
Crítica (Com Spoilers): Mulher-Maravilha 1984 | Quem são os vilões e os heróis?
O ano de 2020 foi, disparadamente, atípico. As relações sociais, a economia, as prioridades, tudo mudou. O conceito de globalização ganhou novos significados, mas dentro do que (quase) todos querem: desejo de esperança no futuro. O novo filme da DC, Mulher-Maravilha 1984 não poderia ter estreado em momento melhor.
Isso porque, o contexto e o enredo do longa são verossímeis com a nossa realidade. A intenção de cada um desejar algo, muitas vezes, faz com que o desejo do coletivo não importe tanto.
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Nessa linha, vemos desejos como o de Diana Prince (Gal Gadot) querendo o retorno de Steve Trevor (Chris Pine); o de Barbara Minerva (Kristen Wiig) de ser a predadora alfa e o de Max Lord (Pedro Pascal) de ser o homem mais poderoso do mundo. O que eles não sabem é que cada pedido vem com um macete. Um desejo em troca do bem mais precioso de cada um.
Na verdade, o que percebemos é que a ganância é a verdadeira vilã. Por vários momentos, vemos os personagens agindo por impulso, movidos pela vontade de sempre querer mais. E, sem a ganância, Barbara Minerva não se tornaria a Mulher-Leopardo, Max Lord ainda seria um fracassado e Diana não poderia rever Steve.
O que torna os desejos reais?

Graças à Pedra dos Sonhos, é possível concretizar o pedido de quem a toca.
Então, Max Lord usa do seu único desejo para absorver todos os poderes da Pedra. Dessa forma, ele poderia conceder as vontades das pessoas, em troca do que elas tivessem de mais precioso para dar a ele.
O problema é que essa troca gera um descontrole nas relações, criando o caos na sociedade.
Tudo pareceria perdido, se não fosse por Steve Trevor. Ao perceber que todo desejo vem com uma troca, Trevor convence Diana a desistir do seu pedido e ter seus poderes de volta. Ela, por sua vez, convence à sociedade de que o coletivo deve importar sobre o individual. Somente assim, as relações se manteriam e a normalidade voltaria.
Isto é, Steve torna-se o verdadeiro herói. Com ele, percebemos que a única saída é priorizar o interesse geral sobre qualquer desejo particular. Ainda que isso promova (novamente) sua morte. E ainda que desaponte Diana, sua amada.
Mulher-Maravilha e os dilemas da protagonista
Seria simples compreender a lógica, se não fosse por uma heroína amazona criada com sólidos valores morais. No longa, vemos com clareza o conflito interno de Diana enquanto civil e de Diana enquanto amazona de Themyscira. Afinal, seria justo que ela abrisse mão do seu único desejo em prol de uma sociedade apaziguadora?
Esses embates pessoais geram, no espectador, uma sensação de pertencimento e identificação com a personagem. Sim, as cenas de luta também são ótimas. Mas são os conflitos internos dos protagonistas que prendem a atenção, mesmo.
Assim, ao perceber que seus poderes seriam insuficientes para derrotar Max Lord, Diana faz um apelo pessoal e inesperado – com direito a olhares diretos para a câmera, como se fosse uma conversa com o público – sobre o poder-dever de cada um e sobre a esperança na humanidade. Somente dessa maneira, o mundo seria salvo. (E, claro, foi!)
Apesar do cenário pandêmico, Mulher-Maravilha 1984 surgiu no momento em que a esperança parecia mais utópica do que possível. Ainda que não exista uma Diana Prince para dialogar com todos, é importante que cada um faça sua parte em busca de dias melhores.
E, por mais que pareça ingênuo, garantir a manutenção da coletividade é sempre a escolha mais acertada para uma sociedade harmônica e justa.
E você, já assistiu? Abriria mão do seu desejo por um mundo melhor?
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