galáxia 3 e o acerto da Marvel

Guardiões da Galáxia 3 chegou surpreendendo o público, com o faturamento de 30 milhões de reais já no primeiro final de semana. Mas, o que fez esse filme ser um grande sucesso? Apesar de ser uma produção da Marvel e pertencente à Marvel Cinematic Universe (MCU), esse talvez tenha sido o primeiro longa longe da “mesmice” das fases 4 e 5. 

E, não, a “mesmice” não foi vermos a mesma história em todos os filmes, mas sim como a Marvel insistiu em abordar muitos assuntos de uma só vez. Vimos novos heróis em diferentes formatos e conteúdos, mas com roteiros super rasos, tudo quase que de forma paralela. Em outras palavras, o que poderia ter sido promissor – como as fases 1 e 2 – para que o espectador pudesse assimilar, acabou sendo um tiro no próprio pé tanto pelo excesso quanto pela superficialidade. Mas o que Guardiões da Galáxia 3 tem de tão diferente?

Mate a saudade de Guardiões lendo Guardiões da Galáxia: Rebelião Espacial

A Trama

Guardiões da Galáxia 3 vai de encontro a essa premissa. A história se passa com os nossos anti-heróis se estabelecendo e tentando levar uma rotina normal em Knowhere, após os acontecimentos de Vingadores: Ultimato. 

Vemos Peter Quill (Chris Pratt) desolado pela ausência de Gamora (Zoe Saldaña); Nebula (Karen Gillan), Drax (Dave Bautista) e Mantis (Pom Klementieff) se firmando como personagens fundamentais à equipe e, o principal: Rocket Raccoon (Bradley Cooper) como o protagonista.

No entanto, o mais interessante foi a abordagem que James Gunn, em sua última produção na Marvel, usou para tornar Rocket a peça-chave nesse enredo. O roteiro do longa mostrou duas linhas narrativas: uma exclusiva para ele e outra linha elaborada a partir do que aconteceu com o nosso guaxinim favorito. Isso o tornou protagonista de forma direta e indireta. Nesse sentido, o filme consegue brincar facilmente com flashbacks e flashforwards sem atropelar nenhum contexto. 

Isto porque, no presente, vemos Rocket em apuros. O motivo desse perigo remete ao passado do personagem e o porquê de situações bastante cruéis que ele passou. Como consequência, o espectador consegue entendê-lo e compreender também a necessidade dele ser protegido. Só que, mais do que isso, o público consegue ser cativado pelo carisma desse protagonista, e parece querer se apegar à missão de protegê-lo também. 

De igual maneira, é visível que os outros Guardiões possuem papéis fundamentais no desenrolar da trama — o que, nos dois outros filmes, parecia depender somente de Peter Quill.

Vale a pena ir ao cinema pra assistir?

Em suma, Guardiões da Galáxia 3 é um longa que vale a pena a ida ao cinema. É um filme realista – dentro do que conhecemos de MCU – e com o amadurecimento de todos os personagens, o que talvez tenha sido o principal para um desenvolvimento à altura do roteiro.

Um adeus?

Ao contrário do que os mais saudosos consideram, Guardiões da Galáxia 3 não é uma despedida. 

Apesar de ter sido o último filme de James Gunn na Marvel, o longa mostra novas promessas para o futuro do MCU, com o encerramento de alguns arcos de certos personagens, mas preparando o terreno para novas tramas.

Por exemplo, vemos Adam Warlock (Will Pouter), que apresenta um desenvolvimento bom e promissor, mas sem grandes novidades a curto prazo. Se isso foi proposital, não sabemos, mas claramente dá para ver que as missões estão longe de acabar. 

Com sorte, e felizmente, Guardiões da Galáxia 3 consegue entregar um filme com protagonistas e cenários muito bem divididos. Talvez, pelo apelo emocional da trama, tenha sido um dos poucos filmes com uma história tão envolvente e cativante do MCU, mostrando que, sim, é possível mesclar emoção e ação ao mesmo tempo.

A Marvel, mais uma vez, nos mostra que filmes de heróis não enjoam. Mas a mesmice sim. E ainda bem que Guardiões da Galáxia 3 foge do mais do mesmo.

Mas e você, o que achou? Me conta nos comentários!

Por que assistir ao Especial de Festas de Guardiões da Galáxia?