Crítica Eternos | Uma introdução que deixa gosto de quero mais

Principalmente para quem é fã da Marvel, Eternos é uma experiência pra lá de interessante, mais densa que os demais filmes, e com uma dose equilibrada de humor. Dessa maneira, todo o lado cômico do filme vem de uma forma mais suave e consistente com a proposta, que é um pouco mais séria e sensível. Contudo, o humor ainda está presente, principalmente como alívio cômico de situações dramáticas, o que por sinal funciona muito bem, sendo uma das partes mais agradáveis da obra.

Embora muito tenha sido dito sobre não parecer um filme da Marvel, mesmo tendo elementos novos, ainda é possível perceber a presença dessa fórmula no humor e também na construção do enredo. O que é algo bom e ruim, bom porque dá uma certa impressão de familiaridade, e ruim pois acaba soando clichê em alguns momentos.

Apesar de trazer as clássicas reviravoltas, não há grandes surpresas e o enredo se desenvolve de forma bastante similar a outros filmes, o que muda na verdade é a direção, a fotografia e o desenvolvimento dos personagens que dá um ar diferenciado ao longa.

Os Personagens, os flashbacks e o ritmo de tudo isso

É comum que filmes introdutórios sejam marcados pela falta de desenvolvimento de personagens, mas esse não é o caso de Eternos, e é por isso, que mesmo tendo problemas, ele é um dos melhores filmes introdutórios do MCU.

Apesar do desafio de apresentar dez personagens novos de uma vez, pudemos conhecer um pouco de cada um deles, e ainda que alguns tenham tido maior relevância, no fim, o filme cumpriu seu papel nos deixando com gostinho de quero mais e ansiedade para saber o que os personagens vão fazer a seguir.

Isso acontece pela constante presença de flashbacks, que nos ajudam a compreender os personagens, suas relações e motivações. Porém, embora ganhe em desenvolvimento de personagens, perde em ritmo, o que pode ser uma das razões para as constantes críticas negativas. Querendo ou não essas quebras fazem com que um ritmo não seja mantido, dificultando principalmente o consumo de quem só quer uma distração ou um filme divertido.

Além disso, em prol de desenvolver os heróis, o filme decide desenvolver pouco a trama principal e seus vilões, o que é completamente compreensível tendo em vista a quantidade de personagens na equipe, e considerando que o objetivo do filme era introduzir esses novos heróis e essa nova fase da Marvel, é uma troca mais que justa.

É bonito de se ver

A força de uma equipe tão representativa é capaz de literalmente nos causar calafrios de emoção, é algo único, mas certamente abre margem para ainda mais diversidade dentro do gênero.

Mas não é só isso que é bonito de se ver, com locações cuidadosamente escolhidas, linda arte e fotografia o filme entrega um material estonteante. Não só por ser bonito, mas por ser extremamente complementar com a direção da Chloé Zhao. Contudo, como nem tudo são flores, os efeitos especiais são pouco marcantes e decepcionam um pouco.

Porém, se tem algo que não decepciona é a direção de Chloé Zhao, que é a grande estrela de Eternos. Com muita sensibilidade, Chloé, conduz a trama muito bem, deixando sua marca no filme. Além disso, outro destaque vai para o elenco, que como o prometido, em nada decepciona. Principalmente as atrizes Gemma Chan, Angelina Jolie e Laura Ridloff.

Além disso, o filme deixa coisas no ar para serem desenvolvidas em próximos filmes, nos deixando na expectativa do que vem a seguir. E você, o que acha que vai acontecer no MCU com a chegada dos Eternos? Comenta aqui embaixo!

Concluindo (porque já falei demais), super recomendo o filme, mas tenham em mente que é mais denso e que por isso requer uma atenção maior. Então, vejam com a cabeça vazia e bem aberta a conhecer um pouco mais sobre esses heróis.

Eternos entra em cartaz nos cinemas brasileiros em 04 de novembro de 2021.