Novo filme da Turma da Mônica é a primeira decepção de 2024
Após dois filmes super elogiados, os personagens de Maurício de Souza que tanto amamos voltam às telas, mas agora com outros rostos. No novo filme da Turma da Mônica, somos apresentados a uma história completamente diferente dos longas anteriores. Não, não se trata de uma trilogia.
Em Turma da Mônica: Os Reflexos do Medo, conhecemos uma nova história, que vem adaptar a série de quadrinhos lançada em 2008. Com um novo elenco e trazendo temas mais adolescentes, o filme brinca com o místico e sobrenatural.
No entanto, apesar do material original ter bastante potencial, o filme em si não consegue construir uma história interessante e instigante, especialmente para quem não conhece nada dos quadrinhos.
Conhecendo a nova era da Turma da Mônica
A narrativa começa no início do ano letivo de Mônica (Sophia Valverde), Cebola (Xande Valois), Cascão (Theo Salomão), Magali (Bianca Paiva), Milena (Carol Roberto) e outros personagens agora no ensino médio.
A trama explora os dilemas pessoais de cada personagem, focando especialmente na indignação de Mônica e seus colegas diante da venda do Museu do Limoeiro. Sendo assim, enquanto os alunos tentam salvar o museu, uma série de acontecimentos estranhos e sobrenaturais começam a acontecer, cabendo a nossa turma favorita encontrar uma solução para proteger todos desse mal.
Vale dizer que, apesar da mudança de elenco ter sido muito criticada, esse não é o verdadeiro problema da trama e sim seu roteiro, que é fraco e pouco desenvolvido. O elenco, por incrível que pareça, tem até adições carismáticas que poderiam ter funcionado se o filme tivesse roteiro e direção melhores. Destaco especialmente Bianca Paiva, que rouba completamente a cena da Mônica como Magali.
Qual o problema com o novo filme da Turma da Mônica?
Poderia listar muitos, mas a base do problema está na falta de desenvolvimento de narrativa. A sensação que dá é que assistir ao filme é como testemunhar uma sequência de eventos sem profundidade emocional ou qualquer real importância.
Ao contrário dos filmes anteriores, Reflexos do medo não se preocupa em construir uma relação espectador e filme. O longa se apressa em apresentar uma narrativa cheia de informações, mas que falha no que realmente move uma história.
Sua apresentação dos personagens e de temas é superficial, o que dificulta qualquer relação de interesse. Por exemplo, nós vemos as características que tanto conhecemos dos personagens, como a irritabilidade da Mônica, mas jogadas fora de contexto sem muito desenvolvimento ou relação com a proposta. Isso faz com que a gente não se relacione com os personagens, o que é matador para uma narrativa.
Mas não para por aí, todo o roteiro soa falso e completamente desinteressante. Para completar, os diálogos são extremamente superficiais, o que acaba com qualquer chance do elenco entregar algo sem ser maçante ou entediante.
Por fim, não tem como analisar e não criticar o trabalho de Maurício Eça (A menina que matou os pais). O diretor falha por não conseguir dirigir bem o elenco ou transmitir qualquer energia de tensão ou empolgação durante a curta duração do filme.
Tudo isso atrapalha as atuações e transforma a experiência de quem assiste em pura decepção.
Vale a pena assistir?
É muito difícil eu dizer isso, mas na minha visão não, apesar do filme ser bem curtinho não acha que valha o seu tempo. Se você ama o universo da Turma da Mônica, vale mais a pena rever os dois filmes anteriores ou a série do Globoplay.