Animais Fantásticos e os Segredos de Dumbledore vale a pena?
Estamos à frente de mais um filme do universo de Harry Potter. E a pergunta que fica ao sair da sessão de “Animais Fantásticos e os Segredos de Dumbledore” é se era realmente necessário criar uma nova franquia de filmes, já que obra após obra vamos notando uma preguiça do roteiro que fornece apenas o básico e não se arrisca em contar uma história minimamente interessante, ou mesmo apresentar personagens cativantes.
O filme apresenta passagens cansativas e um enredo difícil de acompanhar. Tem muita
informação ao mesmo tempo, e elas acontecem tão rapidamente que parecem desconexas
com a história central. Além disso, o objetivo principal não está claro e fixa na mesmice
durante todo o desenvolvimento, e por fim apresenta uma conclusão insossa.
Nem no que parecia certo ele acerta
Após os segredos revelados no segundo filme da franquia, ficamos ansiosos para o
desenvolvimento dos personagens nessa nova obra. Porém, de forma arrastada, somos
levados para um universo com “frases de efeito” e atuações fracas. Desse modo, o filme não consegue aproveitar nem os momentos que poderiam ser verdadeiramente épicos.
Mads Mikkelsen sempre entrega papéis muito bons, e suas atuações sempre são impecáveis; aqui, no entanto, parece que o papel não se encaixa com o ator, que nem com toda a sua genialidade consegue
apresentar um trabalho convincente. O mesmo acontece com Jude Law, que parece ser um
coadjuvante na história, mesmo tendo tudo para seu personagem (Alvo Dumbledore) ganhar
diversas camadas a mais dentro do universo. Por exemplo, Eddie Redmayne, Ezra Miller e Katherine
Waterston que, antes eram protagonistas e agora estão apagados, colocados de lado. A
sensação é de que o filme acaba se transformando em um spin-off de um spin-off.
A história encontra dificuldades em alinhar os personagens para conversar diretamente com a
narrativa. Assim, parece que nada encontra sua função dentro da trama. Até mesmo Maria Fernando
Cândido, que foi uma grande contratação, dando oportunidades para uma atriz brasileira fazer
parte do universo, teve uma participação muito pequena, e não apresenta nenhuma cena ou
fala relevante.
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Mas tem algum ponto positivo?
Se existe um ponto positivo é o fato do filme ser do universo Harry Potter, e investir no lado
emocional dos espectadores, fazendo várias referências a personagens e lugares que já estão
no nosso imaginário (principalmente de quem é fã). Isso funciona em partes, porque nos
interessamos pela história daqueles personagens, principalmente depois da apresentação
incrível que tivemos no primeiro filme, permitindo uma relação próxima com cada um deles.
No entanto, isso se perde a cada sequência, e usam o interesse que temos pela história para nos
oferecer simplistas sequências de conversas e ações que nos afugentam, pois não compramos
os objetivos delas. Se o segundo filme foi um fiasco, o terceiro é uma decepção, que em vez de
resgatar a explosão de sentimentos da primeira obra, só oferece uma fraca tentativa de prender
a atenção do público em uma história nada interessante, repetindo erros que vimos no segundo
filme.
Afinal, existe futuro para a franquia?
A cada filme que é lançado, eu sinto que eles enrolam mais do que respondem, e a trama
principal que rege a narrativa principal, começa a se tornar coadjuvante, cansativa e fraca. O mais triste é ver como os protagonistas, que antes, despertavam no público curiosidade e interesse, se perderam no meio disso tudo.
Em resumo, a Warner está perdendo a mão, e só existe futuro caso a franquia passe por uma reestruturação completa. Torço para que isso aconteça, mas para isso a história deve voltar para os objetivos que estavam sendo traçados anteriormente, dar foco em personagens necessários e formalizar dificuldades que foram essenciais para a relação do público com a narrativa nos filmes anteriores. Enfim, se isso vai acontecer ou não, já não sei, só nos resta esperar!