O que o livro e o filme de “O Jogo do Amor e Ódio” têm em comum?
O livro O Jogo do Amor e Ódio, da Sally Thorne, é um best-seller queridíssimo dos fãs de romance, que ficou tão famoso que até virou um filme no Amazon Prime Video com o mesmo nome da obra original. Apesar da fama do livro, há quem diga que o filme é melhor e, pra tirar a dúvida, fui assistir ao filme após a leitura e resolvi compartilhar com vocês minhas impressões e quais são as maiores diferenças entre eles.
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Qual o enredo de O Jogo do Amor e Ódio?
O princípio geral é aquele romance do ódio ao amor, no qual os protagonistas não se suportam de início, mas que no fim acabam se apaixonando um pelo outro. Nesse sentido, acompanhamos Lucy Hutton (Lucy Hale) e Joshua Templeman (Austin Stowell), se tornarem colegas de trabalho após uma fusão de editoras. A hostilidade entre eles reflete diretamente a rivalidade entre essas empresas.
Superficialmente, os dois parecem completos opostos. Lucy é alegre, colorida, animada e carinhosa, enquanto Joshua é sério, formal, exigente e distante. Eles estão constantemente fazendo joguinhos para irritar um ao outro, e o extremo da rivalidade acontece quando ambos disputam uma promoção.
A partir daí as coisas mudam, o que gera muita confusão para ambos.
A história do filme e do livro se parecem?
No geral, a construção da história no audiovisual é muito fiel ao que foi desenvolvido por Sally Thorne no livro, tendo apenas algumas alterações feitas para se encaixar no tempo de tela. O que é compreensível, já que seria impossível encaixar todo desenvolvimento de 400 páginas em 1h42m de filme.
No entanto, preciso dizer que algumas coisas me decepcionaram. Pois, ainda que já fosse esperado que o filme não tivesse a mesma construção do livro, essas escolhas tiraram muito da profundidade e complexidade dos personagens e de seus conflitos, o que para mim pesou bastante.
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O Jogo do Amor e Ódio e o problema dos clichês românticos
Um dos grandes problemas dos romances há muito tempo é a reprodução de alguns estereótipos, negativos tanto nas personalidades dos envolvidos quanto na relação em si. Por exemplo, em O Jogo do Amor e Ódio vemos um homem que não sabe se expressar, que sente uma coisa, mas demonstra outra.
Este é Joshua Templeman no filme e também no livro, porém no segundo vemos uma maior evolução e aprendizado do personagem. Vemos que com o tempo ele aprende gradualmente a se abrir e se esforça para mudar o jeito que age, enquanto o filme não explora esse lado dele.
Dessa forma, na adaptação, ao invés de propor e colocar seus sentimentos e desejos com clareza para Lucy, Joshua se afasta quando ouve dela algo que não corresponde com o que ele deseja. O que acaba por criar situações de idas e vindas para o casal, além de muita inconstância.
Ele representa aquele padrão de homem fechado, que não expressa o que pensa, age com indiferença, mas às vezes faz algo pela parceira, cuida dela de alguma forma, dá um presente significativo ocasionalmente. Portanto, tudo isso acaba reforçando padrões negativos dos relacionamentos, passando uma visão distorcida do que seria uma demonstração real de afeto.
E como é essa relação?
O que fica claro, principalmente no filme, é que Lucy e Joshua tem uma relação muito tóxica um com o outro. Tanto pela rivalidade que eles nutriram por muito tempo, quanto pelas idas e vindas e a infantilidade com que eles se tratam em boa parte do longa.
O livro, por sua vez, já age de forma diferente. Eles têm conflitos, sim, porém ambos vão se aproximando cada vez mais e se abrindo um com o outro sobre seus sentimentos e questões. Assim, eles conseguem se ajudar em seus traumas, dificuldades e também aprender um com o outro.
Já na adaptação, a justificativa que fica é que a rixa entre eles fazia de Lucy uma funcionária melhor, pois isso a desafiava. Apesar dos dois serem pessoas com habilidades e pontos positivos, assim como coisas a melhorar, a conclusão deixou a impressão de que só Joshua tinha algo a ensinar, como se ele não precisasse aprender algo com ela também.
Vale a pena assistir ao filme e ler o livro?
Eu diria que sim, pois ambos são obras divertidas e muito sensuais. Ainda que tenha gostado mais do livro, a experiência com o filme não foi ruim. Desse modo, acredito que desde que a gente fique de olhos bem abertos e reflita sobre o significado desses relacionamentos no final, todo entretenimento é válido.
Vale dizer também que, no geral, achei que alguns pontos do livro também são sensíveis e reforçam estereótipos de fragilidade feminina e mulheres que procuram homens fortes para protegê-las. Outro ponto negativo é esse padrão de homem que não sabe dizer o que quer, às vezes até trata mal a mulher que ama, como algo justificável ou até desejável, que vemos tanto na adaptação quanto no livro.
Na minha visão, ambas as coisas passam a mensagem errada sobre relacionamentos, que apesar de estar presente nas duas obras é muito mais escancarado no filme. Visto que no livro os personagens, e até seu relacionamento, têm mais profundidade e uma conclusão mais coesa para ambos. No entanto, apesar desses problemas, a adaptação é divertida e muito gostosa de assistir, o que com certeza vai te arrancar boas risadas!
Com isso minha análise fica por aqui! E você, já leu O Jogo do Amor e Ódio? Me conta se achou o livro melhor que o filme também.
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