Entendendo a disputa entre Scarlett Johansson e a Disney
A estreia do longa Viúva Negra, em julho deste ano deu o que falar! O filme levantou vários debates, que não eram somente sobre a Fase 4 do Universo Cinematográfico da Marvel. Mas, a polêmica principal ainda gira em torno do processo judicial movido pela atriz Scarlett Johansson (Viúva Negra) contra a Disney.
Mas, o que aconteceu?
A atriz alega que o lançamento do longa nas plataformas Disney+ a prejudicaria financeiramente, já que a transmissão do filme, no streaming, diminuiria a arrecadação de bilheteria nos cinemas, e geraria o prejuízo de aproximadamente U$S 50 milhões.
Mas, a companhia afirma que não houve descumprimento do contrato, e que a atriz já recebeu U$S 20 milhões pelo papel. Ainda, a empresa alega que os usuários só teriam acesso ao filme caso pagassem um valor (no Brasil, foi cobrado R$ 69,90), pelo Premier Access. A atriz e a produtora teriam um ganho percentual sobre essas vendas também.
Vale dizer que, na estreia, Viúva Negra bateu recorde de bilheteria nos Estados Unidos, com U$S 80 milhões arrecadados só nos cinemas e mais de U$S 60 milhões obtidos pelo streaming. Mas, nas semanas seguintes o longa passou a ser o filme da companhia com a maior queda já registrada, visto que as vendas caíram sobremaneira. (Via Observatório do Cinema).
Mas, quem tem razão nessa história?
O lado da Disney
Em nota pública emitida, em julho, a empresa afirma que o processo movido pela atriz não teria respaldo legal. Na mesma nota, a Disney pode ter sugerido que a atriz teria sido indiferente ao cenário da pandemia, já que teria menosprezado a intenção da empresa em transmitir o longa, via streaming, a quem não se sentisse confortável em assisti-lo no cinema.
Não somente, o estúdio ainda expôs o pagamento de U$S 20 milhões à Johansson por ter protagonizado o longa, e essa quantia teria aumentado a partir da transmissão do filme pelo Premier Access.
O lado de Scarlett Johansson
O representante legal da atriz, Bryan Lourd, afirma que ela foi altamente exposta pela empresa, e que tudo isso seria uma tentativa de manchar a imagem da artista.
“Eles acusaram falsamente e sem nenhuma vergonha a Sra. Johansson de ser uma pessoa insensível com relação à pandemia de Covid-19, tentando fazê-la parecer alguém que eles e eu sabemos que ela não é.” (Via TMZ).
Lourd também alega que a exposição do salário seria uma tentativa sexista da companhia para tentar diminuir a importância do processo legal, implicando dizer que a atriz não teria motivos para sua insatisfação.
Além disso, surgiram rumores de que Johansson teria sido afastada de produções futuras da Disney, como o reboot de Torre do Terror. (via GiantFreakingRobot)
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Repercussões na MCU
Como se não bastasse a polêmica em si, há repercussões com outros grandes nomes da MCU sobre o ocorrido.
A companhia tinha um contrato com os irmãos Antony e Joe Russo para produzirem de outros filmes do Universo Cinematográfico Marvel (Via CBR).
Mas, a partir do desdobramento do processo de Johansson, a companhia decidiu rever o contrato com os irmãos Russo, o que congelou as tratativas para a produção dos próximos longas.
Por outro lado, o ator Dave Bautista, intérprete de Drax em Guardiões da Galáxia, fez piada com a notícia do processo legal.
Bautista levou o público a entender que, se o estúdio tivesse produzido um longa do seu personagem, isso não teria acontecido: “Disse a eles que deveriam ter feito um filme de Drax, mas nããão”, em comentário feito no Twitter.
Told em they should’ve made a #Drax movie but noooooo! ????????♂️ https://t.co/uuvkCU5vAI
— Vaxxed AF! #TeamPfizer Poor Kid Chasing Dreams. (@DaveBautista) July 30, 2021
Além disso, a presidente do Sindicato dos Atores SAG-AFTRA, a atriz Gabrielle Carteris saiu em defesa de Scarlett Johansson, afirmando que a Disney tem capacidade financeira para cumprir as obrigações para remunerar os atores, visto que são eles quem geram lucro à corporação.
Carteris defende que a disputa judicial está relacionada à questão da paridade salarial de gênero:
“As mulheres foram vitimadas pela desigualdade salarial durante décadas e também por comentários como as declarações à imprensa feitas pela Disney. Esse tipo de ataque não tem lugar em nossa sociedade e o sindicato continuará a defender seus membros de todas as formas de preconceito”. (Via SAG-AFTRA).
Conclusão
Se foi ou não golpe publicitário – como alguns acreditam – não parece razoável a alegação de que Scarlett Johansson teria sido indiferente à pandemia. Se a Disney quis alcançar mais público, diante das medidas de isolamento, poderia ter esclarecido e debatido essa condição ao longo de tratativas contratuais, o que talvez não aconteceu.
É possível que a empresa tenha tomado esta medida para não dar razão a Scarlett, visto que a ideia era transmitir apenas em cinemas. Tanto que, por conta da pandemia, houve atrasos na produção e, consequentemente, na estreia do filme.
De todo modo, o processo judicial está em andamento há poucos meses, então ainda é cedo para apontar qualquer desfecho. Contudo, de fato, ver que a atriz mais bem paga da companhia está indo contra um estúdio altamente poderoso, que é a Disney, pode desencadear tantos outros debates sobre outros temas relacionados, daqui para frente.
E você, está ao lado de quem na história? Deixe seu comentário!
As últimas do Caso
Demos nossas opiniões, discutimos muito e agora, meses depois, Scarlett Johansson e Alan Bergman, Diretor de Conteúdos da Disney, vieram a público, em declaração ao veículo Variety , contando que tudo foi, finalmente resolvido. Os dois se mostraram muito felizes com o acordo e dispostos a trabalhar juntos de novo, no futuro. Alan inclusive nega o rumor do cancelamento do reboot de Torre Negra.
Parece que tudo, enfim, deu certo! Será que ainda veremos Viúva Negra retornar um dia? Alguém acha isso possível?
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