
Capitão América: Admirável Mundo Novo | Vale a pena?
Olá Turners! Estou de volta para trazer minha fiel opinião sobre o mais novo filme da Marvel! Isso mesmo, a Turn me fez recuperar minha carteirinha de Marvelete — que eu já tinha jogado no poço — e me convidou para assistir à cabine de imprensa de Capitão América: Admirável Mundo Novo.
Vem conferir minhas primeiras impressões do filme com o mínimo de spoilers possível!
O Filme
Capitão América: Admirável Mundo Novo, o mais recente longa do Marvel Studios, se passa após os eventos da série Falcão e o Soldado Invernal (2021), dando continuidade à jornada de Sam Wilson (Anthony Mackie) como o novo Capitão América.
O filme explora os desafios de carregar esse manto lendário e acompanha a crescente tensão política gerada pela corrida global pelo Adamantium, recém-descoberto no corpo do Celestial que vimos pela última vez em Eternos (2021).
O que esperar?
O filme praticamente funciona como uma continuação de várias histórias que se entrelaçam para impulsionar e consolidar Sam Wilson como o novo líder, digno de carregar o manto do Capitão América e ajudar a construir a próxima geração da Marvel.
Aqui, vemos o desdobramento dos eventos de Eternos (2021), com a revelação do corpo do Celestial — agora conhecido como Ilha Celestial —, local onde é encontrado o Adamantium. Sim, o mesmo metal usado nas garras do Wolverine! Além disso, temos o resgate de tramas esquecidas, como O Incrível Hulk estrelado por Edward Norton, que volta à cena para fortalecer o enredo do filme. Ou seja, muita coisa para absorver certo? Mas vamos por partes.
O Incrível Hulk e Harrison Ford
Nosso eterno Han Solo entra para o time da Marvel! Harrison Ford assume o papel de Thaddeus “Thunderbolt” Ross, anteriormente interpretado pelo ator William Hurt que faleceu em 2022.

Admirável Mundo Novo e O Incrível Hulk. @Disney Pictures e @Universal Pictures do Brasil – Distribuição/Divulgação.
Fica muito evidente que Ford se entregou ao papel, moldando sua própria versão de Ross. Ele adiciona profundidade e carga dramática ao personagem, tornando-o um antagonista sólido ao longo de toda a trama.
Para você, mero mortal que, assim como o resto da humanidade, não lembra de O Incrível Hulk (2008), aqui vai um breve refresco na sua memória. Na época o Thaddeus Ross (William Hurt), era um general obcecado por capturar Bruce Banner (Edwart Norton), que, por sua vez, tinha um relacionamento com Betty (Liv Tyler), sua filha. Essa caçada levou Betty a cortar laços com o pai e nunca perdoá-lo.
Agora, em Capitão América: Admirável Mundo Novo, Ross ocupa o cargo de presidente dos Estados Unidos e tenta provar para a filha — e para a América — que mudou, deixando para trás sua postura implacável de general. Ou seja, está na clássica jornada de redenção.
Mas será que essa mudança é real? Bom, um rosto familiar retorna para testar essa suposta transformação. Tim Blake Nelson está de volta ao papel de Samuel Sterns, personagem que também apareceu em O Incrível Hulk (2008).
O Peso da Excelência

Não é surpresa para ninguém que o Capitão América é um símbolo crucial para os Estados Unidos. Desde o seu surgimento, foi amplamente utilizado como ferramenta de marketing e esperança em tempos difíceis, tornando-se um verdadeiro tesouro nacional. Além disso, enfrentou inúmeras ameaças ao longo dos séculos, reforçando ainda mais sua importância para o país.
Sam Wilson entende o peso desse legado. Assumir o manto que pertenceu a Steve Rogers (Chris Evans) não é apenas uma grande honra, mas também uma responsabilidade imensa. Ele sabe que não pode falhar, que precisa estar à altura do símbolo que representa. E durante todo o filme, vemos diferentes personagens reforçando essa ideia com discursos motivacionais, lembrando-o de que ele merece ocupar esse posto.

Mackie) no filme Vingadores: Ultimato. @Disney Pictures – Distribuição/Divulgação.
A Construção de uma Nova Identidade
Ainda assim, Sam constrói sua própria identidade como Capitão América. Uma das decisões mais marcantes — e, ao mesmo tempo, contraditórias para ele mesmo — é a de não tomar o soro do super soldado, optando por preservar sua humanidade.
Além disso, ele mantém as asas do Falcão em seu uniforme, deixando claro que, embora siga os passos de Steve, não pretende apagar quem realmente é. Um dos diálogos mais marcantes do filme acontece entre Sam e Joaquin Torres (Danny Ramirez), que agora forma a nova dupla dinâmica — embora, claro, sem a mesma química icônica de Sam e Bucky.
No entanto, Joaquin tem um carisma natural que torna essa nova parceria bastante envolvente.

Admirável Mundo Novo. @Disney Pictures – Distribuição/Divulgação.
Na cena, os dois discutem o peso da excelência e a pressão de ocupar esses cargos. Ambos sabem que a América está observando cada um de seus passos, e que não podem errar. Mas essa cobrança vai além das responsabilidades como heróis: pela primeira vez, temos um Capitão América negro e um Falcão latino. As minorias estão conquistando espaços de protagonismo, mas com isso vem uma pressão brutal — qualquer deslize pode ser fatal para a aceitação deles.
Essa conversa ganha ainda mais peso ao refletir a realidade fora das telas. Assim como Sam enfrenta desafios para ser reconhecido como Capitão América dentro do universo do filme, Anthony Mackie também sente na pele as expectativas e os desafios de ocupar esse espaço em Hollywood atualmente. É um dos momentos mais potentes da narrativa, pois transcende a ficção e ecoa uma questão real.
“Sou um homem negro usando as estrelas e as listras. O que eu não entendo? Toda vez que pego esse escudo, sei que milhões de pessoas vão me odiar por isso. Eu sinto os olhares, os julgamentos e não há nada que eu possa fazer para mudar. Ainda assim, estou aqui. Sem super soro, sem cabelo loiro nem olhos azuis.”
Fala do personagem Sam Wilson na série Falcão e o Soldado Invernal.
Nosso Veredito Final
Eles trabalharam com o que tinham! Essa é a melhor definição para este filme. É compreensível a intenção de conectar as pontas soltas deixadas por outros filmes, criando uma base para a nova fase da Marvel. No entanto, a execução acabou resultando em uma verdadeira farofada.
Em alguns momentos, mesmo com tanta informação sendo despejada, o ritmo se tornou arrastado, sem grandes reviravoltas ou resoluções muito rápidas. O que mais me incomodou foi justamente a conexão forçada com O Incrível Hulk (2008), um filme que a própria Marvel fez questão de deixar no esquecimento por anos.
Mas vale lembrar que a produção enfrentou diversos desafios, como as pausas causadas pelas greves e as várias reescritas do roteiro. Então, considerando esse cenário, até que o filme funcionou — mais pelo carisma e a atuação de Anthony Mackie, Harrison Ford e o restante do elenco do que pelo roteiro ou pela direção.
A trama ainda conta com o retorno de Carl Lumbly como Isaiah Bradley e a introdução de novos personagens interpretados por Giancarlo Esposito, Shira Haas e Xosha Roquemore. No entanto, devido à quantidade excessiva de informações sendo trabalhadas, esses personagens acabam aparecendo de forma rasa — o que, dentro do contexto acima, até faz sentido.
No fim das contas, Capitão América: Admirável Mundo Novo entrega um entretenimento decente. O humor funciona como alívio para a tensão política da trama e, considerando as últimas produções da Marvel, esse filme poderia ter sido um desastre total.
Não chega nem perto do nível da fase 3 do estúdio, mas cumpre seu papel de introduzir essa nova fase do Capitão América.
E você, já assistiu o filme? Qual é sua opinião?