Crítica | O Último Duelo
Para os amantes de dramas históricos, O Último Duelo com certeza é muito atrativo. Ambientado no século XIV, na França Medieval, tem todos os elementos que povoam o imaginário comum sobre o período: castelos, cavaleiros, lutas sangrentas e donzelas. Mas apesar disso a obra surpreende ao não trazer mais uma idealização do período. A conjunção de figurino, cenário e fotografia proporcionam uma imersão profunda e muito realista do que deve ter sido viver naquela época e nas condições apresentadas pelo filme.
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O Papel da Direção no Longa
Ridley Scott, famoso pelas produções: Blade Runner (1982), Thelma e Louise (1991), Gladiador (2000) e Perdido em Marte (2015) não decepciona nesse filme e entrega uma obra profunda. O filme nos proporciona reflexões não apenas sobre o período que retrata, mas também sobre questões muito atuais. O diretor é famoso por dramas históricos e ficção científica, sendo em um ou outro gênero, os trabalhos dele são marcados por análises profundas sobre a sociedade e a mente humana.
3 Pontos de Vista e uma única verdade
Em O Último Duelo, a construção da história se estrutura entre a apresentação dos fatos na visão de 3 personagens principais. Uma proposta difícil, pois se for mal feita, pode tornar a experiência monótona para o telespectador. Porém, não é o caso aqui, a cada momento, em cada versão podemos perceber a complexidade de cada personagem e do próprio contexto no qual eles se inseriram. Essa escolha narrativa enriqueceu a história e demonstra várias versões dos acontecimentos. Dessa forma, nos levando em alguns momentos a questionar o que teria sido a verdade, de fato. Contudo, ao fim do filme, essa resposta aparece de forma clara.
É muito violento?
Outro ponto muito positivo é que o diretor soube usar as cenas de luta e violência sem se apoiar nisso para tornar o filme atrativo. Ele intercala a brutalidade das guerras representadas com momentos de aprofundamento sobre os personagens e os eventos, assim como de tensão e até suspense.
Porém é importante ressaltar que pessoas mais sensíveis podem se sentir desconfortáveis com as cenas de violência explícita do longa. Apesar de bem utilizadas, são capazes de gerar algum tipo de inquietação em um público mais impressionável. Por isso, é importante se atentar à classificação indicativa de 14 anos.
Vale dizer também que o filme foi baseado em um livro de mesmo nome, escrito por Eric Jager. A trama de ambos trata do último julgamento por combate que ocorreu na França em 1386. Até aquele momento era comum que embates judiciais pudessem ser solucionados por duelos, o resultado seria uma prova divina de quem estaria correto. Nesses embates, valia todo tipo de ação e eles ocorriam até a morte de um dos envolvidos.
Mas qual a trama?
No filme, vemos os personagens Jacques Les Gris e Jean Carrouges desenvolverem uma inimizade que culmina em um acontecimento grave. Ao levar o caso às autoridades, Carrouges exige o julgamento por combate para ter a justiça diante de Deus e a prova de que está certo em suas acusações. Como dito antes, veremos os eventos que levam a esse duelo, na versão de três personagens, Les Gris, Carrouges e Marguerite, esposa de Carrouges.
Pontos Altos e Baixos de O Último Duelo
O filme acerta demais! A fotografia é excelente, os figurinos e cenários são fiéis ao período, o que nos passa mais veracidade para a história. Além disso, as atuações são absolutamente incríveis tanto em técnica e variedade. Adam Driver, Matt Damon e Jodie Camom entregaram a seus personagens uma excelente representação. Imagino o quão desafiadoras algumas cenas devem ter sido para eles, e mesmo perante o desafio, o resultado final é incrível. Ben Affleck também está no projeto, não apenas atuando, mas também como produtor e roteirista, o mesmo vale para Matt Damon, que também está desempenhando estes outros papéis.
Talvez o único ponto negativo para alguns seja a duração do filme, de 2h e 43m. Mas cada minuto vale muito a pena pela profundidade da obra. A sensação que temos é que cada detalhe foi pensado milimetricamente. Em cada nova apresentação vemos detalhes novos. Tudo isso só deixa uma grande admiração pelo trabalho do Ridley Scott e da produção no geral.
O Último Duelo vai muito além do entretenimento, pois trata das relações de gênero e violência contra a mulher dentro da sociedade medieval do século XIV. Imagino que além de encantado com a obra em si, você provavelmente se pegará pensando em como algumas questões da época ainda se fazem presentes hoje em dia. Entusiastas do gênero épico e de dramas históricos, se preparem, pois este filme promete marcar esta geração do cinema.
Agora me conta, você curte esse tipo de filme?
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