Pantera Negra 2 | O Melhor filme da fase 4?
Depois de muitos meses de espera, a Marvel nos presenteou com Pantera Negra 2, um dos filmes mais esperados do ano, e após seu lançamento a pergunta que não quer calar é: ele é o mesmo melhor filme da fase 4? Queria poder dizer que sim, porque sei bem que essa era a expectativa de muita gente. No entanto, não teria como dizer isso sem mentir.
Não me entendam mal, Pantera Negra 2 acerta em muitos aspectos, porém não consegue ultrapassar Shang-Chi, por exemplo, que apesar de bastante esquecido, entrega um filme mais redondo e agradável. Isso se dá por uma porção de pequenas e grandes razões que podem atrapalhar a experiência de quem assiste. Quer entender quais são elas? Continua comigo!
Pantera Negra 2 estava fadado a decepcionar
A primeira delas não é culpa do filme, por conta da morte repentina do querido Chadwick Boseman existia uma pressão absurda sobre essa produção. Após um primeiro filme maravilhoso e com a perda de um verdadeiro herói, todos nós, fãs, desejávamos um filme impecável. Uma homenagem memorável a um artista e pessoa que marcou nossas vidas por sua força, resiliência e talento. Definitivamente, o filme conseguiu fazer isso, mas muito provavelmente não do jeito que você imaginou.
Já que mesmo que o filme não pecasse em nada, ele ainda teria o maior dos “defeitos”, a não presença de Chadwick. Dessa maneira, esperar que Pantera Negra 2 fosse o melhor filme da Marvel, ou algo parecido, é nos enganar que uma homenagem pode substituir alguém.
Pois, no fim do dia, nada pode mudar o que aconteceu e o filme, mesmo sendo bom, ainda é um eterno lembrete do que perdemos. Assim, é impossível não se pegar sentindo saudade do carisma de T’Challa que conduzia tão bem a narrativa. Dito isso, se você ainda não assistiu ao filme, recomendo controlar as expectativas e ser justa com o que o filme pode entregar, considerando a perda que vivemos.
Uma verdadeira celebração a Chadwick Boseman e T’Challa
Apesar de tudo que falei, seria injusto dizer que o filme peca ao homenageá-lo. Toda trama gira em torno do luto e, sem dúvida, esse é um dos maiores acertos dessa história. Sem se apegar ao humor típico Marvel, o filme se permite mais profundidade, o que torna a história coerente e tocante.
Ainda que Letitia Wright pudesse ter entregado um pouco mais de carisma, a jornada de Shuri é muito interessante de assistir. Vemos uma personagem que sempre se gabou por saber “de tudo” completamente perdida e sem saber o que fazer em seguida. Um sentimento que todos que já experienciaram o luto entendem bem.
Assim, usando a perda como o maior condutor da história, ela consegue homenagear T’Challa, mostrando todo o legado deixado por ele, seja em sua irmã, em Wakanda ou no mundo todo. Em especial, a cena do seu funeral que é linda e cheia de significado (minha parte favorita do filme com certeza!).
Pantera Negra 2 não erra tanto no Roteiro e na Direção, mas peca na sua Duração
Com 2 horas e 40 minutos, o filme consegue ser mais longo que Guerra Infinita e não, não é o tipo de filme que a gente diz que nem viu o tempo passar. Principalmente durante algumas cenas de ação, que é difícil não se perguntar porque elas não foram reduzidas, já que não era necessário assistir a mesma sequência por oito minutos, por exemplo.
No fim, essa excessividade torna o filme cansativo, o que é triste, porque o filme é bom, principalmente quando a gente observa as escolhas da direção ou mesmo o roteiro, que apesar de não ser impactante, é coerente e bem construído. Porém, ele também acaba prejudicado por um outro detalhe: o carisma dos personagens e atores responsáveis por conduzir a trama.
Angela Bassett rouba a cena, mas Letitia Wright não sustenta o papel de protagonista.
Como já era esperado, Angela Bassett encanta com sua performance forte e genuína. Da primeira a sua última cena, é impossível não sentir toda a dor e falta que T’Challa deixa com sua partida. Apesar de ser o maior destaque do elenco, seria injusto não elogiar o trabalho incrível de Danai Gurira (Okoye) e Lupita Nyong’o (Nakia). Mais uma vez a participação das duas traz ainda mais força para a obra, garantindo cenas muito marcantes na história do MCU.
Por outro lado, ainda que seja claro o esforço de Letitia Wright, seu desempenho fica aquém do esperado para uma protagonista. Sem o mesmo nível de carisma de Chadwick, o enredo, apesar de muito interessante, não é entregue com tanto impacto. A mesma coisa é válida para Tenoch Huerta (Namor) que mesmo com uma história de origem interessante não impressiona.
Outro ponto que decepciona é o CGI abaixo da qualidade das produções mais icônicas da Marvel. Talokan, o Reino Submarino de Namor, que é percebido pela própria Shuri como algo incrível, não se vende na tela.
Apesar disso tudo, ainda vale a pena ver?
Definitivamente! Apesar de não ser um filme maravilhoso, consegue nos envolver e nos emocionar com uma homenagem linda a Chadwick. No entanto, não só por isso, a discussão e representatividade trazida pelo Namor vem, ainda que tardiamente, colaborar com a desconstrução do que muitos entendem como algo positivo: a colonização. Com uma perspectiva menos romantizada da versão que aprendemos na escola, o filme permite que o ponto de vista indígena, a muito apagado, ganhe maior visibilidade.
Além disso, o filme deixa claro que é importante para futuras tramas do MCU, envolvendo os ThunderBolts, então eu não deixaria de ver!