Apesar de polêmicas, Morte no Nilo acrescenta a obra original
Após inúmeras polêmicas do elenco, Morte no Nilo estreia liderando bilheteria no Brasil, mas apesar de trazer alguns elementos novos, não faz muito além disso.
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Baseado no livro homônimo de Agatha Christie, o filme narra a investigação do assassinato da jovem milionária: Linnet (Gal Gadot) em um cruzeiro de luxo no Nilo, feita por ninguém menos que o brilhante detetive Hercule Poirot.
Recheado de mentiras, a obra consegue trazer parte da essência dos livros de Agatha Christie, mostrando muito bem a falsidade humana por trás das aparências. Porém, nem de longe supera a adaptação de 1974. E se você é como eu provavelmente também está se perguntando:
Essa adaptação era mesmo necessária?
Apesar de se confundir na sua própria narrativa e ter problemas importantes de ritmo e desenvolvimento, Morte no Nilo justifica sua existência na forma que sabiamente explora o passado do investigador Poirot. Interpretado por Kenneth Branagh, que está irreconhecível e bem no papel, é o carisma dele somado a performance de Emma Mackey e Sophie Okonedo que roubam a cena.
A verdade é que com exceção deles, Morte no Nilo peca tanto no desenvolvimento dos seus personagens quanto na construção da própria narrativa. Por exemplo, todo o triângulo amoroso que deveria ser a âncora do filme não conquista como deveria, pois demora muito a se estabelecer. Mesmo assim, seria mentira dizer que a versão mais recente não cumpre seu papel, a grande questão é que não vai além disso.
Com uma ambientação muito bonita, o filme peca algumas vezes com cenas completamente desnecessárias. Desde cenas gerais do Nilo quanto, por exemplo, as infelizes comparações entre a personagem de Gadot e a figura histórica Cleópatra.
Contudo, não tem como criticar Morte no Nilo, e não chamar a atenção para o trabalho de Kenneth Branagh como diretor. Com escolhas de planos e sequências no geral bem acertadas, a direção surpreende ainda que a história em si deixe a desejar.
Outro ponto que incomoda é o próprio mistério, ao contrário do que geralmente acontece, existe menos ambiguidade e dúvida sobre quem é o assassino. Ainda que a investigação leve um tempo considerável, ela não nos desafia no nível que uma obra da Agatha Christie deveria.
Dessa maneira, ainda que Morte no Nilo traga elementos novos, como um final complementar bem interessante, ele é apenas eficiente quando poderia ser bem mais que isso. Quem já viu, me conta aqui embaixo o que achou!
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