Rainha Charlotte: Uma história Bridgerton honra a série de origem?
Rainha Charlotte, o spin off de Bridgerton, veio para aprofundar a história de alguns personagens extremamente queridos pelo público, mas que foram coadjuvantes no enredo principal. Nos permitindo dessa forma mergulhar ainda mais no universo desenvolvido pela obra de origem. Incrível, né? Amei a série e, por isso, minha missão aqui hoje é te fazer assisti-la se ainda não viu, vamos lá?
Desvendando a trama de Rainha Charlotte
Como o nome já bem indica, o spin off acompanha a transformação da jovem Charlotte (India Ria Amarteifio/Golda Rosheuvel) em rainha da Inglaterra. A história já começa com seu compromisso de casamento com o Rei George III (Corey Mylchreest/James Fleet) e sua partida para Londres para formalizar a união.
Outros personagens importantes de Brigerton dão as caras e podemos entender um pouco mais de suas versões mais velhas, vendo sua juventude. Dessa maneira, Rainha Charlotte mostra o relacionamento entre a rainha e Lady Danbury (Arsema Thomas/Adjoa Andoh) que foi uma das damas de companhia na corte. Vemos também Violet Ledger (Connie Jenkins-Greig), futura viscondessa Bridgerton (Ruth Gemmell), assim como o fiel acompanhante de Charlotte, Brimsley (Sam Clemmett/Hugh Sachs). Portanto, a produção fica entre o passado e o início do reinado de Charlotte.
Apesar de basear-se em alguns personagens reais, a série é essencialmente ficcional. O mais interessante é que conseguimos compreender como a estrutura social de Bridgerton se formou, acompanhando a trajetória da rainha. Ao colocar personagens negros como membros da nobreza, inclusive da família real e não apenas em servidão, a produção da Netflix rompeu com o padrão racista da época e criou uma nova narrativa. Em Rainha Charlotte, nós vemos como isso aconteceu.
O que motivou o casamento de George e Charlotte?
O Rei George III sofria pressão para se casar, não aceitando nenhuma das candidatas, assim, sua mãe fez acordos e escolheu a jovem Charlotte. Ela, uma mulher negra, muda o status daquela sociedade. Vemos que até aquele momento, pessoas negras até detinham certo poder, mas viviam em uma sociedade a parte das pessoas brancas e não possuíam títulos.
Com o casamento, a princesa viúva, mãe do Rei, distribuiu títulos e incluiu esses cidadãos na corte. Ainda assim, foi um processo longo de aceitação e acompanhamos isso ao longo da série. Muitos nobres brancos mostram grande resistência e pensamentos racistas de separação, e a série trabalha muito bem a quebra dessas ideias.
Uma cena memorável é quando Lady Ledger conversa com o marido e Violet ouve a conversa. A mãe diz que esses novos nobres não são como eles e a garota, de forma muito inocente, questiona sua mãe dizendo que eles também receberam títulos do rei, possuem terras como eles, sua mãe se revolta e não consegue argumentar mais nada.
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E o romance?
Antes de tudo, a produção é uma história de amor, ainda assim, o que mais gera admiração são as jornadas individuais dos protagonistas. O roteiro busca elaborar reflexões e mostrar essas pessoas para além de uma primeira impressão de alguém bom ou ruim, o que torna a obra mais valiosa.
Portanto, vale dizer que essa série é maravilhosa em muitos sentidos, e a parte que abrange o relacionamento entre Charlotte e George não decepciona. O contato deles começa um tanto instável, ele não se mostra muito aberto para dar espaço a ela e, apenas com avanço da história, vamos entendendo o porquê.
Aliás, os eventos e desenvolvimento dos personagens neste spin off nos fazem entender muito melhor as mesmas pessoas em Bridgerton. Inclusive, a rainha que parecia muito mais superficial na série principal, preocupada apenas com as fofocas e o entretenimento, ganha maior profundidade, nos permitindo perceber que ela é bem mais que isso. Assim, vemos todo sofrimento e isolamento que a monarca viveu, demonstrando que sua superficialidade aparente foi a única forma que ela encontrou de lidar com todas as dificuldades e impossibilidades de sua vida.
Além disso, é muito divertido também ver que a personagem sempre teve uma personalidade forte, marcante e um pensamento independente. Na obra vemos como ela foi transformada em uma rainha, aprendendo mais a ser servida, viver nos protocolos da corte e exercer um papel na manutenção da monarquia.
A conexão entre ela e George se mostra poderosa e sensível, e com certeza é um dos pontos altos da série. Ao vermos o esforço dele em se manter bem para ela e tentando ao máximo esconder suas dificuldades, ficamos completamente tocados. Em contrapartida, o carinho que ela tem por ele e todo empenho em ajudá-lo quando descobre sobre sua condição, mesmo sem entender ao certo o que estava acontecendo, é emocionante.
As séries se conectam bem?
Algumas cenas em Bridgerton que mostram Charlotte e o Rei ficam muito mais compreensíveis sobre o quanto ela sofreu tantos anos com a doença do marido. Logo, imagine você amar alguém e, de certa forma, na maior parte do tempo parecer que aquela pessoa não está de fato ali, está em outra realidade e não se pode fazer nada. Deve ser extremamente doloroso e as duas séries, de forma complementar, nos retratam isso com perfeição, sendo possível sentir o aperto no coração.
Acredito que, se você já é um fã de Bridgerton e adora romances de época, Rainha Charlotte vai te encantar. Já assistiu Rainha Charlotte:Uma história Bridgerton? Me conta sua parte favorita nos comentários.