A cantiga dos pássaros e das serpentes é melhor que os livros originais?
Fala Turneiros! O sucesso estrondoso de uma das maiores sagas literárias, Jogos Vorazes, completou 10 anos da sua conclusão. Como comemoração, a autora Suzanne Collins publicou um livro Prequel (obra que conta alguma história anterior a principal). No livro A cantiga dos pássaros e das serpentes, acompanhamos a adolescência de Snow em um país pós guerra, falido e se reerguendo aos poucos através dos Jogos Vorazes.
Essa matéria não contém spoilers. Os comentários são derivados de opiniões pessoais e podem ser divergentes de sua experiência com o livro.
Como um apanhado geral do enredo, Coriolanus Snow no final de seu ano letivo, precisará exercer a função de instrutor nos Jogos Vorazes almejando o grande prêmio de uma bolsa de estudos na universidade. Acompanhamos as ambições do personagem crescer as sombras e aparências da antiga família rica enquanto deseja o cargo de presidente de Panem. Contudo, seus planos parecem virar de cabeça para baixo ao ser designado à tributo feminino do Distrito 12 e novas políticas de impostos da capital.
O enredo principal
Muitos fãs da saga, assim como eu, sempre desejaram retornar a Panem com novas histórias e conteúdos desse universo incrível. No entanto, não tive essa percepção da obra. A escolha de enredo segue muito o padrão fácil de vender e adolescente, o que não é estranho, visto que esse é o intuito do livro.
Porém, vale lembrar que se tratando e um sucesso, não seria tão difícil o livro se tornar um novo best seller. Os fãs na época de lançamento cresceram e acredito, assim como eu, que muitos gostariam de ver uma versão mais adulta e politizada do mundo aos olhos de Coriolanus. Juntamente com sua ascensão que vemos em trechos narrado por Finnick no terceiro livro da trilogia original:
“ — […]tão jovem quando alçado ao poder. E tão sagaz em mantê-lo. Como […] ele conseguiu isso? […] Veneno.
Casos […] de misteriosas mortes dos adversários dele ou, pior ainda, de seus aliados que tinham o potencial para se tornarem ameaças. Pessoas caindo mortas em algum banquete ou […] ao longo dos meses. […] Snow bebia ele próprio das taças envenenadas para evitar suspeitas. […] Dizem que é por isso que usa as rosas com cheiro forte de perfume.[…] para encobrir o aroma do sangue das feridas que ele tem na boca […].”
O livro não é ruim num todo, mas há muitos pontos os quais podem ser considerados desnecessários ou até melhorados. Como mostrei acima, uma história que mostrasse mais a chegada do poder, mesmo que com saltos temporais, seria interessante de ver e não teria oscilações de história arrastada.
O universo pós guerra
Suzanne nos entregou um trabalho limpo e completo do pós-guerra entre os Distritos e Capital aos olhos de Katniss. Obviamente focado em seu distrito natal. Em contrapartida, vemos também como a Capital lidou com a situação, a nível do famoso dr. Lecter.
Algo que faltou ser abordado, visto que acompanhamos esse período com Snow, é o durante, até mesmo o estopim para o começo da guerra. Seria muito interessante entender melhor o início de tudo e quais os papéis dos Distritos nisso tudo. Seria crucial sabemos como a revolta começou, algo mais que mencionar o desagrado dos distritos.
Fan services
Como já dizia o filósofo contemporâneo Borgo, Érico — “Sou fã, quero service”. Não dá para reclamar que o livro está cercado de referências, revisitações e menções a eventos icônicos do universo. Entretanto, essas colocações ficaram excedidas e em determinados ponto me pareceu demais. Me passando até uma sensação ruim sobre a forma que foi usado tirando alguns protagonismos de Katniss.
Como um certo Capitão de um mundo alternativo que adora pegar referências, de fato eu AMO quando tem referências, menções e tudo mais, mas me pareceu demais em As cantigas dos pássaros e serpentes.
O Romance
Não poderia faltar o velho e bom(para alguns, eu dispenso) romance nas histórias do gênero. Um dos índices que mais fomentam o sucesso, aqui neste livro, parece ter funcionado, contudo não todo o tempo. O romance de Coriolanus é uma peça fundamental para demonstrar sua personalidade e como ela tem influência nas suas escolhas e ações. Tanto que quando vemos os pensamentos do personagem, identificamos cada vez mais quem é o Snow que conhecemos na trilogia de Jogos Vorazes. Ainda assim, essa parte da história, durante o segundo arco, pode ter se mostrado arrastada, o que influenciou parte da falta de interesse em continuar a leitura.
Coriolanus
Um jovem doce e que luta para tentar manter as aparências da família e deseja por tudo retornar a glória a sua capital. O adolescente é ambíguo e pode muitas vezes quase te fazer gostar e ser empático a ele. Olha que eu amodeio esse personagem pela sua construção e aqui não deixou a desejar. Seus pensamentos amáveis e às vezes perversos oscilam de diversas formas mostrando que ele também é humano. No entanto, identificamos o personagem quando sua identidade é posta a em jogo.
Sua ambição é sempre posta em primeiro plano ao lado de sua lealdade à família e à pátria, mas sempre focado em seus objetivos, Coryo mostrando todas suas faces ao leitor.
A Cantiga dos Pássaros e das Serpentes
O nome do livro traduz muito bem a história. Representações claras de personagens e simbologias que casam perfeitamente ao personagem em destaque. Demorei a compreender a escolha, mas ficou claro no decorrer da leitura. O nome reflete muitos dos símbolos que são apresentados no decorrer do livro.
Enfim, há muito a se falar sobre a obra, como a confusão que tive, e compartilhei com outros leitores, sobre a cronologia e escolha do enredo. Como mencionei, esperava que o livro fosse mais político e trabalhasse a vida adulta de Coriolanus em busca do poder. Mas no último capítulo junto ao epílogo, o livro ganhou minha máxima atenção ao mostrar o despertar do personagem e ver claramente sua personalidade forte com um plot lindo de ler. Foi excelente a forma em que a dúvida e as escolhas difíceis o fez repensar tudo e adotar a postura rígida.
Como o livro sempre mencionou, “Snow cai como neve, sempre acima de tudo.” Não serei leviano em dizer que amei, mas não direi que odiei. O livro tem seus altos e baixos e merece levar muitas coisas em consideração. Eu gostei, mas pode ser um divisor de águas. Muitos o veem como desnecessário, outros mais adoram. Apenas retornando a Panem dirá como será sua experiência aos olhos de Coriolanus Snow. Se interessou? Adquira seu livro para conferir a obra completa. E você, já leu A cantiga dos pássaros e das serpentes? Diz aqui se você concorda comigo e deixe sua colaboração para as percepções da obra.
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