Por trás da vida literária: Conheça Emily Brontë

Muito provavelmente você já deve ter ouvido falar do nome Emily Brontë, célebre escritora do clássico britânico O Morro dos Ventos Uivantes. Seu nome é bastante conhecido, mas pouca gente sabe quem foi a mulher por trás desse trabalho literário tão fascinante.

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Mas quem foi Emily Brontë, além da autora de O Morro dos Ventos Uivantes?

Caso vocês nunca tenha ouvido falar de Emily, seu sobrenome é bem famoso no ramo literário. Isso porque duas de seus irmãs também são escritoras, Charlotte e Anne, escritoras de “Jane Eyre” e “A Inquilina de Wildfell Hall“, respectivamente.

Emily Jane Brontë (1818 – 1848) é a quinta dos seis filhos de Patrick Brontë e Mary Branwell. Seu pai, que é reverendo, criou seus filhos depois da morte da esposa, quando Emily tinha três anos, com a ajuda de sua cunhada, a tia Branwell. Dentre seus irmãos, Emily era a mais reclusa e tímida — o que me leva a gostar mais dela, admito.

Uma Vida tão trágica quanto seu próprio romance

Nascidos e criados em Haworth, Inglaterra, dos seis irmãos, todos acabaram por ter fins trágicos e tristes. As duas irmãs mais velhas morreram ainda crianças, de tuberculose ou febre tifoide, não há consenso entre os historiadores. Já Patrick, Emily e Anne morreram na faixa dos 30 anos de tuberculose. O irmão foi o primeiro a falecer, seguido de Emily, e por último, Anne. Charlotte, por sua vez, morreu seis anos depois de sua irmã mais nova, enquanto seu pai ainda estava vivo.

Ainda que toda a história da família seja envolta em tristeza, dá certo conforto pensar que a história e essência dos Brontë segue eternizada nas suas obras, que seguem encantando o mundo inteiro. No entanto, segue sendo triste saber que a talentosa Emily só teve tempo de escrever um romance.

Wuthering Heights, seu grande feito

Sua obra mais conhecida, já que é autora também de diversos poemas, foi extremamente mal interpretada pela crítica da época. De uma intensidade fora do comum para o período, seu romance é um dos meus favoritos da literatura clássica, pois nele, encontramos personagens cheios de nuances.

A construção de seus personagens, a linguagem poética empregada, a imagem visual do Morro nos trazem sensações únicas e inesquecíveis. Creio que, apesar disso, as pessoas têm que tomar cuidado para não se apegarem ao relacionamento romântico. Visto que, de uma maneira trágica, acredito eu, se torna tóxico, especialmente pelas limitações da época e não apenas por decisão dos personagens.

O filme Emily foi fiel à realidade?

Mas, voltando a falar de Emily, vem aí a verdade sobre ela que o filme lançado no início do ano de 2023 não nos mostra. Ela era tímida, sim, mas tudo o que é falado aqui, ou seja, mostrado no filme, são conjecturas, suposições. Exatamente por ser a mais reclusa delas, há poucas informações concretas a respeito da sua vida.

No entanto, certamente ela não era tão distante de suas irmãs, As três viveram tempos terríveis, com a degradação de seu irmão, que era alcoólatra, o cuidado com o pai e a obrigação de sustentar a família. Apesar de Emily ter morrido no mesmo ano que seu irmão, não se sabe ao certo a relação que os dois tinham. Contudo, acredito que ela se sentia responsável por cuidar da casa, já que era a única das irmãs que escolhera ficar lá.

Foi só em 1847, um ano antes de sua morte, que Emily publicou Wuthering Heights, traduzido posteriormente para O Morro dos Ventos Uivantes. Por conta do machismo do período, o livro foi publicado com o pseudônimo de Ellis Bell, junto com obras de suas duas irmãs que utilizaram o pseudônimo de Acton e Currer Bell – Anne e Charlotte, respectivamente.

Apesar dessa pessoa que vos fala ainda não ter lido os poemas da Emily, peço que deem uma chance para o seu livro mais consagrado, vale super a pena. Espero que gostem da leitura, assim como gostei desta e de todos os livros da Charlotte e da Anne!