Filme da Barbie é tão divertido quanto crítico!
Um dos filmes mais esperados e definitivamente um dos melhores do ano. Barbie pode até ser um filme de marca, mas na maior parte do tempo nem parece. Com um ar de deboche que só poderia vir de uma mente como a de Greta Gerwig, conhecemos um universo surreal, colorido e extremamente exagerado.
Além disso, a Barbielândia, embora pareça perfeita à primeira vista, também possui problemas relevantes relacionados à disparidade de gênero. Enquanto no mundo real, mulheres sofrem com o patriarcado, na terra das Barbies são os Kens vistos como meros acessórios.
Suas existências são todas condicionadas a das Barbies e, por mais que isso seja mostrado de forma divertida, a mensagem de Greta é clara: feminismo não é sobre um gênero superar o outro, mas sobre equidade de direitos.
Embora não atinja a profundidade que poderia, Barbie entrega um filme divertido e repleto de críticas sociais. Nas suas quase duas horas de duração, vivenciamos uma verdadeira experiência: rimos, choramos, mas o principal, nos identificamos.
Pois não existe uma mulher nesse mundo que não tenha sofrido por seu gênero de alguma maneira e o filme sabe muito bem como trazer essa ferida à tona.
No que talvez seja o melhor filme da sua carreira, Greta prova mais uma vez seu talento e sua visão, mostrando as inconsistências do patriarcado em meio a cenas que mesclam muito bem entre drama e humor.
Entendi, mas qual é a sinopse?
Sinopse Oficial: No mundo mágico das Barbies, “Barbieland”, uma das bonecas começa a perceber que não se encaixa como as outras. Depois de ser expulsa, ela parte para uma aventura no “mundo real”, onde descobre que a beleza está no interior de cada um. (Via Ingressos.com)
Antes de detalhar mais o enredo, é importante ressaltar que esse é um filme de fantasia e comédia. Sua proposta não é criar um mundo realista, mas um universo que lembre ao mundo que criávamos em nossas brincadeiras infantis. Por isso, Barbie não toma banho e nem come de verdade.
É como se esse mundo fosse uma eterna brincadeira, uma realidade mágica, superficial, onde problemas de adultos não tem vez. Nele existem regras próprias, que são rapidamente explicadas e compreendidas. Mesmo que não façam nenhum sentido no mundo real.
Sendo assim, acompanhamos a rotina desse mundo perfeito, onde todas as versões da Barbie vivem em harmonia e o matriarcado reina. Não tem fatura de cartão de crédito ou dias ruins, as únicas preocupações das bonecas são seguir seus papéis, passear com as amigas e curtir muitas festas.
No entanto, essa realidade perfeita começa a ruir quando a Barbie Estereotipada (Margot Robbie) vivencia uma crise existencial. Seus questionamentos mudam a dinâmica daquela realidade e a única forma de tentar solucionar o desequilíbrio é indo para o mundo real.
Nessa nova aventura, Barbie precisa conhecer a realidade e mais sobre si para encontrar o melhor caminho para sua vida. Acompanhada de Ken, ela explora um mundo machista e capitalista, que acaba fascinando o personagem do Ryan Gosling, e fazendo a história acontecer.
Tão divertido quanto crítico
Como já mencionei brevemente, o filme Barbie consegue entregar o que promete muito bem! Com uma trilha sonora fantástica, recebemos um filme divertido, que usa do deboche e do exagero proposital para passar sua mensagem.
Ainda que o enredo em si seja fantasioso, suas críticas e situações não. Pois, que mulher nunca sofreu um mansplaining sobre esporte ou finanças, não é? Greta e Noah (Roteiristas) souberam trazer essas questões com perfeição para a trama nos fazer colocar uma mão na consciência e outra na boca para tapar as altas risadas.
Até mesmo os personagens masculinos extremamente superficiais, que podem incomodar muita gente, vem de uma decisão consciente de mostrar que o patriarcado é um sistema social que, embora afete mais mulheres, também fere homens. Enquanto a mulher tem que ser perfeita e submissa, o homem precisa ser visto como superior.
Essa necessidade torna muitos homens inseguros e, no filme, vemos todas essas inseguranças refletidas em personagens que precisam dessa validação constantemente, seja pela sua autoestima que acaba assim que perdem a atenção feminina ou pela necessidade de se mostrar o tempo inteiro, mesmo quando não sabem do que estão falando.
E não acaba por aí, o posicionamento quanto a Mattel é interessante e surpreendente. Apesar de mostrar as boas intenções por trás da criação do brinquedo, o filme não esconde os problemas que ele trouxe. Como o incentivo a um padrão de beleza inalcançável e a pressão sobre meninas que sentem que precisam ser boas em tudo, como a Barbie.
Uma salva de palmas para esse elenco
Poderia mencionar muitos nomes aqui, com um elenco carismático e conhecido, parte do que Barbie tem de tão especial é poder ver toda essa gente junto interagindo em um roteiro inteligente e divertido.
Desde Margot Robbie, que provou ser a escolha perfeita para a Barbie Clássica, a Ryan Gosling, que trouxe a estranheza de Ken no tom ideal. Outro destaque é America Ferrera que traz o ponto de vista das mulheres de verdade muito bem.
O filme é só para mulheres?
Absolutamente não, mas é impossível negar o quanto o filme vai dialogar com elas! Já que as vivências dessas personagens são reflexos de muitas mulheres, que vão se ver representadas e abraçadas por uma narrativa pensada para elas. No entanto, isso não impede que homens vejam e se divirtam muito, tudo vai depender se eles estarão abertos às críticas sociais que a obra traz.
Enfim, com muita risadas e reflexões, recomendo demais o filme Barbie! E você, já viu? Se sim, me conta o que achou nos comentários!
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