
Crítica | The Crown: “O dilema entre família e dever” | Emmy
Apesar da baixa audiência, a série The Crown oferece qualidade e crava seu nome entre as melhores Originais Netflix. Sua indicação ao Emmy é portanto merecida.
‘The Crown’ e ‘The Mandalorian’ lideram indicações ao Emmy
The Crown leva o público para os anos 50 onde com a morte do Rei George VI(Jared Harris), a sua filha Elizabeth(Claire Foy) se torna Rainha do Reino Unido, o que acaba resultando em abalos na família real. A série consegue te transportar para a época da Rainha da Nova Era, embora tenha alguns deslizes, você se sente vivendo em 1952 em meio ao Grande Nevoeiro, sentido a pressão do período e torcendo por personagens que na vida real já tiveram seus destinos traçados.
O drama é estrelado pela talentosa Claire Foy que tem ótimos momentos durante a série e é forte candidata ao Emmy, mas o grande destaque é John Lithgow(também indicado ao Emmy) que interpreta o Primeiro-ministro Winston Churchill e faz um belo trabalho dando a série mais um tom de realidade, seu personagem ganha espaço com o final da temporada(em especial no nono episódio) onde John atinge seu ápice, concluindo em alta seu papel.
The Crown e o Feminismo
A série também aborda os conflitos do feminismo que começava a surgir na época. A Rainha, com poder simbólico sobre o país tem reuniões com o Primeiro-ministro, representante do Gabinete onde o verdadeiro poder reside. Usando da “autoridade” da Coroa, Elizabeth atravessa preconceitos e faz sua voz ser ouvida, o que gera ótimas cenas entre Claire e John. Outro importante papel na trama é o do Príncipe Phillip (Matt Smith) que deve permanecer ao seu lado ajudando com o fardo da Coroa, mas se mostra relutante em algumas decisões da esposa, mais uma vez somos levados ao conflito com o feminismo, que é bem trabalhado na série.
O ponto mais importante de The Crown são as escolhas tomadas entre família e dever, presente em todos os episódios da temporada. Quando Elizabeth é alçada ao poder ela se vê no meio desse debate tendo que fazer difíceis decisões durante seu reinado. Além disso, vemos também seu papel dentro da família real, suas discussões(as vezes até gerando apelidos, como ‘Shirley Temple‘). Enfim, Elizabeth tem que lidar com esses problemas enquanto cuida de sua relação com A Coroa.
Apesar de escorregar um pouco em seus primeiros episódios, lentos e com longa duração o quarto episódio serve como um divisor de águas, deixando a temporada ótima deste pra frente. Enfim, é uma obra de qualidade que merece sem dúvida nenhuma um par ou mais de Emmys.
Nota: 8.0
Boa maratona!
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